Emily Elizabeth Dickinson é uma moça que vive em 1850 com sua família;adora poemas e é uma amante da natureza. Susan Gilbert é uma garota prodígio que é obcecada por ciência ,porém vive no século XXI e trabalha em um laboratório que ao fazer um test...
Esqueci completamente daquilo ao ver que nos aproximávamos de um campo cheio de tulipas de variadas cores. Ela desceu e novamente segurou minha cintura, no entanto dessa vez foi diferente, pois havia um encanto entre nossos olhares que era impossível de ignorar, passei a língua entre os meus lábios e a vi suspirar, mas o contato se quebrou ao ouvirmos o relinchar do cavalo.
-Espero que você tenha paciência para ver a metamorfose, pois teremos que esperar o tempo dela- disse enquanto me soltava e apontava para árvore
Olhei em volta e abri os braços rodando ao sentir a brisa no meu rosto, de fato aquilo era revigorando; senti que eu estava morta e renasci de novo. Emily se abaixou tirando uma tulipa e depositou um beijo me dando a flor em seguida.
-Para você. As tulipas mais bonitas para moça mais bonita.
Aproximei-me dela ficando próxima o bastante para a sentir
-Ora não seja modesta Dickinson. garota se beleza fosse flor, você seria o jardim botânico. - ela abriu um sorriso enorme exibindo seus dentes brancos e alinhados.
-Ai meu deus! Essa foi sem dúvidas a pior cantada que alguém já me deu
-Pode ter sido a pior, mas pelo menos eu te fiz sorrir e isso já valeu a humilhação.
Nos sentamos perto de uma árvore no qual dava para ver o casulo quase se abrindo, minha cabeça estava no seu ombro.
-Sue? Veja só... está abrindo .
Ficamos bem próximas para observar e uma linda borboleta azul'' nasceu'' naquele pequeno casulo
-uau, é lindo. - meus olhos permaneciam fixos na borboleta, mas lancei para Emily um olhar furtivo [olhar discreto] ,porém ela notou o olhar.
-Por que você sempre cora quando eu te olho? Por que nunca me encara? E por que guarda tantos segredos de mim se já te provei lealdade
-Talvez você não entenda - disse voltando a encarar aquela imensidão que eram seus olhos castanhos
Então me ajude a entender – sua voz soou quase melancólica e foi o suficiente par me desarmar. eu estava louca para que a tristeza abandonasse seu rosto angelical, e sem entender o motivo de me sentir tão mal por vê-la triste.
-Eu sei que vai parecer uma loucura,mas eu não pertenço a esse século e sim ao século 21... preciso achar uma maneira de voltar para o meu-um olhar divertido surgiu no seu rosto.
-Susan, acho que você bateu muito forte a sua cabeça ao chegar aqui- ela continuou sorrindo até perceber minha expressão séria - você está falando sério?
-é... eu também achava impossível até vir parar aqui. Um lugar estranho com costumes estranhos e eu estou com tanto medo! Tanto medo que eu me sinto sufocada. O pior é que eu não te culpo por não acreditar em mim, nem eu acreditaria se fosse você
falei afobada enquanto puxava a gola do meu vestido, mas ao invés de virar as costas e ir embora pensando que eu fosse uma louca ,ela simplesmente afastou minhas mãos e me abraçou de uma forma tão protetora que eu senti que a partir daquele momento nunca mais estaria sozinha novamente.
-Eu acredito. Acredito com todo meu coração .- seu coração batia tão alto que eu podia ouvir ao encostar minha cabeça perto do seu peito.- prometa que vai me contar tudo sobre o futuro Sue.
ela falava dando um tom animado na sua voz ,talvez estivesse tentando me distrair. ela me largou e colocou um pano sob o chão e mostrou uma cestinha que havia preparado antes de vir.
- que tal me contar na companhia de um bom vinho ?- ela procurou a taça,mas não encontrou. parece que eu não trouxe taça.
sorri pegando da sua mão e dando uma boa golada.
- pra que taça? - sente ao seu lado e toquei com meu indicador a curva do seu pescoço. observei sua clavícula e desci com meus indicador até lá . - lá no futuro... algumas mulheres Exercem cargos importantes...
-- sério? e ainda precisamos usar esses espartilhos ou vestidos longos?- ela mordeu o lábio inferior
-Não!você pode usar a roupa que desejar e eu ainda não estou na melhor parte, no futuro você pode namorar com quem você quiser.- usei meu indicador para contornar seus lábios - sabe , Emily, aposto que você ficaria bem de terno.
- aposto que sim...- ela disse sussurrando enquanto se aproximava mais.- e perai o que você quis dizer com ''podemos namorar com quisermos '' ?
-eu e você,por exemplo, seríamos um casal perfeito. - seus olhos me fitaram com uma certa doçura que eu fui incapaz de desviar o que me fez corar imediatamente.
- viu? você cora quando eu te olho - me acusou ,porém de um jeito vitorioso .- e seriamos um casal perfeito nessa época também... com a diferença de que seríamos presas e caçadas por religiosos .- acariciei seu rosto e percebi que sua mão acariciava mus braços . observei seu rosto por um instante. os olhos brilhavam, e o sorriso a deixava mais atraente, se é que aquilo era possível.
-eu coro sempre porque seus olhos são tão profundos que as vezes me impedem de respirar e a sensação só piora quando olho para os seus lábios... eles são tão vermelhos e parecem tão doce que eu sinto vontade de prová-la a cada minuto em que estamos juntas- falei devagar, enquanto rocava aponta do meu nariz na sua bochecha.
-- eu quero muito te beijar agora.
-- então por que você não me beija ? eu quero muito que me beije. Eu quero desesperadamente um beijo seu, minha querida Emily.
Emily envolve suas mãos na minha nuca umedecendo os lábios me puxando para um beijo doce . tão doce. completamente doce. no inicio era desajeitado ,mas depois de alguns segundos nossos lábios pareciam se encaixar perfeitamente. eu jamais havia sentido aquilo antes, meus joelhos pareciam não me obedecer e meu coração estava mais agitado do que jamais esteve. Eu mexi na maquina do tempo esperando ganhar destaque como cientista ,mas acabei encontrando meu porto seguro.
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