Bastante

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Demi

— Eu não faço ideia como pagar essa divida com o banco. As coisas saíram do meu controle, Nena! — Ele choramingou enquanto me observava de frente a ele. Estávamos sentados na imensa mesa de reuniões que ainda estava ali, mas que já não era ocupada a meses. 

— Quantas vezes eu pedi para você não pagar as dividas de Adam com aqueles imprestáveis? — Esbravejei assim como ele estava estressada e cheia de tarefas pendentes. A ida com Sophie ao médico me atrasou. — Você não me escutou, Will! — Falei calma, por conta do seu olhar cabisbaixo diante ao meu.

— Não iria colocar nossa família em risco! — Ele se defendeu enquanto recolhia seus papéis e fugia de mais uma discussão sobre dinheiro e economias. — Se tratava de duas crianças em perigo. Cloe e Sophie não precisavam pagar pelos erros do pai. — Me senti mal por questiona-lo, mas não baixei guarda. Estava devidamente atarefada e não tinha tempo para meus pensamentos e nem para as queixas dele. — Sophie não precisava passar por isso, foi a solução que encontrei. Eu te escutei, Demi, só não pude concordar com você. — Meu esposo bateu as folhas a mesa e me encarou.

— Demi, registramos o... — Antes que pudesse pensar em algo, minha atenção foi diretamente para Petra adentrando a porta. Indiquei para que continuasse. — Registramos o álbum de Isabela no teu nome? — Eu a encarei fundo e me senti meio sem jeito, pois não tinha me recordado de fazer isso. Já era para estar feito. — Como ela...

— Não, registre no próprio nome de Isabela! — A interrompi e vi meu marido caminhar em direção a porta. — Ela quem escreveu as músicas e designou o álbum... pensei que você já tivéssemos feito isso! — Wilmer me encarou meio sem jeito e eu voltei a Petra. Ele sabia o quão estava sendo difícil no último ano.

— Estou fazendo neste exato momento, mas estou cheia de coisas... parece que terei que levar ao local, não estão aceitando online! — Ela falou enquanto mantinha sua cabeça em outras tarefas também.— É muito difícil e eu estou sozinha! — Voltei a encarar a única pessoa que estava realmente me ajudando com tudo.

— Não se preocupe, Petra! — Me compadeci com sua sobrecarga. Encarei Wilmer. — As coisas irão melhorar! — Suspirei ao voltar ao trabalho encarando a tela do meu antigo computador. 

— Vocês conseguiram resolver as coisas no hospital? — Petra perguntou ainda preocupada com Sophie. — Você não acha um absurdo deixar ela sair assim com seu carro, ela acabou de chegar e passou por tudo que passou...  — Apesar de ser minha funcionário, Petra era minha amiga e ela tinha total liberdade para falar o que pensa comigo. Eu havia comentado com ela sobre o que estava acontecendo com Sophie assim que ela saiu. Precisava de outro ponto de vista sobre a situação. — Depois do que você me contou a cabeça dela deve estar em chamas, tipo ela foi drogada! 

— Como assim drogada, Demi? — Wilmer que estava a porta prestes a sair se voltou a mim. 

— Eu não comuniquei ela... — Encarei Petra sobre o olhar julgador de meu marido. — Nem você! — Me virei a ele que se sentou de volta a minha frente.

— Demetria! — Me repreendeu.

— Sei como adolescentes são e talvez ela tenha usado alguma coisa porque ela realmente quis... eu irei...

— Demi, você quer me dizer que... — A mulher a nossa frente estava devidamente assustada.

— Foi encontrado em seu organismo uma espécie de droga não identificada! — O interrompi.— Você sabe como essas festas funcionam e talvez seja por esse motivo que ela não se lembra do que aconteceu! — Petra não sabia da parte em que minha filha não se lembrava de ter feito sexo, as duas conversaram sobre a primeira vez, mas ela não tocou nesse assunto e nem eu tocaria.

i need you to get lostOnde histórias criam vida. Descubra agora