La fin et le début de nous deux.

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Desde o determinado momento em que eu e Thomas resolvemos fugir e começar uma nova vida longe de tudo que era perigoso e valioso para ele, forjamos nossa morte. Ninguém além de sua família e minha amiga sabia sobre a verdade e foi um verdadeiro caos quando todos os empregados dele souberam da notícia. Arthur nos disse que o velório foi um completo caos, as pessoas choravam como se tivéssemos sido pessoas importantíssimas, afinal ele não havia sido um desconhecido, havia feito história. Mas eu não tinha sido uma pessoa muito conhecida, mas mesmo assim ele contou que até ele mesmo chorou pensando como seria se fosse verdade, nós claramente rimos da cara dele.

As semanas seguintes se tornaram uma verdadeira alegria para nós dois enquanto viajamos quilômetros e mais quilômetros de distância. Thomas parecia uma outra pessoa, sorria com frequência e me tratava muito bem. Parar com o que ele fazia era como se um peso tivesse sido tirado de suas costas.

Passamos em Londres onde Thomas finalmente reencontrou seu filho que já estava grandinho e juntos nós três seguimos rumo para Amersham, uma cidade não muito longe dali onde começamos nossa vida novamente.

Três meses mais tarde, quando já tínhamos casa e um bom dinheiro para continuar a vida sem precisarmos trabalhar, descobri estar grávida e foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Eu nunca achei que amaria e muito menos teria uma vida a dois quando estive no futuro, o mais perto que cheguei de gostar de alguém lá foi Sam.

Seis meses mais tarde, minha filha nasceu e eu a batizei de Star, em homenagem à pedra brilhante como uma estrela que me trouxe ao local que eu mais vivi minha vida.

Star e Charlie se deram bem de cara, o amor que ele tinha por ela era surreal e cuidava muito bem da minha filha.

Então, nós quatro estávamos vivendo felizes para sempre. Não tinha armas, não tinha perigo, não tínhamos mais impurezas.

Dois anos se passaram quando descobri estar grávida novamente e desde então não parava de sorrir. Todos da família Shelby estavam contentes com a notícia que alegrava a eles que continuavam em Birmingham.

— Você tem um momento? — perguntei para Thomas, que estava cuidado de um cavalo no estábulo.

Ele se virou e me observou de cima a baixo, eu ainda estava de pijamas, mas não ligava para isso.

— Claro, eu já vou.

— Certo, vou te aguardar na varanda dos fundos.

Voltei para a varanda e continuei parada no batente da porta de tela que nos protegia dos mosquitos na época de verão observando Charlie levando Star de bicicleta pelo gramado. Era isso que eu gostaria de mostrar para o meu então marido, afinal eu amava ver a interação de meus filhos juntos.

— O que é? — perguntou ele, me abraçando por trás. Suas mãos acariciaram minha barriga.

— Olha os dois como se dão bem. Eu não me canso de vê-los sendo tão amigos.

— Ele é um ótimo irmão para ela, Gale. Tenho certeza que nosso bebê também vai ser.

Virei-me para ele e assenti. Selei seus lábios lentamente em um selinho e sorri em seguida.

— Eu te amo.

— Eu amo você.

— Como se sente longe de toda a sua vida agitada e problemática?

— Você me pergunta isso todos os dias desde que fugimos. Eu sinto que você salvou a minha vida, já te disse.

— E você salvou a minha. — sorri e o abracei.

Talvez o meu propósito tenha sido finalmente cumprido. Eu estava com Thomas sã e salvo, longe de tudo que poderia lhe fazer mal. Se aquela ali fosse a minha meta de vida, eu já havia cumprido-a.

Eu nunca me cansaria de estar ao lado dele, de acordar e ver seus olhos azuis, de envelhecer ao lado dele. Eu só queria amá-lo cada vez mais, como se tudo que tivesse acontecido no passado tivesse sido apagado da nossa mente e só sobrasse os nossos momentos juntos.

Aquela era a nossa vida e eu não a trocaria por nada.

— Eu estive pensando, o que acha de começarmos a apostar em corridas de cavalos? — perguntou Thomas e logo o encarei sem saber o que dizer.

Ele sorriu.

— Estou brincando.

— Pensei que estava querendo me matar do coração.

— Jamais, meu amor. Não quero nunca mais ficar longe de você.

Sorrimos e voltamos a observar nossos filhos brincando. Star mesmo sendo pequena já era uma tagarela e eu morria de rir do modo como ela gritava com Charlie para ele parar a bicicleta.

O coração negro havia aberto um portal não só para o passado, mas também para a redescoberta de quem eu realmente era e para o amor. Isso me bastava.


FIM.


Boa noite gente. Primeiramente eu gostaria de agradecer a cada um de vocês que leu Coração Negro e me apoiou votando e comentando, no começo eu achava que não daria em nada e olha onde nós estamos, quase 29 mil visualizações.

Foi ótimo escrever esse livro para vocês. A todos que ainda vão chegar, espero que tenham gostado quando lerem essas palavras aqui. Em breve retornarei com mais fanfics, então um beijo e até a próxima. <3

Coração Negro | Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora