Emily Elizabeth Dickinson é uma moça que vive em 1850 com sua família;adora poemas e é uma amante da natureza. Susan Gilbert é uma garota prodígio que é obcecada por ciência ,porém vive no século XXI e trabalha em um laboratório que ao fazer um test...
Houve um tempo que eu fui fechada. Fechada ao ponto de achar que só poderia ser feliz se encontrasse algo incrível que me faria ganhar um premio e meu nome fosse referencia para algum estudo ou descoberta , em consequência disso acabei perdendo coisas simples da vida como observar borboletas ou colher as primeiras flores da primavera. Não podia reclamar sobre não ter amigos, eu tinha! não uma legião, mas eu tinha ,entretanto eles nunca me fizeram sentir segura como Emily fez em questão de segundos.
Na manhã seguinte fui até a porta do quarto de Emily que estava entreaberta ,entrei e fiquei escorada a observando escrever com tanto amor, ela mexia os dedos e sorria. sinto meu coração ficar acalentado com aquela cena, suas mãos eram grandes, mas delicadas.
-Sue? - ela estalou os dedos me tirando daquela hipnose total no qual eu me encontrava
-você escreve poesias ? - Falei me aproximando enquanto notava sua poesia.
- SIM. sou uma poetisa !.- ela levantou e seu sorriso se abriu quando exclamou que era uma poetisa
- será que você não me daria o prazer de ler um deles?-ela reuniu os poemas que estavam em cima da mesa e passou por mim pronta para responder .falou perto do meu ouvido como se fosse seu segredo mais precioso :
- pode ler, mas só se já tiver visto uma borboleta sair do casulo. caso contrário não posso confiar meus poemas a alguém que nunca parou para ver a mais bela metamorfose da natureza- ao sentir sua respiração tão próxima do meu ouvido um arrepio subiu por minha coluna me fazendo estremecer dos pés a cabeça.
o que estava acontecendo comigo, afinal? aquele lugar definitivamente estava mexendo com a minha cabeça. Emily era diferente, seus olhos quase brilhavam quando falava que era apaixonada por escrever poemas
-Emi... nunca vi,mas se você conhecer algum casulo, por favor me avise que eu irei correndo ver.- ela sorriu e ficou na minha frente.
-hoje é seu dia de sorte, Sue. O jornal não anunciou a melhor noticia ,mas há um próximo daqui. se me permite a ousadia, prometo que hoje será o melhor dia da sua vida- disse ela entrelaçando nossas mãos o que me fez corar -uma coisa Emily tinha razão, aquele seria mesmo o melhor dia da minha vida.
- espero que cumpra sua promessa ,Emily Dickinson, porque da última vez que me prometeram foi um fiasco- de fato foi um fiasco, já que meus amigos me levaram para uma balada onde muita gente falava ao mesmo tempo, além de ser cheia de carinhas que depois de duas cervejas se achavam irresistíveis e faziam piadas machistas deploráveis . Eu já estava vestida por isso estava apenas esperando Emily pegar algumas coisas que segundo ela seriam de extrema necessidade e eu como uma boa amiga/cadelinha nunca reclamaria. Caminhar ao lado de Emily era sempre emocionante, pois ela me fazia admirar tudo.
-- Sue ! Olha só, várias abelhas polinizando aquelas flores- ela disse com tanta satisfação que até eu me senti persuadida a admirar.
-- eu estou vendo, alguém já te disse que sua risada é contagiante? - falei rindo da animação dela
ela puxou minha mão e me levou para um lugar que parecia ser o estábulo
-Vamos a cavalo- ela disse e automaticamente fui me afastando aos poucos -Não me diga que tem medo de cavalo?
Óbvio que eu tinha medo, sempre fui acostumada a ir para os lugares em algum automóvel e agora eu teria que ir montada em um animal bem maior que eu.
-Claro que não, eu não tenho medo de nada. - Cruzei os braços e endureci o rosto fingindo ser corajosa, mas corri atrás dela agarrando no seu vestido quando o cavalo foi ao nosso encontro
-Corajosa? - ela caiu na gargalhada – eu não o deixaria te machucar
Em um momento de ego ferido misturado com coragem fui até o animal e ergui minhas mãos acariciando seu pescoço incrivelmente quente e macio
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-Sue! Ele não gosta que encostem ne...le- ela falou pausadamente vendo que o animal parecia gostar do meu carinho- nossa! Como você fez isso? Ele não gosta de ser tocado, mas parece que você o encantou, ''como tem feito com todos daqui''...- ela sussurrou a última parte, mas eu havia escutado; impressão minha ou ela estava tentando flertar?
-Você é a criatura mais adorável do mundo, sabia disso cavalinho? - falei encostando meu rosto nele.- eu não fiz nada, acho que nosso santo bateu.
Ela parecia não ter entendido a última parte, mas não disse nada, apenas exprimiu um sorriso no canto dos lábios. Emily passou por mim e selou o cavalo, em seguida tocou na minha cintura me ajudando a montar uma vez que era mais alta que eu uns bons centímetros. Que frio na barriga eram aquele? Ainda não havíamos visto as borboletas, mas eu podia jurar que elas habitavam ali. após me ajudar , ela impulsionou seu corpo para trás subindo, em seguida conduziu o animal pelo campo. Estava rezando mentalmente para chegarmos o mais rápido possível, uma vez que o calor do seu corpo juntamente com os arrepios que suas mãos em volta da minha cintura me causavam era demais para mim.
