. Sexagésimo quarto/2 ▼ .

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Eu n ia publicar cuz my net is freak out -.- , Meo -.- 

▼ .  « Wherever you are is the place I belong 'cuz I wanna be free and I wanna be loved »-Ready To Run.

Enclausurados nos nossos próprios corpos nós conseguiríamos isolar toda a nossa sanidade , impedindo que esvoaça-se pelas frechas dos nossos dedos entrelaçados . As suas costas fixas contra o meu peito, as minhas na cabeceira da cama que, de momento me parece exagerada em tamanho .

A televisão permanecia desligada tal como, na realidade, tudo o que nos rodeava . O silêncio não poderia ser caracterizado de horrendo ou desnecessário até porque, eu estaria a tirar o maior proveito do mesmo . 

O meu cérebro permanecia embebido do seu cheiro e presença e talvez por essa mesma razão, por todo o clima e toda a nossa pausa do mundo exterior apenas agora entendia que o restante da minha sanidade seria ela .

E fazia sentido, alguma coisa fazia sentido no meio de tudo isto, finalmente .

" se te fores embora, eu vou perder todo o meu controlo " Na realidade, eu não teria nada a perder senão a própria que, se afastaria se não permitisse que conhecesse um pouco mais de mim . 

Eu remexi o nosso aperto, remexendo os meus longos dedos sem nunca permitir que se soltassem . " Harry... " abanando a sua cabeça negativamente, prosseguiu o seu sussurro " tu não podes depender de mim, eu não sou estável "

" dos dois, qual será o pior ? " interroguei retoricamente . " estou apaixonado por ti Bárbara, e eu não entendo o que isso é, eu nunca o fiz, eu sempre tive controlo de tudo o que sentia e- " 

" isso não é saudável " interrompeu remexendo-se terminando com a nossa interação . " mas nós também não somos saudáveis e eu não quero puxar-te comigo " 

" não interessa " exasperadamente afirmei, gatinhando até ao seu encontro . " eu vou contigo, não precisas de me puxar, eu vou seguir-te, só não, só não me deixes sozinho "

" eu já senti de tudo um pouco bebé " os meus cílios reuniram-se . " já senti os meus ossos doerem ao ponto de não suportar o meu próprio peso, depois de uma das diversas e múltiplas revoltas do meu pai confrontar ; já chorei, em adolescente, por ninguém me escolher, por ninguém realmente se preocupar e por sempre perder a minha personalidade com o mínimo problema avistado ; já senti nojo de mim próprio, ao olhar para o meu próprio reflexo, ao rever quem seria; eu já senti tanto, ja senti a dor de perda, com a porra da minha irmã . " um fungo desnecessário e covarde soou . " contudo, nenhuma dessas dores deverá ser tão forte como a dor da tua perda " 

" beb- " 

" não digas que somos maus um para o outro, eu gosto de ti, eu gosto tanto de ti e tu não podes ir embora, eu não quero ficar sem ti " a minha fragilidade subia, como se se tratasse de azeite em água, relembrando-me de anos passados, de um adolescente sozinho .

Eu estava, literalmente, a dar-lhe a conhecer o meu mundo, ou parte dele . 
As suas mãos juntaram-se, rodeando a minha face e, carinhosamente erguendo-a de novo . " ey" sussurrou amorosa, eliminando a pequena lagrima . " eu não vou a lado nenhum se tu assim o desejares, vou ficar contigo, e tu sabes, a tua irmã vai voltar, ela vai ficar boa, bebé " Os seus braços puxaram o meu corpo para o seu, exasperadamente . 

O meu corpo estaria reduzido a, aproximadamente nada, enquanto me recolhia no seu colo, contra a sua presença . Os seus braços rodearam o meu corpo o máximo possível e uma vez mais, provei o quanto a queria ao decifrar um pouco mais da incógnita que seria : " era ela Bárbara , aquela sem-abrigo, era ela " a minha cabeça afundou-se no topo do seu peito porque, mesmo de olhos cerrados, eu não tive coragem de a confrontar . " e eu deixei-a na rua, ela abandonou-me quando eu precisei, ela merece-o porque me deixou sozinho com o meu pai " 

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