POV JOSH BEAUCHAMP
Deslizávamos horas e horas pelo salão, as luzes dos candelabros iluminavam a mexicana e a deixavam uma perfeita lady, mas...alguma coisa não permitia eu olhar em seus olhos...algo ou alguém me fazia olhar sobre seus ombros e focar apenas na Any...digo, Gabrielly, isso, Gabrielly, não sou nada dela.
Até que para uma selvagem ela estava bem naquele vestido, eu até estranhei na mudança de espartilho, ela sempre usava algo discreto que não marcava na camisa, mas hoje...hoje ela estava usando algo que valorizava os...CALMA, NÃO QUE EU ESTEJA OLHANDO, LONGE DISSO, NÃO SOU NENHUM PERVERTIDO, eu só...reparei na mudança de visual, mas esse não é o foco, ela até que estava arrumadinha, arrumadinha não, bonitinha...bonitinha não, porquê sempre se pode melhorar, linda, isso, até que para uma mulher que usa calças, ela estava jeitosa.
E aquela maquiagem...era estranho ver ela daquele jeito, não um estranho ruim, só diferente...até que combinou aquele batom vermelho naqueles lindos lábios, lindos não, horríveis, deploráveis.
Ela é tão irritante com aqueles cachos perfeitos caindo pelos ombros, aqueles lábios bem desenhados e aquele olhar, aquele olhar de chocolate que derrete qualquer um... Quer dizer, qualquer um, menos eu, porque eu acho irritante.
Ela é totalmente insuportável, tão insuportável que virou uma perseguidora da minha pessoa, mas quem não seria quando se tem um príncipe gostoso por perto hein?
Estava escorado na mesa do bolo, vendo minhas irmãs dançando, quando avistei a imagem bêbada da Gabrielly cambaleando e tropeçando nos próprios pés, torci para ela não vir até mim, mas pelo visto minha reza é fraca, já que a dona inconveniência veio até mim com aquele bafo de álcool.
Any: Cara, você não se cansa- ela falou rindo bebendo mais um gole daquela coisa estranha com cheiro forte- de fingir que é melhor que tudo e todos aqui?
Me virei indignado e o encarei por longos segundos.
Eu só estava fazendo aquilo pela minha mãe e pelo meu pai, é óbvio que eu não ficaria feliz, aquilo estava incompleto, e nunca mais ficaria completo de novo.
Mas, eu preciso manter a calma e não esganar essa mulher, que pelo visto não sabe a hora de parar.
- Desculpa mas, não sei se entendi o que você quer dizer.
Any: Tipo assim- ela falou rindo alterada- você fica lá, fazendo os escrivães te seguirem, passeando como se odiasse toda essa atenção, o que visivelmente não é a verdade já que chamou bem a minha amiga para dançar, você age como se fosse importante demais para estar em qualquer lugar...sempre, não se cansa?
- Bom...eu sou um pouco mais complicado e problemático que isso
Any: Ah, ta bom, eu acredito, o senhor perfeitinho tem problemas? Qual é? Não sabe qual coroa usar? O papai não comprou o terninho que você queria?
Cheguei perto dela, próximo a boca dela, parei por alguns segundos lhe encarando, e respirei fundo, inalando aquele hálito de álcool
- Não vou discutir com uma mulher bêbada
Any: Assim...só uma sugestão- ela falou pousando o cotovelo com intimidade excessiva em meu ombro, o que não é tão fácil já que ela é uns dez centímetros mais baixa que eu- você poderia fingir que está interessado e se divertindo, de vez em quando é bom, mulheres gostam de homens bem humorados
- Assim, só uma sugestão, talvez seja melhor você beber água, Any
Any: É mesmo?- ela falou me encarando com aqueles olhos...tão...quentes e...feios, muito feios- estou te ofendendo vossa majestade? Desculpa se não sou tão obcecada por você quanto todo mundo, sei que deve ser frustrante
- Quer saber? - falei sem paciência encarando fundo nos olhos dela- Eu acho que você é, sim
A cacheada ficou boquiaberta enquanto eu esboçava um sorriso quase que maldoso
- Só uma ideia- falei tentando manter o tom sereno na voz- você já notou que nunca abordei você e fui exaustivamente educado todas as vezes em que nos falamos? Mas aqui está você! Me procurando de novo, como se só existisse eu nesse salão, como se eu fosse o único que te chama atenção- falei bebericando minha champanhe - assim...só um comentário
Any: Que? Eu? Eu não...Nunca, Credo, deus me livre, você que...
- Quer Saber gabrielly, tenha uma boa noite, não faço ideia do porquê me dou ao trabalho de falar com você - falei tenso me virando para ir embora
E como a senhorita impulsiva é, ficou furiosa por eu achar que pudesse dar um fim à conversa e, sem pensar, estendeu a mão, me puxando pelo ombro.
Me virei, bruscamente tentando buscar equilíbrio, e sem querer empurrando a cacheada.
Por um breve segundo, pude ver a mesma me encarar com um sorriso e olhar fixo nos meus olhos, mas antes que eu me desse conta, ela tropeçou no próprio pé, caindo para trás, esbarrando na mesa atrás de nós.
Era tarde de mais, quando percebi, a mesa atrás de nós era simplesmente a mesa do meu bolo, exatamente, aquele que minha mãe idealizou cada detalhe da cobertura para mim, Any segurou meu braço para se endireitar, mas tudo que conseguiu foi desequilibrar nós dois e nos fazer cair juntos em cima do suporte do bolo.
Observei como se tudo estivesse congelado ao redor e apenas o bolo se inclinando lentamente, balançando, estremecendo e finalmente, tombando no chão.
Não tinha nada a mais para fazer, parecia uma avalanche de glacê branco, uma espécie de pesadelo açucarado de quatrocentas moedas de ouro em cima de nós dois.
Um silêncio ensurdecedor tomou conta do salão quando o impulso me levou ao chão junto com a Gabrielly, tornando meu lindo bolo em apenas destroços no carpete decorado de vermelho e dourado.
A mão da Any ainda me segurava pela manga do terno, minha taça de champanhe entornou sobre nós dois e se quebrou, foi rápido o estalo, mas logo senti uma ardência no rosto, toquei levemente a maçã do meu rosto, e pude ver sangue em meus dedos.
Tudo o que ela fez apenas, foi olhar para o teto cheio de glacê e champanhe, e soltar um leve sorriso.
Pelo menos, a maior notícia da noite, não seria mais minha valsa com a senhorita Hidalgo.
Mas com certeza meu pai iria me matar a sangue frio.
A única coisa que eu consegui murmurar em meio tanto caos foi um simples porém cheio de significados:
- Puta que pariu
Foi a primeira vez que falei palavrão em público, mas acontecimentos extremos, pedem reações extremas, e outra...aquele bolo significava muito para mim.
............................................................................................................................................Notas da autora
Espero que tenham gostado, espero que não esteja confuso ksksks pq fiquei a madrugada toda escrevendo isso, e me perdoem os erros.
Voltei de viagem então talvez as postagens voltem ao normal.
Não esqueçam de votar.
Beijinhos doces, Milla <3
11/01/2022
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Vossa Chatice Real - Beauany
FanfictionUm reino, dois povos, duas personalidades completamente fortes, inimigos por acaso, amantes por opção, uma história que pede licença para entrar na imaginação e nos corações de vocês. Any Gabrielly, uma jovem pertencente a burguesia, filha do princ...