Epílogo

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Meus olhos vibravão com cada trovoada, o tornado que antes estava intenso vai perdendo sua intensidade aos poucos, junto com seus raios e os barulhos que atormentavam.

Me sinto mais leve, sem toda aquela confusão em minha cabeça agora posso pensar com mais clareza e me situar melhor.

Aos poucos, o tornado me deixa no chão, seguindo de volta ao céu com toda a magia que antes me habitava. É um sentimento estranho esse, de se sentir diferente. Aquela magia de alguma forma esteve comigo sempre e agora sem ela pareço ter um vazio ainda maior no meu peito.

Levanto ainda incerta do que fazer, sentindo minhas pernas fraquejarem decido me arrastar até o lago. Ajoelhada perto das aguas calmas, com as mãos em conchas molho meu rosto para me 'acordar' do transe. 

MEU DEUS DO CÉU! Oque acabou de acontecer? 

Ainda com meu rosto molhado, levantei aturdida. Nada parece ter acontecido com as agua que se mantem calma.

Sentada na terra que corre em torno do lago, olho para o céu já limpo sem nenhum resquício do que me aconteceu. Poderia ser tudo um sonho se eu ainda não sentisse minhas mãos formigarem.

Encaro meu reflexo na agua e me deparo com a mesma menina de antes, o mesmo cabelo, a mesma mboca e a mesma buchcha, mas meus olhos já não eram os mesmo. Observei cada detalhe dos olhos amarelos refletidos na água, surpresa.

Começo a correr desesperadamente fazendo o caminho do acampamento. Jamais pensaria que teria meus olhos amarelos como de todos da alcateia. Seria isso um começo para uma mudança radical? Eu sempre me queixei do meu corpo e de tudo em mim, mas nunca me imaginei mudando.

Ainda correndo, varios cheiros me invadem como nunca antes, da grama, da terra molhada, das poucas flores escondidas em meio as arvores, mas um cheiro em especial me chamou a atenção. O cheiro era de alguma forma conhecida. Parei quando o cheiro parecia se aproximar cada vez mais. É doce. É bom.

Ao longe vejo a figura de uma pessoa. Desacelero meus passos e volto a caminhar em uma valocidade razoavel, sentindo o cheiro doce se intensificar cada vez mais. Aos poucos reconheço a mulher que caminha até mim, minha mãe.

- O que você faz aqui? - Pergunto nervosa. Alguem viu aquele tornado? 

Minh mãe nada diz e continua a caminhar até mim. Seus olhos estão molhados, mas não tenho tempo de observá-la mais quando ela me abraça derrepente, circulando seus braços finos a miha volta. Será?

Ficamos por um momento calada. Ela é a fonte do cheiro doce, com o cheiro vem as vagas lembraças do meus pesadelos de infancia. Abraço-a mais forte.

- Meu bebê! Senti tanto sua falta.

E então não consigo mais segurar e desabo em seus braços. Os soluços me invadem e parece não parar mais, sei que meu rosto já deve estar vermelho mas quem liga? O abraço fica mais forte, querendo nos fundir uma na outra.

- Desculpa não estar ao seu lado quando você mais precisou. Desculpa por todos esses anos longe. Eu fiz de tudo, você tem que acreditar em mim, fiz de tudo para que estivesse segura. - Suas mãos seguraram meu queixo fazendo-me ohar para ela que tinha seu rosto banhado em lagrimas. - Eu prometo que nada mais vai nos separar. Minha bebê. 

Seus soluços se juntaram aos meus, e voltamos a nos abraçar enchendo o silencio da floresta com nossos soluços.

***

Voltamos ao acampamento abraçadas, inacreditavel como a vida pode ser as vezes. tantos acontecimentos trouxe minha familia de volta para mim. 

Ao chegarmos fomos recebidas pelo meu pai que caminhava com dificuldade mais não se negou a nos abraçar bem forte dizendo que sabia que eu voltaria para ele. Me emocionei e chorei, é claro.

Sobre meus olhos terem mudado de cor, foi Debora que descobriu. Ela me esperava junto ao James logo atrás do meu pai, não a tinha visto ali. Ela correu para me abraçar quando meus pais soltaram o abraço e congelou como uma estátua perguntando estérica sobre a cor dos meus olhos- parecia o fim do mundo - mas reparei suas mãos dadas com James.

Sua esteria parou quando viu a direção do meu olhar. Seu sorriso foi imenso quando olhou para James e finalmente disse.

- Somos companheiros.

Não intendi o que isso quis dizer, mas pelo tom vermelho que seu rosto ganhou vi como ela está feliz com isso e da minha parte apenas parabenizei.

Nessa guerra perdemos muitos dos nossos, mas ainda conseguimos vencer essa batalha e mesmo com tantos feridos ainda podemos nos reerguer. Não sei o que vem pela grente, mas seu que tudo isso foi só o começo.

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Ieiê pessoal! Aqui está o epílogo. Desculpem os erros. O livro 2 começará a ser postado somente no final de janeiro. Obrigada por acompanharem. :)

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora