Na batida do teu coração

Capítulo 30- Ou muito quente ou muito frio. Difícil aceitar viver sob seu humor

DANDARA SCHILLER

O tempo voa ao longo do dia. Quando chega a noite, sinto como se tivesse corrido uma maratona. Na hora do jantar, Blair senta na minha frente no restaurante do hospital.

— Onde diabos você esteve a tarde toda?
— Ela pergunta, pegando sua maçã e rolando-a em suas mãos.

Olho para baixo em sua bandeja onde tem apenas uma fruta. Eu riria de sua estranha combinação, mas sei que com o dia do seu casamento chegando ela está
sempre com uma dieta estranha, então é melhor deixá-la em paz.

— Não te vi no almoço. Senti sua falta, nós sempre almoçamos juntas. —Ela acrescenta.
— Me desculpe. Estou sobrecarregada, foi um dia agitado na emergência, então eu estive realmente ocupada toda tarde.
— Oh, certo. Eu fiquei no andar de tratamento hoje. E por falar em muito trabalho, acabei de olhar o cronograma. Você está em uma escala de seis dias comigo.
— Eu vi isso esta manhã também. Já temos três dias, então estou lhe dizendo
agora que, no sexto dia, preciso de uma social e bebidas.
— Oh, você pode ter isso. —Sua expressão se ilumina em alegria — No próximo domingo é aniversário de Wes e estou querendo fazer uma supresa. Será apenas amigos, você vem né?

Eu olho de volta para a minha amiga, que agora está se concentrando intensamente em sua maçã verde, e imediatamente sinto que ela não levaria bem uma negativa. Eu não tenho outra escolha à não ser ir.

— Sim, eu vou estar lá.— Confirmo depois de engolir o resto da minha sopa.
— Você pode levar sua irmã, eu adoraria vê-la novamente. — Ela diz.
— Tenho certeza que Nicole também iria gostar, mas ela está voltando para casa amanhã. Infelizmente aconteceu um imprevisto na faculdade e não há como estender mais sua permanência aqui.
— Que pena. — Ela finalmente morde sua maçã — E você vai mesmo ficar sozinha naquela casa?
— Sim.
— Tem certeza, as reforma não estão atrapalhando? Você sabe que pode ficar lá em casa quanto tempo quiser. Pode ficar com meu quarto, eu durmo mais na casa de Wes de qualquer forma. E Rose não se importaria nem um pouco, na verdade ela amaria ter outra garota na casa.
— Muito obrigada pela oferta, mas eu estou bem. Não se preocupe.
— Claro que eu me preocupo. Você é uma mulher nova na cidade, linda e irá morar sozinha. É triste mas é receita para o perigo.  E embora St. August não tenha muitos índices de violência, você agora ja deve saber que o que aconteceu com a família de Jack deixou todos na borda. Não podemos abaixar a guarda.

Eu suspiro com a lembrança da tragédia fazendo uma dor perfurar meu peito.

— Eu entendo, foi uma tragédia horrível. Mas eu tenho segurança suficiente. —Eu asseguro — Blair, você sabe porque ele continua na casa?
— Não, eu não sei. Tentei por várias vezes conseguir a resposta com Wes mas ele sempre muda de assunto.

Balanço a cabeça em entendimento. Termino minha sopa enquanto conversamos sobre outros assuntos. Voltamos para o trabalho alguns minutos depois, e enquanto Blair volta para o andar de tratamento, eu vou para minha sala. Surpreendentemente, encontro Dr. Fremont sentado em minha cadeira. Ele está olhando para um papel com uma expressão de intensa concentração.

Eu limpo minha garganta mas ele não move um centímetro.
— Hm...eu posso ajudá-lo em alguma coisa Dr. Fremont? —Eu pergunto.
— Minha sala está interditada. Há uma suspeita de infecção por C-difficile em um funcionário da limpeza. Todas as salas que ele esteve está passando estão passando por esterilização
— Oh, entendi. Eu acho que posso ficar na sala de Blair, ela ficará o platão todo no andar de tratamento.— Digo e ele acena.
— Você quem sabe.

Maldito. A sala era minha e ele nem se dignou a tentar fazer isso menos autoritário.

Eu começo a pegar as coisas que vou precisar e estou indo para porta quando ele me chama.
— Sim? —Eu me viro.
— Eu ficaria muito agradecido se você pudesse levar essas flores também. O cheiro enjoativo acionam meus
sensores de alergia.