Capítulo 25-Medicina é enfrentar desafios.

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Jackson Fremont

Eu estou em minha sala, assinando uma alta quando meu pager toca. Isso
acontece constantemente, mas este me preocupa mais do que a maioria.

Joshua Cox estava de volta ao hospital.

Eu termino com papel e entrego a Charles em sua sala. Ele estava com os familiares de algum paciente.

— Lúcia Romero. Lembre-se de marcar com ela um dia para retornar para uma reavaliação. —Eu digo sobre meu ombro enquanto vou para porta.

Eu tento não deixar transparecer minha preocupação quando chego a emergência, mas caramba, um segundo abalo tão cedo é uma má notícia para o cérebro do garoto.

E seu futuro.

Eu paro no posto de enfermagem e eles me passam o gráfico e eu me assusto. Eu posso ver os pais de Joshua ao pé de uma cama no canto. Dandara é quem está fazendo um exame físico rápido no garoto.

—  Vamos colocá-lo na urgência, por favor. — Eu entrego o gráfico de volta.

Eu forço uma exalação lenta antes de me aproximar. Eu dou aos pais um aperto de mão rápido antes de higienizar minhas mãos.

— Está consciente, mas identifiquei surgimento de nistagmo¹horizonto-vertical e anisocoria² com midríase³ e ausência de reflexo fotomotor à direita. Pressão alta, diagnóstico de otite média aguda, e ele reclama de sensação de formigamento, zumbido no ouvido, dor na cabeça e costas que irradia para as pernas. — Dandara informa enquanto se afasta para me dar espaço.

Eu deslizo minha lanterna do meu bolso e dou uma olhada rápida nos olhos de Joshua enquanto eu pergunto a ele o que aconteceu.

— Eu não sei. —Ele fala devagar. — Eu estava jogando basquete. Havia um menino na minha frente. E ele, e ele e... ele... eu pensei que ele ia...eu fui para o chão...eu não vi...

Seu relato é desconexo e bagunçado, e não apenas de dor ou medo.

— Nós dissemos à escola que ele não podia fazer esportes. Mas não é algo que possamos ter controle de qualquer maneira. As crianças não se lembram, e nunca há uma supervisão escolar suficiente.—Disse sua mãe sobre o meu ombro, e eu aceno.

Eu olho para Joshua novamente.

— Vamos internar você novamente, amigo. E fazer novos exames. Seu trabalho é descansar tanto quanto possível, ok? Em horários específicos continuamos com nossa maratona.

Ele sorri e deixo Dandara cuidando dele enquanto chamo os pais e começo a explicar o que  vem a seguir. Mais testes, para começar. Pelo menos alguns dias no hospital. Eu controlo o tom da minha voz e respondo as suas perguntas, evitando dizer algo que aumentem o desespero deles.

—OK, estamos esclarecidos. Precisam de alguma coisa hoje?

O pai de Joshua esfrega sua testa.

— Basta dizer-nos que meu menino vai ficar bem.
— Nós vamos cuidar dele. — É a minha resposta padrão.

E é a verdade. Mas não é a resposta que ele está procurando. Eles estão com medo, e há muita razão para isso.

— Eu sei que o protocolo para a
concussão é descanso, mas ele precisa de uma tomografia computadorizada.— Dandara diz quando estamos na privacidade da minha sala.
— Nós fizemos isso da primeira vez.

Ela me dá um olhar confuso.
— Ele já esteve aqui?
— Foi o que eu acabei de dizer, não foi? —
Digo com os dentes cerrados.
— Oh. Os pais não mencionaram que era a segunda vez na emergência. — Ela diz baixinho — O que a tomografia mostrou?
— Nada incomum. Apenas uma lesão leve devido a pancada.
— Os sintomas eram os mesmos?
— Não havia a otite média aguda, nem dor irradiante nas costas e o surgimento de nistagmo horizonto-vertical e anisocoria com midríase. — Eu digo e medito em minhas palavras.
— Pode ser labirintite tóxica/infecciosa. — Ela diz.
— Ou alterações celulares. — Observo.

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