POV ANY GABRIELLY
Rolei de um lado, rolei de outro, mas...a cada vez que eu fechava os olhos, me vinha aquela cena na sala de limpeza, o pânico dele, nossas mãos, o rei dizendo que alguém queria matar os três herdeiros...o sono não vinha de jeito nenhum, nunca que eu imaginaria que iria sair de casa e entrar no meio de uma guerra que não tem nada haver comigo.
Me levantei da enorme cama, e sai mais uma vez de camisola do meu quarto, mas dessa vez com destino ao quarto dele.
Andei descalça pelos corredores, e assim que encontrei a enorme porta, bati algumas vezes, até a imagem do príncipe apenas de calça aparecer na porta, cabelos bagunçados, calça de pijama e um peitoral totalmente exposto...
Devo dizer uau?
Não! Credo, coisa horrível.
Josh: O que você quer?
Pior vista que já tive em toda a minha vida, deus me livre ter um homem com o abdómen totalmente desenhado, com curvas e totalmente marcado.
Imagine que horror ter alguém com esses músculos totalmente marcados te abraçando?
Josh: Gabrielly diz o que você quer
Josh: Any?
Josh: Any gabrielly da pra me responder? - ele falou levantando meu rosto pelo queixo e me fazendo olhar seus olhos - o que você quer as duas da manhã?
- É....bem...eu...é...você...
Josh: Eu...o que?
- Ah sim, eu vim conversar com...é...
Josh: Se você não completar mais uma palavra eu fecho a porta na sua cara
- Vai por uma camiseta, agora, anda
Josh: E por que eu faria isso? - ele perguntou arqueando a sobrancelha
- Porquê está me desconcentrando
Josh: Ah está? - ele perguntou abrindo um risinho
- Não, não do jeito que está pensando...eu...é...
Josh: Já entendi gabrielly, entra, não vai ser legal se te verem de camisola na porta do meu quarto - ele falou rindo e me puxando para dentro do quarto, pegando uma blusa e vestindo
Para falar a verdade eu estava meio que me sentindo culpada por tudo isso, afinal, o tio dele não saberia da existência dele se eu não derrubasse ele no bolo.
Josh: E então? Vai me dizer o que quer?
- Ah sim...eu...vim pedir desculpas, eu acabei ouvindo o conselho e...me desculpa por estragar tudo...
Josh: Você...você não estragou tudo any
- Estraguei, assim como sempre estrago, sua vida estava ótima, e ai eu vim e Puff! É como se eu ascendesse fogos de artifício e chamasse atenção do seu tio
Josh: É...meio que foi isso
- E sobre falar da sua mãe...me desculpa, eu não fazia ideia, eu...o povo nunca tinha visto você sem ser por pinturas, suas irmãs nunca nem se quer foram pintadas para fora, eu nunca pensei que sua mãe estivesse...você sabe, eu não sabia...
Josh: Eu imaginei, ninguém tem obrigação de saber e nada e...você era uma criança quando ela morreu, você tinha seis, e eu sete
- Pelo menos você conheceu e se lembra da sua mãe
Josh: Imagino o quão ruim deve ser...
- Principalmente quando sua mãe morre por sua causa....
Josh: Temos algo em comum Soares- ele falou me encarando sentado na enorme cama de ouro em frente a mim
- Não acho...somos totalmente diferentes
Josh: Olha...não acho se você quer saber, eu nem entendo essa nossa...qual o nome disso?
- Rivalidade?
Josh: Se quer chamar assim
- Vai me dizer que não se lembra do quão babaca foi comigo quando vim aqui pela primeira vez quando meu pai foi nomeado? Eu tinha 13 e você 14
Josh: Eu não...espera, você era aquela menininha de vestidos floridos, saltitante e que saiu explorando o castelo?
- Sim, enquanto meu pai e seu pai falavam coisas chatas e que eu não entendia, decidi sair andando pelo castelo, até te ver naquele cavalo, totalmente imponente, correndo pelo pasto....
Flash beck on:
Sai de fininho da sala de reunião e comecei andar pelo lindo jardim de lírios que o castelo tinha, até encontrar no pasto mais a frente, aquela mine versão do rei andando a cavalo.
Era ridículo o quão bonito ele estava correndo contra o vento e os raios sol montado em um puro sangue branco.
Corri até o pasto, achei uma boa ideia fazer amizade com o príncipe, mas assim que cheguei mais perto, vi seus olhos vermelhos de choro, suas bochechas rosadas, e uma lágrima única que escorreu por seu rosto mas que logo foi limpada pela manga de sua blusa.
- Oi, eu sou a Any, você...está bem? Quer conversar?
Josh: Eu não preciso conversar, sai daqui - ele falou parando o cavalo e me encarando bravo- eu nem conheço você, e você não me conhece
- Realmente, mas...se eu poder te ajudar...eu vou conhecer
Josh: No que você vai me ajudar hein? Você não vai trazer ela de volta, muito menos vai fazer isso sumir, então faz um favor, e some da minha frente- ele falou com os olhos cheios de lágrimas e descendo do cavalo.
Eu não entendia, o que demais eu tinha feito? Por que ele me tratou daquele jeito? E se eu me chamo Any gabrielly não ia ficar barato, não mesmo.
Segui o mesmo o mais rápido que conseguia, e antes que eu pudesse tirar a limpo a situação, lá estava ele abraçando uma empregada e tomando uma pílula branca.
Não tive coragem de prosseguir com o plano de discutir com ele, algo em mim ficou ferido de alguma maneira com a grosseira dele, eu não entendia....
Flash beck off
- Eu não entendia...e o tempo foi passando, as coisas foram piorando, e a cada encontro nosso, nossas brigas só aumentavam e minha raiva também
Josh: Ah...esse dia...eu não fiz por mal...mas faz sentido...
- Pois é
Josh: Só isso? Só esse dia?
- Assim, esse foi o começo
Josh: estou sentindo reticências
- É só que...- falei finalmente me sentando na ponta da cama- Não sei...fazer o que nós fazemos é difícil pra caralho. Mas é mais difícil para mim. Sou a filha do comandante económico de escambo, eu não sou branca como minha mãe, e nem posso me passar por branca. As pessoas sempre pegam mais pesado comigo, além de eu ser mulher...Já você...sabe, você é...você, e nasceu no meio disso tudo, e todos veem você como a porra do Príncipe Encantado, você é basicamente um lembrete vivo de que sempre vou ser comparada com outra pessoa, não importa o que eu faça, mesmo que eu me esforce duas vezes mais, sempre vou ser cobrada por como devo agir, me vestir, casar...a vida toda ouvi das pessoas que devo me casar com você...é complicado manter a pose de que não me importo com a pressão do patriarcado, com a pressão de precisar casar, com precisar ser perfeita e além de tudo precisar ser a substituta do meu pai nesse ramo de economia já que minha irmã não quer trabalhar.
Josh ficou em silêncio por um bom tempo.
Josh: Olha...- ele falou finalmente quebrando o silêncio- Não posso fazer muito em relação ao resto, mas posso dizer que, sim, fui mesmo um babaca naquele dia, não que isso justifique, mas minha mãe tinha morrido a apenas sete anos, imagina isso na cabeça de um adolescente em que tudo é a flor da pele...e eu ainda era meio babaca cem por cento do tempo na época...me desculpa
Me encolhi olhando para o quarto dele, absorvendo o que eu tinha acabado de falar e ouvir.
Crianças órfãs, claro, Josh escolheu uma ala de crianças órfãs feridas...ele é um órfão ferido....internamente mas é...
Agora tudo faz sentido, comecei repensar as últimas 48 horas: A insônia, os comprimidos, a leve careta tensa que o Josh faz em público, na qual eu sempre interpretei como indiferença.
Eu entendo algumas coisas sobre esse assunto. Crescer sem uma mãe e tendo a melhor e mais perfeita irmã não foi e ainda não é um período agradável, e não é por prazer que eu visto essas roupas, tento ser vista a todo custo e muito menos ajudo ao máximo todos que eu consigo...faz muito tempo que eu sei que a maioria das pessoas não pensa se algum dia vão ser boas o bastante ou se estão decepcionando o mundo inteiro. Eu nunca considerei que o Josh pudesse sentir a mesma coisa...a mesma pressão, a mesma alto cobrança, a mesma super força, a mesma capacidade de se fingir de frio...
Escutei Josh limpar a garganta com uma tosse, e algo como pânico tomou conta de mim, me fazendo quebrar o silêncio:
- Bom saber que você não é perfeito.
Joshua revirou os olhos negando com a cabeça, fiquei grata de sentir o conforto familiar da rivalidade.
A conversa foi abaixando a poeira, e por algum impulso que não sei de onde veio, me levantei e fui até a mesinha do quarto, peguei uma caderneta e anotei meu endereço.
- Toma- falei entregando o caderno para ele que me olhou confuso- é o meu endereço, se formos manter isso, vai ficar irritante se toda vez eu tiver que vir aqui, só me manda uma carta ou...vai lá em casa, vamos dar um jeito.
Josh ficou olhando para mim, com a expressão vagamente perplexa, e eu fiquei me perguntando, como esse cara fala com os amigos?
Josh: Obrigado...eu acho
- bom...acho que agora eu preciso...ir...amanhã vou embora cedo- falei sorrindo e saindo do quarto, voltando para o meu.............................................................................................................................................
Notas da autora: Oi oi povo, hj começa minhas aulas então vai ficar mais corrido para postar, mas eu juro que assim que me sobrar um tempo eu posto, juro.
Enfim, espero que tenham gostado, perdoem os erros, e não esqueçam de votar.
Beijinhos doces, Milla <3
02/02/2022
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Vossa Chatice Real - Beauany
FanfictionUm reino, dois povos, duas personalidades completamente fortes, inimigos por acaso, amantes por opção, uma história que pede licença para entrar na imaginação e nos corações de vocês. Any Gabrielly, uma jovem pertencente a burguesia, filha do princ...