Segundo Sol

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Notas da autora: Desculpa pela demora galera, eu fiquei numa onda de bloqueio criativo que só por deus, mas hoje me surgiu a criatividade novamente.
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POV JOSH BEAUCHAMP

5 dias depois

Fiquei a semana toda refletindo o que minha irmã disse, e..afinal, Quem é o verdadeiro Joshua?

Se nem eu sei, imagine outras pessoas, a real, é que eu queria poder ser livre, as vezes desejo não ser príncipe, queria poder usar vestes mais leves e simples, queria poder ter amigos, queria poder viajar, conhecer o mundo, conhecer pessoas, queria não ter esse fardo de ser o futuro rei.

As vezes, quando entro em crises existenciais, pulo a janela do meu quarto, e corro livre pela mata que fica atrás do castelo, adoro sentir o vento soprar contra meu rosto, adoro sentir a liberdade, adoro sentir a adrenalina quando corro, adoro sentir o orvalho da madrugada cair sobre mim, eu adoro apreciar as estrelas, em especial a mais brilhante, a estrela na qual era a favorita da minha mãe.

Ah minha mãe...definitivamente ela era o meu sol, a estrela mais brilhante, quem fazia meus dias melhores, e quem realinhava minha órbita...mas depois que ela se foi, tudo ficou uma bagunça, e me sufoquei, perdei totalmente o ar, me congelei, assim como o mundo irá ficar se um dia o sol morrer.

Meu sol morreu, e eu me congelei, e agora, espero o meu segundo sol para me esquentar, para realinhar as órbitas do meu planeta, espero uma segunda chance de me sentir aquecido e seguro, mas ao mesmo tempo, um sol que me faça ser a minha melhor versão.

Mas afinal, quem ou o que seria o meu sol? O que me traria de volta? Quem é o meu verdadeiro eu? Quem é o Joshua? Como vou saber? Como despertar o Josh que adormeceu com a dor?

Como e onde está a razão para voltar o meu ânimo de viver? Eu entendo o que a Sina disse, mas como vou deixar o meu eu ser exposto para o mundo, se tudo o que eu faço foi esperado por todos? Criariam expectativas para uma vida que eu não criei, criaram soluções e decisões que eu não quis, criaram uma persona para mim, e talvez seja mais fácil...

Talvez seja mais fácil ser o que todos esperam, pelo menos não teriam desilusões, não teriam decepções...talvez eu tenha tanto medo de me soltar que eu tenha pego a persona que criaram, e tenha me apossado dela...

Se tudo o que eu sou até hoje foi esperado, e agraciado, por que irei contrariar? Por que ser fora da curva se sei que vão se decepcionar?

Bom... se você espera decepção, nunca ficará realmente desapontado...não é? Então prefiro ser o que querem que eu seja, e apenas me decepcionar, do que ser o que eu realmente quero, e decepcionar uma nação inteira.

Eu sei que ser você mesmo exige coragem, exige determinação, e ousadia, se arriscar...e o futuro rei não pode esperar o incerto, não pode contar com o ouro antes do minério, não pode nem ousar em mostrar imperfeição.

Coisa que eu meio que já fiz, assim que o meu bolo caiu na festa.

Joalin: Joalin chamando Joshua, repito, Joalin chamando Joshua - sai de meus pensamentos quando ouvi a voz da loira junto com sua mão balançando em frente aos meus olhos

- Ah, oi, o que aconteceu?

Joalin:  Ah nada de mais, vim te chamar para receber a senhorita Soares e você me ignorou por longos segundos

- Ah sim...Espera, a selvagem já chegou?

Joalin: Chegou, e acho bom tratar a senhorita Soares bem, irmãozinho, porque nosso pai já não está feliz com você

- Eu sei azeda, eu sei, mas eu não tenho paciência com essa garota

Joalin: Pois é bom começar a ter, agora anda, sua melhor amiga chegou- ela falou com ironia saindo do quarto, juntamente comigo que fui logo atrás.

Desci a longa escadaria trabalhada em ouro do salão principal e caminhei lentamente até o jardim, a onde uma enorme carruagem estava parada.

Não me dei ao trabalho de ir até ela, logo um funcionário do palácio foi até ela, um filipino de Trinta e poucos anos, com um terno impecavelmente ajustado, bonito, e até que charmoso, com a barba bem aparada, e um sorriso simpático, coitado mal sabe quem tinha chego.

Cheguei um pouco mais perto apenas para observar melhor, e logo a cacheada saiu da carruagem, trajando uma calça de montaria bege, uma camisa social branca, aberta até o terceiro botão, um lindo colar em seu pescoço, azul, tão azul quanto meus olhos, cabelo preso em um rabo de cavalo baixo, e um sorriso forçado, acompanhado de um olhar cansado, arrastando uma mala.

Estranha como sempre, quem vem ao castelo e usa calças sendo uma mulher? Ninguém briga com ela pelas roupas? Como deixam ela escolher suas próprias roupas? E por que aquilo parecia moderno e estiloso além de seu tempo?

Bailey: Agente May, ao seu dispor senhorita- o homem diz, estendendo a mão para a cacheada terminar de dever do veículo - Espero que tenha sido uma viagem tranquila

Revirei os olhos encarando a mesma, que me olhava com certo desdém.

Any: A mais tranquila viagem que se pode ter quando se é obrigada a vir ao castelo

O homem entreabriu um sorriso sem graça no rosto e pegou as malas dela:

Bailey: A carruagem real é sua e do príncipe durante sua estadia - ele falou olhando para mim e para ela

Fiz que sim com a cabeça, e estendi a mão para ela, em sinal de "trégua" e boas vindas.

- Bem vinda de volta ao reino Lunar, senhorita Soares, esse é meu cavalariço, Bailey May, se precisar de alguma coisa, peça para ele

Ela apertou minha mão um pouco hesitante, e suspirou

Any: É um prazer príncipe, não exatamente como gostaríamos de estar passando o final de semana, mas fazer o que não é?

Bailey: Todos sabemos como estão eufóricos com esses eventos senhorita, não imagina o quanto, mas, tente ser mais convincente - ele falou sorrindo e saindo com as malas dela

Ela ficou me olhando por longos segundos, sem dizer uma palavra, e quando finalmente abriu a boca, o cavalariço apareceu novamente:

Bailey: Certo, é...a senhorita vai ficar nos aposentos de hóspedes do palácio, a ala leste do castelo, Amanhã vai sair em um passeio amigável com o príncipe e dar uma entrevista para o escrivão...agendamos uma sessão de pintura no estúdio. A tarde toda é das crianças órfãs enfermas, e depois a senhorita pode voltar para Solária

Any: Está bem

Está bem...não está nada bem, além de ter que passar o dia com ela, essa criatura vai ficar na ala leste também? A onde meu quarto fica? Essa é boa, muito boa mesmo.

Bailey: Agora, os senhores irão me acompanhar até o estábulo, um de nossos pintores estará presente para fazer registros do príncipe recebendo a senhorita no reino Lunar, então, tentem parecer felizes.

Claro, haveria pintores, por um momento eu achei que havia me enganado sobre como seria o fim de semana, mas agora parece mais o que eu havia imaginado.

Fomos em silêncio seguindo o homem até a carruagem real, na qual nos levou até o estábulo, que durante o percurso todo foi em silêncio.

May nos guiou o caminho até a beira do pasto, e eu segui o resto sozinho, indo para o vestiário colocar minhas roupas de montaria, para ficar condizente ao ambiente.

Logo que me vesti, montei em meu cavalo e fui galopando até a onde a cacheada se encontrava, sentada na cerca branca, perto dos cavalos.

Até que olhando contra a luz do por do sol, ela é bonitinha, e cheia de imponência, vestindo aquelas roupas politicamente masculinas, mas com um ar feminino por causa do enorme decote.

Tirei o capacete e a luva de montaria, e fim o cavalo parar:

Any: Eu vou vomitar em você

- Oi, Any...- falei negando com a cabeça- agora você parece...sóbria.

Any: Apenas para você, vossa alteza real - ela diz com uma reverência sarcástica.

- Muita gentileza da sua parte Gabrielly - falei descendo do cavalo e o amarrando na cerca para que o pintor pudesse ver o cavalo e pinta-lo

Any: que babaquice- ela falou descendo da cerca e me abraçando pela cintura meio rígida, para o pintor que estava a alguns centímetros de distância poder nos desenhar- vamos acabar logo com essa merda

- Se você está descontente com isso, não deveria ter armado aquele circo todo, e saiba que eu preferia ser levado a forca do que estar aqui com você - falei sorrindo entre dentes

Any: E eu preferia ser torturada do que estar do seu lado- falou sorrindo falso e encarando o pintor estática para não sair da pose

- fiquei sabendo que na sua aldeia eles são bons nisso- falei rindo

Any: Sinceramente, majestade, vai se foder

- Desculpa, não tenho tempo para isso - falei afastando a cacheada de mim

Bailey: Vossa alteza- o homem falou saindo de perto do pintor e vindo até nós - o pintor já tem os esboços, já é o suficiente para criar a pintura, se estiver pronto, a carruagem está a sua espera para lhe levar aos seus aposentos.

- Graças ao bom deus, não aguentava mais- falei fechando aquele sorriso forçado- vamos gabrielly, ainda não posso te largar aqui.

Ela concordou com a cabeça, revirando os olhos, e saindo andando mais na frente.

Dai-me forças senhor, porque se não eu surto.

Vai ser um longo final de semana...

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Notas da autora: Bom povo, foi isso, espero que tenham gostado, espero voltar logo com ideias ksks, e me contem, o que estão achando da fic? Dos personagens?

Não esqueçam de votar, e perdoem os erros.

Beijinhos doces, Milla <3

24/01/2022

Vossa Chatice Real - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora