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Por Barão

Um abuso deixa rastro para o resto da vida, você pode superar mas esquecer jamais. A única coisa que sinto no momento é culpa. Apesar de não lembrar muito Adele eu sei que ela costumava ficar só comigo e sei também que fui o primeiro homem dela. Na época que ela sumiu eu deveria ter ido atrás e tentado descobrir o que aconteceu, porém eu só via ela como um burraco. Hoje agradeço muito Mikaela por ter feito o Ruivo tirar todas as garotas daqui.
O choro do meu filho corta meu coração. Eu não sei como serei capaz de ajudar ele superar isso, mas sei que depende de mim. Connor é parte de mim e somente eu serei capaz de ajuda-lo, tenho certeza que é isso que ele espera também. Vejo ele sentar no sofá e colocar as mãos entre o rosto  caminho até ele e sento ao seu lado. Coloco minha mão em seu ombro.

_ Filho você precisa de ajuda. - Ele levanta a cabeça pronto pra discutir - Eu sei que você disse que não precisa, mas se continuar assim vai perder a família que estava construindo. - Vejo ele arregalar os olhos e finalmente balançar a cabeça de forma positiva.

_ Você  gostava dela né? - Pergunta ele

_ Não.  Não gostava. Antes aqui no clube tinha muitas prostitutas sua mãe era dançarina aqui. Senti atração por ela logo de cara, mas era só isso atração. - Digo. Não adianta querer mentir e pintar o quarto preto de colorido. A verdade é essa  antes de conhecer Olivia acho que nunca tinha gostado de alguém. Tudo era apenas atração que levava a sexo.

_ Ela amava você.  Na minha lembrança ela me chamou de barão. - Eu não tinha um relacionamento profundo com Adele, mas é difícil acreditar que ela teve coragem de abusar do Connor. Ela era tão cheia de vida e parecia ser tão correta. Mas eles são assim, abusadores são lobos em peles de cordeiros. 

_ Ela fez  essas coisas com você não por que me amava, ela fez porque é um ser humano podre. Você era só uma criança que necessitava de amor, carinho, cuidado e orientação.  - Digo e vejo ele sorrir de lado.

________________Por Connor _____________

Paramos em frente à um consultório.  Eu não conheço o psicólogo, mas meu pai disse que Olivia faz acompanhamento por ele. Meu pai perguntou se eu queria vim sozinho, mas eu quero que ele saiba tudo que aconteceu de uma vez, porque todas as vezes que eu sair por está porta não irei mais falar sobre o assunto, não deixarei mais o meu passado me definir. Eu quero construir uma família ao lado de Aaron e Myla.
Entramos pela porta e um homem de cabelos brancos e bengala está nos esperando.

_ Muito prazer sou Greg. - Se apresenta ele estendendo a mão.

_ Muito prazer sou Connor. Este é meu pai John. - Observo meu pai pegar na mão do homem. Greg caminha até sua sala e o seguimos. A sala dele é branca e tem alguns quadros feitos de quebra cabeça. Tem um quadro em específico que gostei, é vários brinquedos.

_ Todo mundo gosta desse meus filhos que fizeram. Você tem filho Connor? - Pergunta ele ficando ao meu lado.

_ Não tenho, mas gosto de crianças. - Digo por fim. Eu adoro crianças e não sei muito bem porque. - Tenho dois irmãos pequenos. Lorenzo e Max.

_ Isso é muito bom. Então você com certeza será um bom pai. Você tem namorada? - Pergunta se sentando em um sofá enquanto eu e meu pai sentamos em poltronas. 

_ É complicado. - Falo sorrindo.

_ Pode me falar se quiser - Respiro fundo e olho para meu pai.

_Na verdade tenho um namorado e nos temos uma namorada. - Vejo o psicólogo arregalar os olhos e depois soltar uma gargalhada.

_ Nunca conheci ninguém polegâmico.  - Diz ele por fim - Mas você sempre teve essa necessidade?

Refleto sobre essa pergunta e não sei como explicar. Como vou explicar que aos 3 anos de idade sempre assistia minha mãe fazendo sexo com mais de 2 pessoas? Não que eu acredite que isso tenha algo haver.

_ Tudo bem. Que tal começarmos com algo mais simples? Por exemplo quero que me conte como está sendo conviver com seu pai. - Essa até que é uma pergunta fácil.

_ Legal. Eu gosto dele. - Falo e vejo meu pai sorrir.

_ Entendo. Mas como se sente? - Eu não consigo responder isso. Como me sinto. Abaixo a cabeça e tento pensar um pouco.

_ É um sentimento estranho na verdade. Passei 20 anos esperando por ele e quando o conheci me senti um intruso. - Meu pai franze a testa.

_John como foi pra você? - Pergunta ele olhando para meu pai.

_ Bom, eu sempre achei que esse momento iria chegar.  - Olho para ele confuso - Eu sempre tive em minha disposição várias mulheres, sem contar o fato de não ligar muito pra camisinha. - Diz ele rindo.

_ Então você achava que era possível ter um filho em algum lugar? - Pergunta Greg

_ Sim. Eu só fiquei surpreso com a forma que tudo aconteceu. Então você não precisa se sentir um intruso, por que diferente do Max você sempre foi aguardado. - Diz meu pai olhando em meu olhos. - Eu sei que ainda não temos uma ligação de pai e filho, mas eu quero ter. Eu amo você  Connor

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