IX

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Imaginar acordar com o sol entrando pelas janelas e os pássaros cantando, hoje está muito longe, de acordar com as maravilhas da natureza. Ao invés disso, acordei sendo derrubada da - dura - maravilhosa cama, me fazendo ter dores nas costas.

Como queria matar alguém agora

- O QUE É PORRA? - grito. Minhas costas estão com uma baita dor. Não sou de falar palavras assim, mas quando estou com muita raiva eu solto sem conseguir me segurar.

- Limpa a boca garota! Ta pensando que é quem? Se acordasse quando chamei não teria que acordar beijando o chão! Agora vamos logo que temos que ir! - diz a grossa da Débora.

Levanto e vejo que no canto do quarto aquele idiota esta rindo de mim. Argh, criança.

Nos arrumamos - tiramos o amassado da roupa e arrumamos nossa cabelo para estarmos apresentáveis - e saímos em direção ao que posso chamar de recepção, onde o mesmo velho de antes está sentado com uma revista com o nome mens health e o mesmo sorrio da noite anterior que me dá nojo.

Deixaram o dinheiro na bancada e saímos em direção ao carro. O céu ainda estava mudando suas cores e esbanja um laranja claro, com as nuvens brancas que pintavam o céu.

Era muito cedo, acho que das 5 da manha não passava, nunca acordei tão cedo e mesmo com a noite - talvez algumas poucas horas - mal dormida, eu não estava com sono e sim curiosa, estamos fugindo - não sei de quem - corria perigo - não sei o porquê - e estávamos 'viajando' para um lugar no qual não fazia a menor ideia.

Diferente de ontem, eu não ficaria calada. Já havia passado o choque por mais que ainda teríamos que fugir, não sei o porquê, eu quero saber a verdade.

Assim que entramos no carro resolvo perguntar, mas a infeliz motorista do carro acelera me jogando contra o banco.

- Droga! Será que alguém pode me explicar o que esta acontecendo? - digo assim que me recupero e coloco o cinto de segurança. Não quero correr o risco de andar de carro com essa louca no volante.

- Agora não da princesinha. Fica quietinha aí que assim que estivermos seguros você vai saber. - disse a louca do volante. Agora penso, como foi que ela tirou uma carteira de motorista? Ela é totalmente louca meu Deus! Não permita que eu morra, peço baixinho a Deus.

- O que vocês acham que sou? Uma boneca que podem levar de um lado para o outro? - pergunto e quando vejo que alguém vai responder corto-o - ou falam ou irei descer desse carro e não me importo se está em movimento ou não!

Estamos em uma estrada praticamente no meio do nada. Sei que estou blefando, mas tenho que ariscar qualquer coisa. Se eles não me falarem nada acho que morrerei de curiosidade.

- Então saia! Não me importo com suas exigências. - a loira diz e isso me irrita, ao mesmo tempo que James dá uma cotovelada nela, para irritá-la abro a porta fingindo que irei mesmo me jogar do carro em movimento, como se eu fosse louca.

-Débora não seja... - falava James quando foi jogado contra o banco com o solavanco do carro, interrompendo-o.

O carro acelera mais, me dando um susto e agora agradeço por não ter tirado o cinto de segurança. Vejo um carro todo preto atrás, também em alta velocidade.

- E agora? Quer mesmo se jogar? - pergunta Débora debochando de mim e fico mais assustada com o carro nos seguindo do que a velocidade em que estávamos.

Em linha reta seguimos durante muito tempo e isso está me incomodando mais ainda, pois agora não é apenas um carro. Meu medo está como nunca antes e a adrenalina tomando conta de todo meu corpo, tudo parece câmera lenta mesmo que o carro em que estamos esteja a mais de 180 Km/h e ao mesmo tempo que a pressão se faz em meu corpo, o medo corroeu todos meus pensamentos e só penso em como vamos sair disso.

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora