. Sexagésimo sétimo ▼ .

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▼ .  « your touch, your skin, where do I begin ? » –Lay Me Down.  

  " oh, querida eu sinto muito, os meus pesamos " balbuciou Liliane, percorrendo o corpo da minha morena com os seus braços velhos, cansados .
Eu teria, finalmente, conseguido tirá-la do quarto .E tal, seria sem dúvida, uma vitória . 

Bárbara curvou os seus bonitos lábios, num reduzido e, claramente artificial, sorriso . Os seus olhos enfrentavam o chão da cozinha e, em pequenos passos, encontrou-me; sentado sobre uma das altas e pálidas cadeiras que o balcão confrontavam .

As minhas mãos contornaram a sua face, os meus dedos acariciaram os seus cansados traços e eu deixei que os nossos olhares se focassem no correspondente por segundos indetermináveis . Sentia-me depressivo, fulo por não ser o suficiente para a minha morena . 

Uma enfurecida lágrima fluiu pelo seu rosto tendo como ponto de partida o seu olho direito, eu beijei-a . Eu colei os nossos lábios e esperei que o sentimento, que sempre aumentava sem fim; sem limites, fosse intenso o suficiente para impedir um novo desabamento seu . 

" está tudo bem, bebé " no meu timbre rouco, garanti . " senta-te aí, vou buscar o teu prato " murmurei pressionando os meus lábios no topo da sua testa .

" deixe menino, eu vou " Liliane também emocionada garantiu, percorrendo a extensão da divisão para então, por fim, alcançar o prato que o almoço da minha bubé resguardava . 

" eu não tenho fome, Harry " sussurrou . 

" por favor, amor.. " eu supliquei para que comesse . " não te quero obrigar a comer, então, fá-lo por favor " 

Tudo o que se seguiu, foi o som do tlintar de confronto « talheres-prato » .
Liliane não se encontraria mais na mesma divisão e a minha função seria a de vigiar as suas vagarosas ações . Eu precisava que se alimentasse, não que esquecesse Lanna, mas que recuperasse da perda e então desfrutasse a sua vida, até porque, mais prova de que não teríamos todo o tempo do mundo, não poderia existir  

Com um suspiro eu movimentei a minha enorme mão, deixando-a estagnada sobre a sua coxa nua . Bárbara ainda vestia o seu pijama constituído por uns negros calções e uma negra sweater minha . Os meus dedos comprimiram a sua pele num breve massagem . 

As nossas noites poderiam ser caracterizadas de horripilantes enquanto memorias assombravam o seu subconsciente impedindo que adormecesse ou então, que pudesse disfrutar de um sono sem pesadelos asquerosos . Lanna parecia presente em cada ponto da casa e isso carregava o ambiente como que com chumbo .

" tenho uma surpresa para ti, bubé " recordando-me de tal facto, divulguei com um pequeno e inquietante sorriso no meu rosto . 

A sua face elevou-se deixando que a bela curiosidade sua, embatesse contra mim através do seu olhar, agora, arregalado . Ela era tão bela, tão fascinante . 

" o que é ? " 

" descobrirás depois de comeres e de te vestires, vamos sair " uma carranca foi me dirigida, eu gargalhei conseguindo um sorriso dos seus lábios secos . 

" eu não sei se sou boa companhia " 

" és a melhor que eu poderia ter, a única que desejaria " assegurei, sendo o motivo do seu bonito corar; esta seria a primeira cor que usaria que não preto  – se, obviamente, nos estivermos a referir aos últimos dois dias . 

Hoje seria terça-feira, seria, portanto, o segundo a que faltava à universidade . 
Eu concordava ! 
Quer dizer, eu próprio não a deixaria sair para tal instituição depois de todos os mais recentes acontecimentos, por que me iria opor á sua falta de vontade de todos os adolescentes excitados ver ? 

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