. Septuagésimo sexto ▼ .

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▼ .  « Carry on my wayward son, there will be peace when you are done! Lay your weary head to rest.. Don't you cry no more »-Carry On My Waywar

Detive-me .
Não foi, certamente, por vontade própria . 

Eu tinha sondado cada local num raio de sete quilómetros; tinha reescrito o seu número de telefone por indetermináveis vezes e tinha, por isso, escutado e então decorado, cada misera palavra que o timbre robótico pronunciava . 

" Por favor, por favor.. Eu imploro-te atende as minhas chamadas, deixa-me ouvir-te. Deixa-me estar contigo " As minhas mãos friccionaram o meu rosto e por momentos perdi a consciência ao permitir que o telefone caísse desamparado contra o soalho do seu prédio sombrio . 

Uma das suas vizinhas repreendeu-me pelo barulho momentâneo e eu desculpei-me, como Bárbara gostaria que fizesse . 

Senti-me cansado enquanto praguejava contra o pequeno microfone e encontrava tudo diante de mim desfocado . O meu peito tremia assim como cada membro do meu corpo posterior e anterior . Não estava pronto para o inverno rigoroso e odiava-o como a merda . 

Encolhi-me contra a fraca porta por de trás das minhas costas . Os meus joelhos encontraram o meu peito e, assombrado com a ausência de uma porra de um recuperador de calor, insisti uma vez mais . 

Sabia que estava aqui, eu não consigo pensar em outro local senão a sua própria casa outrora partilhada com Lanna . 

" Ah! Merda, Bárbara.. Recorda-te do que te disse: eu vou estar aqui contigo, aconteça o que acontecer.. Deixa-me estar contig- " Eu ouvi o que restava de um grito seu seguido de um estilhaçar estrondoso . 

Eu estava me pouco fodendo para o que poderia dizer a carcaça da sua vizinha, no entanto, eu não queria conseguir qualquer tipo de atenção dos morados: rebentar com a porta não seria uma opção, por essa razão . 

Comparei-me comigo mesmo, contudo, com menos maturidade. Eu estava de novo perdido sem compreender qual deveria ser o meu próximo passo, a minha próxima ação . 

Tremi ao recuar, eu tremi ao juntar os meus cílios e eu tremi ainda não tinha deixado de o fazer . Voltei a esfregar a minha cara com ambas as gélidas mãos . Os meus dedos pareceram partir e eu respirei para eles, queria senti-los de novo contrariando o pensamento que a cor roxa neles transmitia . 

Os meus dedos remexiam em tudo um pouco: no meu cabelo, no meu rosto, contra as minhas jeans e tronco . Perdia a sanidade a cada grito seu, perdia a sensatez e, oh.. perdia-me a mim próprio . 

" Você? Novamente, termine com o barulho ou chamo a policia " ela estava de volta enquanto aparentava permanecer sob o efeito de qualquer droga . 

Um novo estilhaçar .

" ah ! Não na minha casa " sua casa ? " com licença, mexe-te jovem ! " as suas mãos deslocaram-me sem qualquer contradições e eu variei sobre o meu pé . " estou cansada desta pouca vergonha, o que és tu? Outro drogado ? " as suas chaves desbloquearam a velha porta e eu pisquei repetitivamente para a carcaça . Seria a senhoria ?

Ela suspirou tão alto que os meus ouvidos praguejaram de si . " vai embora, filho.. arranja um trabalho " o seu pé bateu contra o soalho do interior e eu recuperei . Estava aberta, estava mesmo .

Não supliquei ou pedi permissão na entrada contudo, consegui o seu consentimento e, ainda as chaves: prometi então, que pagaria o necessário incluindo o atraso de três meses de renda do qual desconhecia por completo . Ela estava com problemas de dinheiro ?

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