Notas da autora:
Oi meus amores, então, eu tentei ao máximo esse capítulo nao ser romantizado e ao máximo sem gatilhos sobre crise de pânico, e acho até legal lerem para ver como tentar acalmar a pessoa.
Espero que gostem.
............................................................................................................................................POV JOSH BEAUCHAMP
Não!
Não pode ser!
Isso não pode estar acontecendo de novo!
Não!
Não!
Não!
Assim que fomos trancados naquela sala, tudo começou a girar, o som de pessoas gritando estava abafado, sentia meu coração asselar, isso não podia estar acontecendo de novo! Não mesmo!
Meus olhos encheram de água instantaneamente, sentia o suor escorrer frio em minha nuca, minha respiração ofegante, eu estava em pânico.
Só conseguia dar passos para trás me encurralando mais nas paredes apertadas daquela salinha de limpeza, eu procurava alguma janela, mas não havia nenhuma ali, eu continuava respirando, mas parecia que o ar me faltava.
E em meio a todo esse caos interno, ela me olhava assustada, tão ofegante quanto eu, e tão surpresa quanto eu.
Minha visão estava turva, mas ainda sim conseguia vê-la perfeitamente, olhar assustado, boca entreaberta, e passos lentos até mim:
Any: Ei...o que foi?
Eu abria a boca para responder, mas não conseguia, parecia que algo travava minha garganta.
Any: o que você tem Josh? - ela falou se aproximando mais
Minha mente naquele momento era minha pior inimiga, quanto mais os barulhos externos aumentavam, mais meu corpo se encolhia e escorregava na parede, batendo no chão, eu tampava meus ouvidos, e tentava respirar fundo, mas parecia impossível.
Any: Joshua, me escuta, ta tudo bem, não deve ser nada de mais...- ela falou sentando na minha frente
Neguei com a cabeça e fechando os olhos.
E talvez tenha sido aí o meu erro...:
Flash beck on:
Estava brincando no meu quarto com meus soldadinhos de madeira, quando comecei a ouvir gritos, barulhos de explosão, e barulhos de vidros estilhaçados.
Não demorou muito para a porta do meu quarto ser escancarada com força, revelando minha mãe com o semblante desesperado, e com minhas irmãs mais novas em seu colo chorando por causa dos barulhos.
Levantei assustado, derrubando meus bonecos no chão, e indo até minha mãe, eu não entendia o que estava acontecendo, mas meu coração mandava eu me agarrar ao seu corpo.
Ela me pegou no colo meio sem jeito por ter outras duas no mesmo, e saiu correndo pelos corredores dos fundos.
Eu via homens lutando uns contra os outros, via muito sangue, ouvia gritos, e vi meu pai mandando minha mãe correr mais rápido.
O vento contra nós, só instigava a ir mais longe, minhas irmãs choravam pedindo para voltar, e eu apenas apreciava o castelo ficando cada vez mais longe.
Passamos horas correndo do "nada", nossos corações acelerados, e o medo em nossas veias, parecia tudo tranquilo quando finalmente nossa mãe nos colocou no chão.
O frescor do mar dava a falsa sensação de segurança naquele abraço da minha mãe.
Ouvia trotes de cavalo, mas não via nada.
Me apeguei ao abraço quente de minha mãe.
Úrsula: Tudo bem meus amores, tudo bem, tudo vai ficar bem...enquanto eu estiver aqui, tudo vai ficar bem.
Não ficou tudo bem.
Assim que ela disse isso, o corpo dela se estremeceu, levantei meu rosto rápido, e vi aquele homem...guardando seu arco e flecha, balançando a cabeça para mim, como se estivesse nos poupando, poupando crianças indefesas, e saindo galopando contra o vento, nos deixando naquela praia vazia.
Flash beck off:
Meu coração palpitava com medo, meus olhos expulsavam as lágrimas.
Senti mãos quentes entrando em contato com minhas mãos geladas, levantei minha cabeça e abri os olhos, e lá estava aquele par de olhos castanhos me encarando, sem desdém, mas sim com preocupação.
Any: Ei...ta tudo bem, tudo vai ficar bem...enquanto eu estiver aqui, tudo vai ficar bem.
Concordei com a cabeça secando as lágrimas do meu rosto
Any: Espira comigo, inspira e expira - ela falou inspirando e soltando o ar, me mostrando como devia fazer
Concordei com dificuldade balançando a cabeça, e fazendo aos poucos o que ela me pediu
Any: Olha, eu sei que estamos numa sala de limpeza mas...,tenta ao máximo, me diz...an...cinco coisas que você consegue ver
Respirando aos poucos, comecei voltar a prestar atenção ao meu redor, primeiro olheis os produtos de limpeza, as vassouras, os baldes de madeira, até meus olhos baterem naqueles pares de olhos castanhos.
Nunca tinha reparado o quão brilhantes eles eram, e nem quão inseguros eles eram.
Olhei para a textura de seus cabelos, formando pequenas molinhas, todas alinhadas e bem definidas.
Eu conseguia ver ela, eu a via, mas não podia dizer nada sobre ela, seria estranho, e outra, ela não era minha amiga, só estava me ajudando por pura pena.
- Eu consigo ver...as vassouras, os baldes, os produtos de limpeza, os panos e os esfregões - falei com dificuldade arrancando um sorriso dela
Any: Muito bem, você está indo bem, agora...an...me diz quatro coisas que você consegue sentir
Sentir...o que eu conseguia sentir? Respirei fundo mais uma vez, e prestei atenção em cada canto daquela pequena sala
- Consigo sentir suas mãos, consigo sentir minhas roupas, o chão e os baldes perto de nós
Any: Isso Josh, isso, viu, o ar está circulando melhor não está?- ela falou sorrindo e fazendo carinho nas minhas mãos- agora...se conseguir, me diz três coisas que você consegue ouvir
Tentei relevar os gritos de fora, e prestei atenção em nós, respirando fundo
- Consigo ouvir nossos corações, consigo ouvir pessoas gritando- falei soltando uma risada- e consigo ouvir minha voz
Any: Muito bem Josh, agora, duas coisas que você consegue sentir o cheiro
Cheiro...foi só falar isso que parecia que voltei a respirar no automático, e minhas narinas só prestaram atenção no perfume de morango que vinha da cacheada, um aroma que eu nunca tinha percebido que ela tinha, para mim, ela não usava essas coisas de mulher.
- consigo sentir seu perfume e o meu perfume, morango e lírios.
Ela concordou com a cabeça sorrindo
Any: Viu, você conseguiu, eu falei que ficaria tudo bem- ela falou sorrindo
- Eu...não sei nem o que falar...
Any: Um obrigada seria bom- ela falou rindo
- É, só dessa vez - falei rindo e olhando para nossas mãos juntas - é...
Any: ah, sim, desculpa - ela falou soltando minhas mãos e sentando afastado de mim
- Tudo bem...é...os gritos estão diminuindo né...
Any: É, pois é...quer falar sobre essa crise de pânico?
- Definitivamente não
Any: Certo...
- É...Any
Any: Eu?
- Não...não comenta com ninguém sobre isso ta?
Any: Joshua...eu posso te odiar mas nunca falaria isso, é algo pessoal, e não diz respeito a mim, eu só te ajudei, não vou falar, e muito menos comentar
- Obrigado...
............................................................................................................................................Notas da autora:
Foi isso, espero que tenham gostado, perdoem os erros e não esqueçam de votar.
Beijinhos doces, Milla <3
27/01/2022
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Vossa Chatice Real - Beauany
FanfictionUm reino, dois povos, duas personalidades completamente fortes, inimigos por acaso, amantes por opção, uma história que pede licença para entrar na imaginação e nos corações de vocês. Any Gabrielly, uma jovem pertencente a burguesia, filha do princ...