Capítulo 66-Agora que o nosso caminho se cruzou, ele jamais irá se separar.

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JACKSON FREMONT.

Enquanto o dia amanhecia lá fora, eu estava deitado no banco da minha cela, encarando o teto. Contar o número de rachaduras no gesso foi o jeito que encontrei depassar o tempo. Fazia vinte e seis horas desde que o detetive invadiu a minha casa e enviou meu mundo em uma espiral fora de controle. Eu sabia que provavelmente eu teria umas cinco noites na delegacia até que provasse minha inocência, duas na melhor das hipóteses.

— Ei, Jackson. — Ao som do meu nome, eu tirei olhar do gesso do teto para ver Wes parado do outro lado da minha cela. Ele estava segurando uma grande caixa de papelão.
— O que é isso? — Eu perguntei quando me levantava do banco.

Wes suspirou.

— Eu estou sendo afastado da delegacia por um tempo.

Estreitei os olhos.

— Por que diabos?
— Eu dei à sua advogada a autorização para ter acesso a filmagens de todas as câmeras de trânsito da cidade.— Ele afirmou, sorrindo.
— Por que você fez isso?
— Porque pode te ajudar. Noemi é uma boa advogada e eu sei que ela vai encontrar algo.
— Então você me ajudou e Madison o está pondo para longe?
— Faça-me o favor! Aquele velho não tem autoridade para isso. Mas o promotor público tem. Ele me ligou e pediu para eu me afastar até o caso ser encerrado. Não fiquei surpreso, Madison não está poupando esforços e nem conhecimentos para conseguir te mater preso. E isso significa que ele não tem o controle que gosta de demonstrar.
— Sinto-me péssimo, Wes. Você foi estúpido quando arriscou seu emprego.

Wes sorriu de novo.

— Eu não me importo com a punição. Para mim o importante no momento é tirar você daqui. Eu não ficarei parado vendo meu melhor amigo ser injustiçado.

Estendendo uma mão, ele colocou em meu ombro.

— Nós vamos te tirar daqui, Jackson. Mas enquanto espera, tente não ficar mais rabugento, ok? — Ele brinca para aliviar a tensão no ar.

Eu bufei. Ele ri, e depois de olhar para a direita e para a esquerda, ele disse baixinho. — Como eu sabia que isso seria difícil, usei meu último minuto de poder aqui dentro pra permitir uma visita para te adoçar.

Eu não preciso perguntar quem é. Um flash de cabelo preto tem o meu coração batendo e eu me apresso para as barras, assim que o olhar de Dandara encontra o meu. Eu não sabia que precisava tanto vê-la até agora.

— Obrigada, Wes — Ela agradece e vem para perto.

Suas mãos se movem primeiro sobre meu rosto, em seguida pescoço, peito, e para meus braços. Uma mistura de emoções se desenrolava no rosto expressivo de Dandara. Ela estava tremendo, seus olhos tinham marcas escuras abaixo deles, e suas roupas estavam enrugadas além da crença. E ela parecia completamente cansada.

— Nós só temos dez minutos — A dor de sua voz faz tudo dentro de mim doer.
— Está bem. Ver você já é suficiente.

Ela inclina a cabeça, apertando os olhos. Um pouco de ar vem de seus lábios e seus ombros caem um pouco.

— Eu sinto muito, Jack.
— Pelo quê?
— Isso tudo é um erro. Eu ainda custo a acreditar que isso esteja acontecendo com você.
— Ei, você não tem culpa. Alguém armou para mim.

Ela estuda a cela, observando claramente as poucas câmeras estrategicamente colocadas e apontando para nós.

— Você tem alguma ideia de quem possa ser?

Eu nego. Um brilho enlouquecido se estende através de seu belo rosto.

— Lucy claramente está envolvida. E fui eu quem trouxe ela até você. — Ela diz e seus olhos se enchem de lágrimas e avermelham em redor.

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