Cachinhos Dourados

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Notas da autora: Desculpa postar a uma da manhã, estou viajando e foi o único tempo livre, espero que gostem.
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POV ANY GABRIELLY

Em meio aos casais dançando, em meio as conversas, e aos garçons passando, pude ver Josh me cumprimentar com a cabeça, como se eu fosse apenas mais uma convidada qualquer, não a pessoa mais conhecida no reino e com certeza a que tem mais graça que ele.

Fiquei ali, remoendo meu ódio, observando Josh virar seu maldito queixo perfeitamente esculpido em direção a Sabina e iniciar uma conversa com certeza entediante, e que ela ria apenas para não deixar o príncipe sem graça, afinal, qual senso de humor esse cara pode ter hein?

Fiquei alguns segundos vendo os dois deslizando pelo salão, e sentindo algo estranho em mim, neguei com a cabeça, e bebi um longo gole da minha champanhe:

- Que merda foi essa? Ele decidiu me fazer ficar quieta de uma vez por todas seduzindo a minha melhor amiga? - perguntei para minha irmã que comia uma espécie de massa

Nour: Ah irmãzinha- ela falou sorrindo limpando o canto da boca com um guardanapo - É fofo como você acha que tudo gira em torno de você

- Pois fique sabendo que...deveria

Nour: Isso, esse é o espírito, se quiser ser uma solteirona, está no caminho certo

Revirei os olhos, e voltei a prestar atenção na multidão, não precisei erguer muito os olhos para ver no centro do salão, Sabina e Joshua deslizando lindamente.

Minha amiga estava com um sorriso educado e encantador, mas, por algum motivo, ele não prestava atenção nela, e olhava por cima do ombro dela.

Minha amiga é muito interessante se quer saber, ele deveria se quer prestar atenção nela.

- Você acha que ele escolheria a Saby?- perguntei para a minha irmã que bebia uma bebida estranha azul

Nour: vai saber, ele é esquisito, pode ser, pode não ser, não vamos saber até o terceiro baile...ah, ali está...

Um escrivão das notícias locais, observando o "casal" dançando e rindo.

( Invasão da escritora : fala galerinha, seguinte, na idade média não existia os jornais como na nossa época, então, mais ou menos na região que hoje é a Itália, uma pessoa, que vamos chamar de escrivão para vocês entenderem, escrevia as coisas em placas, como notícias e afins, e colocava em praça pública, e anunciava para as pessoas, geralmente nas feiras de mercadorias e afins, estamos contextualizados? Ótimo, vamos voltar a história)

Eu sabia que minha amiga iria ser tema das notícias dos próximos dias, é isso? Esse era o plano? Usar a melhor amiga da filha do principal mercador para chamar atenção com um boato idiota de relacionamento? 

Deus livre Sabina de dominar o noticiário por uma semana!

Nour: Até que ele é bom nisso - ela comentou dando uma risadinha e bebendo mais da sua bebida azul estranha

Ignorei minha irmã, e tomei uma decisão, passar o resto da festa sistematicamente bêbada, e foi aí que chamei o garçom e peguei a maioria das taças de bebidas de sua bandeja.

Bom...eu nunca contei - nem nunca vou contar- para ninguém, mas vi Josh pela primeira vez quando tinha 14 anos. Eu só penso nisso quando estou bêbada.

Eu tenho certeza que vi o rosto dele estampado em pinturas na feira antes, mas aquela foi a primeira vez em que eu o vi de verdade.

Nour tinha acabado de fazer 15 anos, e gastou todo o seu dinheiro ganho em aniversário em pinturas da família real, para decorar seu quarto, já que uma das leis era ter algo que lembrasse cada cidadão a quem eles serviam e deviam obediência; lembro de roubar uma das pinturas a óleo do pequeno  príncipe.

Definitivamente era super realista aquilo.

Me lembro como se fosse ontem, a pintura mostrava ele e seu cabelo com cachinhos Dourados, grandes olhos azuis, um sorriso doce e meigo, montado em um imponente cavalo real. Devia ser uma pose espontânea, porquê não tinha como tamanha perfeição ser ensaiada, além do mais, é raro ver aquele poço de frieza sorrir.

No canto inferior da pintura, escrito em letras douradas : Príncipe Joshua, futuro rei de Eclipsia.

Eu não fazia ideia o que tinha me feito roubar aquela pintura, e nem porque eu mantinha escondida nas gavetas do meu guarda-roupa, e menos ainda porque sempre voltava para apreciar a imagem.

Me lembro de dedilhar os cabelos pintados e tentar adivinhar a textura daqueles caixos, e tentar ver se eram tão sedosos como os meus.

Com o passar dos anos, e das imagens mudando nas pinturas, eu tinha certeza que logo aquele inocente principezinho estava tomando forma e virando o futuro monarca daquele país, e que logo todas as grandes potências saberiam quem ele era.

Certas vezes me pegava olhando aqueles olhos azuis e canalizando toda a calmaria e frieza que eles me causavam, que estranhamente me mantinham entretida por horas, só olhando cada tom de azul que foi utilizado para fazer cada detalhe daqueles olhos. Eu juro que tentava ter a confiança tranquila que ele mantinha nas fotos, mas era impossível, eu era um furacãozinho, vivia correndo por ai, toda descabelada e suja de terra.

Mas então, chegou o dia em que eu realmente conheci o príncipe Joshua, em pessoa - ou que pelo menos trocamos algumas palavras frias e distantes - e foi aí que eu tinha entendido tudo errado, o menino lindo e sincero da pintura não era de verdade, o verdadeiro Joshua era bonito, frio, distante, sem graça, grosso e fechado. Essa era a pessoa por quem o reino caia de amores e insistiam em dizer que eu seria a esposa ideal, ele se achava superior, melhor do que tudo e todos, eu não conseguia acreditar que em algum dia quis namorar alguém como ele.

Eu continuava ali, bebendo qualquer líquido estanho e com cheiros fortes que me ofereciam, alternando em pensar nisso e em pedir mais taças, eu juro que tentava não pensar o quão ridículo o príncipe era, mas, era impossível ver o mesmo dançando varias músicas com sua melhor amiga e não sentir nenhuma pitada de ódio.

Estava rodopiando pelo salão, dançando sozinha por efeito do álcool, quando avistei uma figura loira parado em frente ao bolo da festa, tomando uma taça de champanhe.

É, o Joshua de novo, observando suas irmãs dançarem juntas no meio do salão, enquanto bebericava sua champanhe.

Ele tem aquela cara de tédio, como se tivesse algo mais útil para fazer do que estar ali, porra a festa é para ele, e ele simplesmente fica com aquela cara de superioridade?

Ta, eu não posso negar que sou impulsiva, e adoro soltar minhas frases de humor ácido e duvidoso, então decidi ir até ele e provocá-lo, só para ter um mínimo de diversão, não me julguem, já sabem, a bebida entra e a verdade sai.

- Quando for se casar - falei com a voz alterada tentando me equilibrar nos saltos- é melhor contratar bobos da corte para sua rainha não ficar entediada, porquê com seu humor, qualquer um morre de tédio - falei rindo

Josh: Gabrielly...Any Gabrielly - ele falou com aquele sotaque insuportavelmente perfeito europeu

Não sei se era efeito do álcool, mas estranhamente aquele terno apertado dele o deixava irritantemente bonito.

Josh: estava me perguntando se teria a honra de falar com você, ou então, dançar, mas não sabia se você me morderia, afinal...anda igual uma selvagem, quem me garante que não seja uma?

- Olha só, parece que não vai ser seu dia de sorte dançar comigo, e morder....eu posso morder se quiser - falei rindo alterada

Josh: Não obrigado, dispenso, e, é, realmente uma ocasião histórica - ele concordou. Até o sorriso branco dele é radiante e imaculado, pronto para ser pintado em uma obra feita a óleo.

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Notas da autora:

Foi isso, espero que tenham gostado, mais uma vez me perdooem os erros, e não se esqueçam de votar.

Aiai gabrielly, tão normal roubar pinturas alheis aiai

Beijinhos doces, Milla <3

06/01/2022

Vossa Chatice Real - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora