Hanna
Saímos do meu quarto em direção a sala e o Anton estava bem atrás de mim, quando damos de cara com o Brian na sala conversando com a Lana e o Ryan.
Quando o vi, e nossos olhos se encontraram meu coração acelerou, comecei a suar e nervoso, já tinha uns dias desde que ele terminou a nossa relação que não o via, e ele não me procurava.
Assim que me viu veio em minha direção, e me cumprimentou.
‒ Oi Hanna, tudo bem? Falou um pouco sem graça, mas tentando controlar a raiva quando viu o Anton atrás de mim com as duas mãos no bolso ‒ Eu fiquei sabendo que sua filha fez a cirurgia e vim saber como ela está, já que ela vai ficar aqui uns dias.
‒ Obrigada pela gentileza e preocupação. Ela está bem sim! Depois que ela se recuperar, volta para casa do pai. Falei mexendo as mãos.
‒ Será que podemos conversar um pouco a sós? Ele perguntou olhando para o Anton.
‒ Eu já vou Hanna, depois eu ligo para te avisar o dia que venho dormir aqui. Me deu um beijo no rosto e saiu batendo a porta. O Anton falou e senti meu rosto pegar fogo de vergonha, de raiva.
O Anton não poderia ter falado sobre isso na frente do Brian. Não que eu não fosse contar, mas não assim desse jeito. Quando o Brian ouviu isso, vi o brilhos nos seus olhos de ódio e ciúmes. Alisou as têmporas com uma das mãos e com a outra no bolso.
‒ Isso é sério Hanna? Foi isso mesmo que eu ouvi? Brian me perguntou com uma cara de poucos amigos ‒ Só tem uns dias que terminamos, e você já está dormindo com outro? E o pior não é nada, é com o babaca que te fez sofrer das piores formas possíveis?!
‒ Plaft...Deu uma bofetada na cara de Brian, ele virou o rosto na hora com a força que eu depositei no tapa.
Nesse momento a Lana que estava na sala junto com Ryan se aproximou de nós.
‒ Ryan por favor leve esse idiota daqui! Ele não tem o direito de vir me ofender dentro de minha casa. Falei com a voz embargada por conta choro que estava entalado em minha garganta, me segurando para não chorar.
‒ Hanna, eu não vou sair daqui, eu preciso saber o que esse idiota quis dizer com dormir aqui. O Ryan tentava acalmar o Brian ‒ Ryan e Lana, por favor nos deixe a sós, olhe a Lara no quarto enquanto nós conversamos. Só irei sair daqui quando eu conversar com ela. Falou olhando para mim.
Nesse momento Lana não queria sair, mas fiz sinal com a cabeça para ela e o Ryan nos deixar. Depois que eles foram para meu quarto, comecei e falar.
‒ Acho que você já tirou suas próprias conclusões. Não temos mais o que conversar. Falei apontando em direção a porta.
‒ Não Hanna, não vou sair! Eu preciso entender o que foi que aconteceu com a gente. Fiquei esses dias longe de você, mas eu não parei de pensar sobre nós e na possibilidade de você querer voltar com aquele filho da puta, desgraçado!
‒ Você é engraçado demais Brian, termina comigo, não entendi o porquê. Depois vem em minha casa me ofende tirando suas próprias conclusões. E ainda por cima diz que quer entender sobre nós. O que você realmente quer de mim? Cruzei os braços. Depois de uns minutos em silêncio ‒ Por favor Brian, eu vou pedir para você ir embora. Eu não quero mais discuti contigo.
‒ Você está me expulsando? O Anton deve ter feito sua cabeça direitinho, e eu pensando que você era diferente das outras...Não deixei-o terminar e depositei um outro tapa no rosto. Ele virou o rosto passando uma das mãos no lado que bati.
‒ SAIAA DAQUIII AGORAA! Comecei a depositar socos e tapas e em seu peitoral forte, mas ele de imediato segurou em meus pulsos e me beijou a força, um beijo sedento, com saudades, selvagem.
Logo no início resisti, mas segundos depois fui correspondendo na mesma intensidade do beijo dele, a sua língua explorava toda minha boca, eu o agarrava pela nunca. Ele me apertava na cintura com uma das mãos, e com a outra adentrava meus cabelos me puxando para mais perto dele, me fazendo sentir sua ereção dura feito pedra, me deixando louca por ele, querendo que ele me possuísse ali mesmo.
Só paramos porque estávamos sem fôlego, encostamos a testa uma na outra, nossas respirações estavam ofegantes, rápidas, podíamos sentir a respiração quente um do outro.
‒ Brian, eu te amo! Sussurrei ainda com a testa colada na dele.
‒ Hanna, eu também te amo, e não vivo sem você, mas...ele fez uma pausa, olhou para mim, segurou meu rosto entre suas mãos, e continuou: ‒ eu não vou consegui ver você ao lado daquele babaca. Sei que ele é o pai de sua filha, mas também sei que ele não vai desistir de você.
‒ Por favor, quero que você vá embora. Tirei suas mãos do meu rosto com delicadeza.
Saí em direção a porta da sala para, abrir e esperei ele sair. Ele veio até a porta e em minha direção.
‒ Hanna, me perdoe! Ele parou em frente a mim, com as mãos no bolso.
‒ Já te educadamente para sair. Eu entendi, agora se retire. Ah! E não me procure mais. Meu tom de voz saiu e embargado, segurando o choro que estava entalado dentro de mim.
Depois do que falei ele saiu, e tranquei a porta, por um momento senti que aquela poderia ser a última vez que nos víamos, que nos beijávamos, que sentíamos o calor e o perfume do corpo um do outro.
Joguei-me no sofá da sala, desabei em lágrimas. A Lana e o Ryan voltaram para a sala e me viram em um estado deplorável de tristeza em meio as lágrimas.
‒ O que houve Hanna? Eles perguntaram em uníssono vindo em minha direção. Lana sentou do meu lado me puxando para o abraço dela, e Ryan sentou do meu outro lado.
‒ O Brian e eu...é definitivo o nosso término. Falei em meio as minhas lágrimas.
‒ Eu não acredito que ele fez isso. Ryan falou apoiando os dois braços em sua perna, jogando o seu tórax para frente ‒ Eu vou falar com ele. Esse idiota está jogando a felicidade dele fora por conta de um cara que você não quer saber.
‒ Não Ryan! Você não vai falar nada com ele. Essa decisão partiu dele, por mais que eu sofra, não interfira em nada. De qualquer forma obrigada! Falei saindo do abraço de Lana e me virando em direção dele ‒ Agora eu vou para meu quarto, vou ver a Lara.
Quando fiz menção de me levantar, Lana segurou no meu braço.
‒ Amiga, o que ouvimos um pouco mais cedo é verdade? Sobre o Anton vir dormir aqui. Lana me perguntou com uma expressão confusa.
‒ É sim! Mas não são todos os dias, e, é apenas enquanto a Lara está aqui, ele me pediu, e de certa forma não tive como recusar. Respondi ainda enxugando algumas lágrimas do rosto.
‒ Você sabe a intenção dele, não é? Ela perguntou arqueando a sobrancelha.
‒ Não quero falar sobre isso agora. Estou com a cabeça muito cheia. Me levantei e saí, deixando a Hanna e o Ryan sozinhos, e fui em direção ao meu quarto, saber se a Lara estava bem.
Passaram-se quinze dias desde que Lara fizera a cirurgia, o Anton dormiu algumas vezes aqui, mas foram poucos dias, pensei até que ele insistiria para vir todos os dias. Possa ser que ele tenha se esquecido a ideia absurda de querer volta comigo. Se assim for será um grande alívio para mim, afinal o homem que eu amo é o Brian. E pensando nele, desde aquela nossa última conversa não nos vimos mais, e não nos ligamos. Acredito que ele não me ama como disse.
Enfim, não posso ficar me lamentando, sofro por ele, mas tenho de seguir minha vida, mesmo sem ele.
Hoje é o dia em que minha pequena vai voltar para casa do pai, já estou morrendo de saudades dela. Combinei com ele de leva-la, para ele não se dar o trabalho de vir até aqui.
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Entre o amor e o ódio
RomanceIndependente e autosuficiente, Hanna Navarrete carrega um trauma consigo de seu ex-marido. Seria a mulher mais feliz do mundo se não fosse um mal entendido. Ela imaginou que Anton Greco (ex-marido) fosse o homem mais perfeito, e ela a mulher mais so...