DANDARA SCHILLER
Paul está morto!
E a culpa é minha. Minha.
Agarrando seu braço, eu entro em pânico, empurrando-o.
— Paul? —Agitando seu braço, murmuro com medo: — Paul, respire. Paul, vamos lá.
Eu pairo sobre seu corpo sem vida, agarrando os ombros e sacudindo-o
profusamente, implorando mais alto: — Acorda. Respire!— Lágrimas queimam meus olhos, e eu engasgo com minhas próprias palavras. — Acorde, Paul! Eu sinto muito. Oh meu Deus, eu sinto muito por culpar você. Por favor, acorde!Seus olhos ainda estão bem abertos, mas não há nenhum movimento. Eles estão congelados, fixos no local, e totalmente escuros.
— O que eu fiz?
Eu encaro Lucy que está estranhamente silenciosa, quase em estado catatonico. A culpa gira e infecta cada veia dentro de mim. Corroendo, calafrios raspam minha pele como lâminas de barbear. Um som que me recuso a deixar sair queima o meu peito.
— Dandara, sinto muito — Peter estende a mão para me puxar para seus braços mas eu forço meu corpo para trás.
— Não. Que merda Peter. Não era para ser assim. Que caralho você tinha na cabeça?Peter fica em pé lentamente, ele vira um pouco o queixo, obviamente confuso com minha acusação.
— Eu já te disse... Eu pensei que você estava em perigo.
— E quando eu falei que você deveria matá-lo? Era para impedi-lo de outra forma. E de onde você arranjou essa arma? Não conversamos sobre armas.Os olhos de Peter se enchem estão de surpresa e... dor.
— Eu tenho porte e sempre ando com uma no carro. E você disse que ele poderia ser perigoso, então achei que todo cuidado era necessário.
— Mesmo? Porque você acabou com tudo. Você fodeu com tudo. E você matou um homem inocente.Sua expressão torna-se distorcida pela incredulidade, e acho que percebo suas narinas se alargando.
— Homem inocente? Não, ele não era inocente.
— Claro que era. Tão vítima dessa história como qualquer outro. Você ouviu a conversa?
— Sim, e ele definitivamente não era inocente. Ele participou de tudo. Escondeu a verdade quando poderia ter acabado com isso muito mais cedo. Paxton não estaria entre a vida e a morte se ele tivesse omitido tudo.Eu fico de pé bruscamente e eu o olho nos olhos.
— Então esse tiro se tratou de uma vingança?Ele balança a cabeça com um movimento brusco e nervoso. Ele começa a andar de um lado para outro e então põe as mãos na cabeça, passando-as pelo cabelo com força. Ele olha para mim com olhos cheios de lágrimas
— Você está acha mesmo isso? Eu tentei salvá-lo apesar de tudo.Ele continua andando, seu rosto cada vez mais carregado de dor e negação.
— Apesar de tudo o que? Paul omitiu por medo. Quem está por trás disso tudo é muito perigoso.
— Medo ou não ele foi um covarde, colocando muitas pessoas em risco.A primeira de suas lágrimas escorre por um lado da face, e ele instintivamente a enxuga, furioso.
— Eu sei, mas...
— Mas nada, Dandara. Você é muito ingênua e esse é seu maior defeito.—Ele grunhe, com os dentes à mostra. Seu olhar para mim é confuso, magoado e furioso. — Eu nunca deveria ter vindo aqui com você.Ele desaba na poltrona, com as pernas abertas, o tronco inclinado para
a frente, a testa apoiada na mão. Outra lágrima escapa de seu olho, mas desta vez ele não tem cabeça para pensar em enxugá-la.Droga.
Cerro os dentes, engolindo minhas próprias lágrimas. Aperto os dentes com tanta força que sinto a pressão no meu crânio. Então me sento na poltrona mais próxima também.
O silêncio enche o quarto e eu reflito sobre a situação. Peter tem motivo para estar nervoso e magoado, um homem acabou de morrer em suas mãos. E eu estou piorando as coisas tentando condená-lo unicamente como o responsável.
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Na batida do teu coração
RomanceA doce e delicada Dandara Schiller conhece muito bem e ama o sabor de ter uma vida estável. A beira de se tornar uma médica bem-sucedida e casar com seu namorado de adolescência, ela tem a vida profissional e amorosa nos trilhos, sabendo bem como li...