Capítulo 45-Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la

846 112 6
                                    

DANDARA SCHILLER

Eu me sento na varanda, observando alguns pássaros cantando nas árvores ao redor. E eu estou mais chateada do que eu estive em muito, muito tempo.

— Raio de sol...

Eu ignoro o meu estúpido irmão cabeça-dura e continuo encarando as árvores.

— Dan, eu sinto muito.
— Eu espero que sinta mesmo!— Eu salto em pé e o empurro no peito, duro, mas ele não se mexe ou se move.

Genética de homens maiores malditos.

— Eu não sou um bebê, Luan. Você não deveria te me tratado daquela forma.
— Você é o bebê, raio de sol— Ele cruza os braços sobre o peito, parecendo todo mais velho e experiente.

Claro que ele já precisou lidar com alguns tapas femininos.

— Eu não sou um bebê. Eu sou uma mulher adulta, bem realizada profissionalmente e dona do próprio nariz. E não se esqueça que eu sou a mais velha aqui. Você não tem que me proteger de qualquer coisa. Eu que devo proteger você.

Ele franze a testa.

— Me desculpe se eu te magoei.
— Magoou muito. Você me envergonhou. Me acusou de ser como uma prostituta estúpida.
— De jeito nenhum— Ele responde com o choque.— Eu nunca pensaria isso, e eu sinto muito se pareceu assim. Eu só fui pego de surpresa. Não imaginava que vocês já estavam...você sabe.
— Onde está escrito que só posso transar depois de uma porrada de tempo? Eu não fiz nada além do que julguei ser certo. Eu sou uma filha e irmã malditamente boa, e eu sou malditamente boa em meu trabalho, e foda-se, se eu quero transar com um homem eu fodidamente vou fazê-lo quando eu quiser!— Eu estou andando para lá e para cá agora, com um dedo no ar, apontado para o meu irmão idiota.
— Você está certa.
— Claro que estou. Quero dizer, não é como se Jackson fosse um fodido assassino em série, pelo amor de Deus! Ele é um cara bom.
— Eu sei.

Finalmente, eu paro e encaro Luan.

— Você está concordando comigo.—
— Eu estou.— Ele balança a cabeça e me oferece aquele sorriso que faz com que eu não possa ficar brava com ele por muito tempo.
— Por quê?

Ele dá de ombros e me puxa para um abraço.

— Eu não gosto de te magoar, ou chatear. Eu sei que você é mais velha mas eu nunca pude suportar vê-
la de outra forma senão como um bebê.

Eu reviro os olhos.

— Por que você está concordando comigo?— Minha voz está mais
calma agora, resignada.
— Seu doutor me colocou no meu lugar.— Ele ri e se afasta de mim. — Eu acho que ele pode ser bom para você.
— Mesmo?
— Mesmo. E eu eu vou fazer um esforço para ficar bem com ele por sua causa. Vou tentar esquecer que vi ele chupando o rosto da minha irmã.— Ele estremece drasticamente, fazendo-me rir.
— Obrigada.— Eu o abraço mais
uma vez.
— Eu não ficaria tão sossegada assim. Você sabe, Deive e Nicolas são outro nível.

Eu gemi.

— Eu vou pedir para eles serem delicados com Jackson.

Luan deu uma gargalhada.

— Sim e jacarés irão voar para fora da minha bunda no dia que Deive e Nicolas forem delicados.

Eu afundo meu rosto na camisa do meu irmão gemendo novamente conforme imagino a confusão que será. Isso porque não adicionei meu pai na equação.

Meus dedos massageavam as minhas têmporas.

Eu precisava estocar o Tylenol pelos próximos meses.

Na batida do teu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora