Sold Soul

. octogésimo oitavo .

n.a: *peguem nos lenços, peço mt desculpa*
▼. « Hope is necessary to blind the inside blank ».

Exasperei, o meu peito expandiu mesmo que por segundos. A tosse que atacava os meus pulmões era forte o suficiente conseguindo colocar-me debruçado sobre a minha própria presença. Niall acudiu-me. As suas mão afagaram as minhas costas, a sua boca deixou palavras confiantes enquanto tentava acalmar o meu ataque. A irritação diminuía drasticamente, no entanto, tombei contra o corpo do Irlandês num pranto de choro horrendo. As minhas mãos amarrotavam a camisa ou as calças, qualquer coisa em busca de o que quer que fosse. Rangi, com os maxilares cerrados. Os meus lábios estavam distendidos numa dolorosa careta. Não as sentia, mas sabia que fugiam dos meus olhos fortemente cerrados. Elas manchavam as minhas bochechas irritando-me profundamente. Estava enclausurado num andar demasiado grande. Liam estava do meu lado direito. O seu braço cruzava o de Niall nas minhas costas mas eles sabiam que não me conseguiriam acalmar.

Estava a dormir e ela estava de novo a invadir-me. Desta vez tentei falar-lhe, perguntar-lhe como estava e jurar-lhe que superaríamos isto, que falava a sério como nunca antes. Não encontrei a minha voz, porém. E tive que observar, num silêncio cobarde, o seu desaparecimento doloroso. Até num maldito pesadelo a minha Bárbara desaparecia. Isso quebrava-me.

" Por favor, Harry.. "

Os seus braços embalaram-me depois de Liam segurar os meus pulsos longe do meu próprio corpo. Disse-me que me estava a magoar mas não o senti, eu não sentia nada para além de uma dor psicológica abrangente. Tudo o resto poderia arder em mim, eu não o sentiria.

" Por favor, Harry.. vai ficar tudo bem, aguenta-te firme, só mais alguns minutos "

Chorei, a minha voz não saiu mas sim lamurios que rasgavam a minha garganta. Balançavam-me, calmamente, continuavam a fazê-lo. Os meus olhos, escondidos pelas minhas pálpebras, rolaram para trás, quando o pensamento de perder a única pessoa que me segurava firme e intacto.

" Vou pedir que te sedem "

Forçava as minhas cordas vocais mesmo que a minha boca se mantivesse cercada. Senti uma corrida forte e apressada, senti um par de mãos gélidas no meu rosto. Afastavam os meus cabelos húmidos, murmuravam diferentes coisas enquanto arrastavam a camisa do meu braço. Lutei contra o aperto que formaram contra mim, não podia ser sedado. Não agora que estava perto de a ver. Subi, desesperadamente, para o topo do banco. Esperneei e pedi, gestualmente, que afastasse a grande agulha. Segurei-me a Liam. Supliquei-lhe, com um único olhar, que não o permitisse. Eu iria vê-la dentro de momentos, bem ou mal, eu precisava disso.

" Precisas de te acalmar, Harry "

Assenti-lhe, freneticamente. Uma e outra e outra vez, eu fi-lo. Prometeria qualquer coisa se não me sedassem em troca. Vi-o suspirar antes de encontrar a enfermeira paciente. Os seus olhos pareciam-me demasiado preocupados antes de Liam lhe assegurar que estaria tudo controlado. Voltou a olhar-me antes de se afastar cautelosamente mas fê-lo e era o que desejava.

" Desce daí.. " pediu-me e, conformado, obedeci retornando ao meu lugar.

" Assustaste-me, Harry " Niall, suspirou-o.

Esfreguei a minha cara antes de me pronunciar: " lamento muito ".

Fui sincero, lamentava que o tivesse feito mas tinha perdido a sanidade que me restava. E lamentava que eles estivessem a ver-me no meu pior estado.

" Não lamentes, sou teu amigo e não me importo.. A única coisa que eu quero é que estejas bem "

Sabia que encolhia os ombros e remexia com as suas próprias mãos mesmo sem o observar. Liam bateu com a sua mão na minha perna. O silêncio acomodou-se depois dessa sua ação. Limitei-me a observar o chão cinzento e os meus pés cobertos pelas botas. Soltei uma pequena risada ao recordar-me o quanto Bárbara prestava atenção ao tamanho, segundo ela, anormal dos meus pés. Ela comparava-os com os seus, minúsculos, quando nos deitávamos sobre a mesma cama e eu cruzava as minhas pernas com as suas. Dizia-me que por pouco não precisava de criar uma linha própria de sapatos, gargalhava vivamente com os meus resmungos falsos enquanto a embrulhava nos meus braços e beijava o seu pescoço ou ombro previamente descoberto pelos meus dedos irrequietos.