Capítulo 46-Comunicação é mais que informação

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JACKSON FREMONT

Assim que começo o trabalho de domingo, vou direto para fazer uma visita a Joshua antes de liberá-lo. Bati na porta do quarto e a Sra. Cox quem atendeu. Joshua estava sentado na cama brincando com algumas miniaturas dos personagens de Harry Potter. Dandara estava ao seu lado e demorou para eles perceberem que eu tinha entrado.

— Olá, campeão! — Aproximei-me da cama dele. — Vim ver como você
está.

Ele ficou me olhando sem dizer nada.
— A audição está diminuída. — Dandara explicou. — Chegue
mais perto e fale pausadamente.

Cheguei bem perto e acariciei
o cabelinho de Joshua e então repeti devagar.

— Olá campeão! — Ele sorriu para mim. — Vim ver como você está.
— Eu estou um pouco enjoado. — Sua fala mais alta do que de costume devido asurdez. — Mas eu fui bem naquela máquina. Mamãe disse que quando passar o enjoo vou poder ter um sorvete.

Sorri e beijei sua testa.

— Sim. Você merece um sorvete bem
grande por ter se comportado tão bem!
— Oba! Um bem grandão? — Questionou animado.
— O maior de todos! Quando se sentir melhor me avise e teremos uma avalanche de sorvete!

Ele sorriu e concordou, arrancando um suspiro profundo dos seus pais.

— Olhando assim meu garotinho parece tão saudável— Sr. Cox me disse com a mão em meu ombro.

Concordei. Fico no quarto por mais alguns minutos tirando dúvidas dos pais enquanto Dandara brinca com Joshua. Mas tarde nos encontramos na minha sala e ela está esperançosa.

— Eu acredito que a surdez pode ser superada.— Ela diz.
— As chances são positivas, mas não podemos descartar que ainda é uma incógnita. Precisamos esperar o fim do primeiro ciclo.
— Daqui três semanas.
— Exato. Antes disso tudo pode mudar.

Ela concorda então mergulhamos no silêncio. O tipo que forçou meus tímpanos e me fez sentir como
se tivesse levado um forte golpe na cabeça.

Como sempre ela foi o primeiro de nós a encontrar a voz.
— Você é muito bom com Joshua.
— Ele é especial.
— Sim, ele é. E a maneira que você interage com ele me faz pensar que você será um bom pai.

Eu achei graça nisso, então resolvi provocar ela um pouco.

— Apenas se você fosse a mãe.

Leva um momento para ela registrar o que eu disse. As palavras realmente atacam como uma chicotada e a atordoam.

— O que?
—  Eu só consigo concentrar no meu lado bom quando você está por perto. Então, para eu ser um pai bom você teria que ser a mãe dos meus filhos.

Seus lábios se apertam e suas sobrancelhas franzem. Mas então Dandara se inclina também e seus lábios estão tão perto do meu que eu poderia prová-los.

— Eu estou amando esse seu romantismo, mas ainda não decidi se pretendo ter filhos, doutor. — Ela diz, seus lábios cor-de-rosa se torcendo em um sorriso.

Eu levanto uma sobrancelha. Uma revelação interessante.

— Não? Eu pensei que você fosse a garota dos contos de fadas.
— E eu sou. Mas os contos de fadas normalmente terminam com o casal felizes para sempre. Não há citação de filhos.

Eu sorrio para ela. Seus olhos estão brilhando e meu coração chocalha. Essa mulher é um problema tão grande para mim. Ela me distrai quando eu preciso ficar focado no lado profissional.

— É uma pena. Eu adoraria vê-la com um barrigão.— Eu digo.
— Se você continuar me alimentando todas as manhãs, você verá em breve. — Ela brinca antes de jogar a pergunta para mim— Mas e você, pretende ter filhos?
— Nunca pensei realmente sobre isso. Mas descobri recentemente que o futuro da minha genética depende de você. — Digo e ela sorri.
— Você está começando a jogar duro.— Um desafio dança em seus olhos.

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