Capítulo 74-Seja como o mar.Firme, forte e que sempre esteja preparado para tudo

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DANDARA SCHILLER

— Você vai lá para fora? — Peter pergunta, suavemente.

Eu fico perdida momentaneamente, mas encontro meu controle. Em seguida lambendo meus lábios secos, eu consigo dizer: — Sim, aqui está limitando meus pensamentos.

Peter sorriu e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Todos os pequenos cabelos da minha nuca se eriçaram. Havia algo frio por trás de seu sorriso. Assustador. Sinistro. Eu via claramente agora.

— Eu entendo, mas eu acho que a varanda pode funcionar também não é? Há bastante ar fresco. E não seria bom para as pessoas verem você toda suja de sangue. O tiro já deve tê-los assustados o suficiente.
— Oh verdade. — Eu digo em um tom muito mais agudo do que eu pretendia.
— Ok, você vai tomar seu tempo e tentar organizar seus pensamentos e eu vou verificar se Wes já está à caminho— Ele disse, liberando meu braço. — Certo?
— Claro. — Eu cambaleio para trás, buscando colocar distância entre nós.

Eu estou desesperada pensando sobre o que fazer.

O que um a gente deve fazer nessa situação?

Eu sei que se correr para porta, ele estará ao meu lado como um raio, e terá vantagem para me derrubar no chão.

Eu preciso ser racional.

Eu coloco minha mão no meu bolso e me acalmo um pouco quando encontro meu celular. Era isso. Tudo que eu precisava era ligar para alguém.

— Eu prometo não demorar. Você fica de olho nela? — Eu aponto para Lucy.

Peter acena. Eu não penso sobre o que ele pode fazer com Lucy, tudo que eu quero agora é ter certeza que alguém virá nos socorrer e rezar para que ele não a mate. Eu estou tão focada nesse pensamento que não tomo cuidado por onde ando e acabei tropeçando em uma mala, caindo com os joelhos no chão.
— Eu sou tão desastrada.

Eu estava prestes a me levantar, mas Peter me assustou se movendo rapidamente para o meu lado, me içando do chão.
— Eu ajudo você— Ele disse e quando me virei para ele e meus olhos encontraram os dele, eu vi um flash rápido de raiva.

Ele sabia. Droga. Ele sabia.

— Você se machucou? — Ele colocou sua máscara novamente.

Eu tomei uma respiração profunda.

— Não, obrigada— Eu disse, tentando parecer casual.
— Que bom. Eu vou ligar para Wes novamente.

Com um pequeno aceno, eu me virei para ir para a varanda. O suor desliza pelas minhas costas enquanto eu abro a porta, engolindo o máximo de ar possível, disposta a seguir em frente. Eu fecho a porta por fora e então verifico se alguém está próximo. Mas então lembro que não há ninguém nos quartos ao lado e que dificilmente as pessoas lá em baixo irão me ouvir e ajudar antes que Peter me mate.

Mergulho minha mão para pegar meu celular e a primeira coisa que eu vejo é a chamada perdida de Peter. Foi esse filho da puta que atrapalhou minha conversa com Paul.

Desgraçado.

Eu não tenho tempo para me debruçar sobre isso porque meu celular começa a tocar e meu coração acelera, batendo dolorosamente em minhas costelas. Eu engulo de
imediato quando leio o nome na tela.

Dr. Peter.

Em seguida eu ouço sua risada. Muito perto. Ele provavelmente está bem próximo da porta da varanda porque eu vejo quando a maçaneta da porta se move, reagindo à força que Peter deve colocar do outro lado.

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