XXVII

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( Parte I )

Alguns horas atrás Érico estava preso no mesmo ambiente que o Alfa, olhando - o com nojo de seu estado, vendo - o como um lobo daquele tamanho se deixava levar por tal filhote. Sem limites para a raiva, já não aguentava mais compartilhar o mesmo ambiente que tal criatura. O ar já o estava sufocando, e depois de tanto lutar para acabar com a dor em seu peito, que o mantinha prisioneiro a tantos anos e esteve tão perto de acabar, sua frustração tomava cada célula de seu corpo.

Precisava de ar, correr, se libertar - ou pelo menos estar a salvo de tal presença. Sem mais paciência, se levantou do sofá de couro preto e saiu do grande escritório sem olhar para trás, com passos firmes.

- Onde vai? - perguntou o Alfa.  Érico não entendia como, mesmo com o metabolismo rápido de lobos o Alfa conseguia se manter em um estado de quase - bêbado, onde a voz já se arrastava, mas sabia que isso não seria por muito tempo e logo ele estaria mais firme que qualquer homem humano sóbrio.

- Preciso de ar puro. - foi sua única frase antes de atravessar a porta, batendo fortemente  ao fechar.

Seus passos logo atravessaram o longo corredor que tinha em suas paredes retratos de lobos. Passou por cada um sem interesse até chegar ao final do corredor, logo estava na sala.

Érico sentia - se preso naquela enorme casa e pressentia que alguém sem muita atenção pudesse se perder entres os longos corredores existentes que faziam a casa ser quase um labirinto.

Seus passos o guiaram para fora, precisava se libertas, soltar seu lobo. Sentia seu lobo querendo tomar o controle e por mais que sua vontade fosse essa, ele não se permitiria a perda do controle que quase não tinha.

Seus passos seguiam sem rumo em direção a natureza que existia em sua frente, uma floresta de árvores densas. Ele queria de alguma forma, fugir de tudo o que estava acontecendo, mas seus pensamentos rondavam sem parar, voltando em uma mesma pessoa.

A mesma pessoa que tirava notas altas quando ainda atuava como professor, a mesma pessoa culpada de não poder ficar com a sua amada, a mesma pessoa culpada de tudo. Ele queria esquecê-la, mas sua feição, sua inocência e seu jeito de agir sem pensar. Ainda em sua mente conseguia ver os fios de um castanho suave cair sobre a carteira como em todas as aulas quando dormia e nas provas a maldita tampa da caneta azul que pressionava seu lábio inferior enquanto uma ruga quase imperceptível surgia e sua testa, qualquer um poderia colar em sua prova por ele já que sua atenção estava totalmente naquela garota, o que só o fazia sentir cada vez mais raiva.

Estava correndo sem direção, longe de onde estavam invadindo a grande casa não percebeu nada de estranho sua caminhada era totalmente controlada por seu lobo.

Passos e mais passos era dado e apenas a luz da lua banhava as densas arvores em sua volta quando não muito longe ouviu um barulho que lhe chamou a atenção. Poderia facilmente ser comparado com um deslizamento de terra já que se encontrava em um morro, mas algo o fez ir atras, e tomando o controle do corpo novamente seguiu o rastro que lhe foi deixado como uma prenda.

...

Ele me olhava com aqueles olhos de uma profundidade imensurável, isso me assustava, mas tentava não deixar transparecer. Senti seus olhos passando por todo o meu corpo e arquejei com a sensação de seus olhos imundos em mim. Eu ainda não ainda percebido a minha nudez e em um susto tampei o que pude com meus braços, mãos e cabelos.

- O que voc... - Fui interrompida bruscamente por sua voz abafada com um suspiro.

- Você é ainda mais bela... - terminou sua frase em pensamento.

Senti meu rosto corar bruscamente com a menção do elogio, eu me sentia um objeto em uma vitrine pronta para ser comprada. Olhei para trás, a procura da pessoa que antes falava comigo, mas nem me importei quando o ouvi chegando e ela já não estava mais lá. Meu coração deu uma batida, eu estava sozinha com ele.



Iêiê pessoas, esta aqui uma parte do capitulo, não consegui termina-lo e espero que gostei. Desculpem os erros.

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora