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Enquanto mais nos aproximávamos da grande montanha, mais meu coração clamava por socorro.

- DÉBORA! - gritei a todos os pulmões antes de fechar os olhos e aguardar pelo impacto que não aconteceu.

Demorei em acreditar que nada teria acontecido. Os barulhos em minha volta pareciam estar em outro plano enquanto eu orava a Deus, para acordar com o maldito despertador à tocar e me tirar desse pesadelo, que agora não acredito mais ser minha nova realidade.

Meu coração parecia estar a mil por horas, sem controle nenhum, dançava por todo o meu peito e a única coisa que fazia, era apertar ainda mais meus olhos para ver se assim acordava - o que não resultou em coisa nenhuma -.

Aos poucos voltei novamente para terra. A viagem para as galáxias foi como uma anestesia para o que me espera.

Ainda não havia aberto os olhos por medo de ainda estarmos em direção ao grande monte.

Aos poucos pude ouvir os burburinhos ao lado de fora do carro, as vozes das pessoas conversando, de alguns poucos pássaros a cantar. O novo mundo aos meus ouvidos parecia divino, mas ainda não me sentia pronta para encarar essa nova realidade de frente, por mais que esteja muito curiosa para isso.

Batidas na janela do lado em que estava me assusta fazendo com que abra os olhos com tudo e vendo que ainda estava viva.

Eu estou viva! Viva! Nunca fiquei tão feliz por estar viva.

Aos poucos vou me ligando ao novo local onde estou. Depois da minha pequena - nem tão pequena - comemoração por estar viva, resolvo olhar pela janela e ver onde estou.

Não é nada de outro mundo, ninguém com sete cabeças ou azuis. Não que eu pensei que fosse, mas estávamos em um lugar em que eu nada sabia, não tinha conhecimento nenhum e esperava qualquer coisa.

A cena que me deparei, foi olhar a janela do carro e ver algumas pessoas me olhando do tipo: "menina louca, será que é de outro mundo?" e eu realmente era. Eu embarquei nessa fuga sem saber de nada que me aguardava, eu esperava algo mais estranho, mas não, eu vi ali fora, pessoas normais.

Logo a porta é aberta e ainda assustada com tudo saí do carro. Saber que eles eram pessoas normais me deu uma esperança que eu só por um momento tivesse criado essa realidade alternativa que tudo isso foi fruto da minha imaginação.

De fato, fiquei mais tranquila vendo essas pessoas normais. Não haviam tanta pessoa envolta e assim que algumas delas abriram espaço, Débora apareceu para me tirar dos meus pensamentos.

- Anda logo, para com essa cara de boba. - falou me puxando entre as pessoas que nos olhavam - Sinceramente achei que fosse das minhas - disse suspirando.

A verdade é que com tudo novo, eu estava em choque. Você que é lerda mesmo, ninguém fica em choque por tanto tempo - na verdade eu estava, não conseguia processar nada tão rápido quanto as 'novidades' chegavam.

Primeiro o sonho, o humor elevado e falar comigo mesma, acordar suja no meio do mato, a fuga então foi a pior delas, depois o sonho muito estranho a perseguição, ir de encontro em uma montanha enorme e agora estar aqui, em volta de pessoas normais.

Não foi pouca coisa e tenho certeza que não será só isso.

Resolvo olhar as pessoas em volta, nada tão estranho, estou achando ate normal de mais. Poucas pessoas estão na rua agora que esta tarde, além das pessoas que estavam em volta do carro que eram todos adultos e imagino que as crianças já estejam dormindo ou em casa.

O lugar não é nada de outro mundo também, o carro onde paramos esta estacionado em uma praça, a qual estamos atravessando. Eles devem gostar muito da natureza, a pracinha mesmo no anoitecer esbanja flores, algumas fechadas outras que nunca vi tão lindas e árvores.

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora