A chama era a única a iluminar a nossa volta, abaixo das árvores.
O ar úmido, deixa tudo ainda mais frio. Não temos sequer uma barraca. Os pernilongos, me picam incansavelmente.
Não consigo ver o céu, não consigo ver estrela, não consigo ver a lua.
Saco, agora vou morrer comida por esses pernilongos - penso enquanto tapas são diferido em toda a minha perna.
Não temos mais condução e a Débora achou melhor irmos mata adentro mesmo, cortando caminho para chegarmos ao local, ela disse haver uma outra alcateia que iria nos ajudar. Eles são de costumes antigos e quase ninguém sabe de sua existência, eles preferem assim.
A essa hora o medo já não deveria fazer parte de mim, mas ainda o sinto. Eu estou confiante de que chegaremos lá a salvo, mas tenho medo de que não me aceite ou que eles me deem como oferenda a sei lá qual deus - pois é, eles são bem das antigas -, ela disse que é bom encontrarmos com eles, para saber do passado, das nossas origens. Eles preservam muito a cultura.
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Eles - Débora e James - dormem perto do clarão produzido pelas chamas da fogueira, mas o sono fugiu de mim desde a explosão do carro.
A nossa volta, poucos vagalumes aparecem, consigo ver os pequenos barulhos dos roedores noturnos e outros animais pequenos.
A nossa tarde de hoje, logo depois da explosão, pode ser resumida em: andar e caminhar e andar de novo.
Não fizemos nada diferente. Sem água sem comida durante os dia todo. Ela queria que chegássemos lá logo, quanto antes melhor - dizia para nos fazer
apressar nossos passos.
Voltaremos a nossa caminhada sem fim logo com os primeiros raios. Quer dizer que não demoraria muito.
Olhei as chamas crepitar, faíscas brilhantes saltarem dos galhos secos juntados para a fogueira.
Meus pensamentos dispersos, sem se focar em coisa alguma, até a lembrança passar em flashes, com todas as sensações.
Senti meu corpo sensível trazendo de voltas às picadas ardidas angustiantes.
O que será que estava acontecendo?
O fogo já não queima e brilha, apenas deixa seu calor como recordação do que uma hora foi uma fogueira. Ainda estou sentada e não dormi. Nas copas das árvores, consigo ver os poucos raios atravessar, mas ainda assim, aqui é úmido, frio e escuro.
Nas folhas baixas de pequenas plantas, há gotículas de água. A fogueira em cinzas e a umidade competindo com o calor. Os pelos dos meus braços arrepiados e a ponta do nariz gelado.
Não tenho o que fazer aqui e agora.
Suspiro e fecho meus olhos. Apenas por fechar.
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A loba [ REVISANDO ]
WerewolfÓrfã, Mariana não sabe o que é ter uma família. Com seus 15 anos ainda vive no orfanato, sofre bullying no celégio pelo garoto a qual é apaixonada e tem que lidar com a exclusão. Mas seus dias estão contados e sua rotina monótona está chegando ao f...