XXIV

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Estava pronta para fugir, fazia da minha audição apurada, uma arma. Poderia ouvir qualquer barulho próximo de mim e longe, assim me facilita saber por onde posso passar.

Fechando meus olhos, deixei que meus ouvidos me guiassem para o som mais próximo de mim, meus pensamentos encontram bips de uma maquina não tão perto de mim, mas com minha audição aguçada era como se eu estivesse ao lado da maquina.

Eu preciso dar tudo de mim para que eu possa fugir daqui, e eu irei.

Meus olhos se fecharam por um momento, ainda em frente a porta do quarto que ocupava momentos antes. Minha cabeça se inclinou um pouco para cima e farejei o ar. Como uma lufada de ar, os cheiros tomaram conta de mim, cada um com uma característica própria, como se eu estivesse passando na área do supermercado exclusivos de perfumes em que o ar era empreguinado de perfumes de todos os tipos e marcas que eu, incrivelmente posso distingui-lo um dos outros, o que é uma tarefa árdua até mesmo para um especialista.

Estralei meu pescoço, movendo a cabeça para os lados e logo minha mão acompanhava, também estralando os dedos, que faziam um crak atrás de outro. Eu preciso estar preparada para qualquer coisa que vier e meu tempo esta se esgotando. Com passos precisos sigo o corredor ao lado contrário do qual sinto mais cheiros, a saída eu me viro para encontrar e passarei por cima de qualquer um que tentar me impedir.

O hospital parece mais um labirinto, com corredores e escadas, as quais sempre desço até que finalmente encontroa saída: uma porta que creio eu,que dê para a saída. Mas quando ouço passos já não tenho mais escolha a não ser passar pela porta branca, fechando-a rapidamente.

Um suspiro pesado escapou de minha boa.

Por pouco não fui pega.

Podia sentir a adrenalina correr pelas minhas veias misturadas ao sangue, eu consegui fugir! Mas ao me virar, vi toda a minha esperança morrer ao me deparar com um morro, alto de mais, íngreme de mais e minha única saída.

O destino poderia querer brincar comigo, mais não fugirei de suas brincadeiras. E sem mais, passo a passo, comecei a minha longa caminhada até o topo da grande montanha.

Aguçando mais meus sentidos consigo sentir toda a natureza me envolver e isso é a sensação mais maravilhosa que eu já senti em toda minha vida. Olhar para o topo me desanima, alto e imponente, isso o descreveria facilmente, eu nunca o completaria em menos de um dia andando, ainda mais que eu não sou tão atlética e não sou acostumada a subir morro, - Aliás, nunca subi morro nenhum! - e por vezes escorrego e piso em falso.

Não sei em que horas do dia estou, mas sei que já devem ter sentido a minha falta e agora está a minha procura. Não sei se quando chegar ao topo do morro, chegarei a minha tão esperada liberdade, mas sei que tenho que subir, quase como um instinto.

Minhas mãos já estão doendo por causa das texturas das árvores que uso para me apoiar devido ao caminho íngreme, e minha boca seca só faz com que eu me canse mais rápido.

Eu sou uma loba, ou sei lá o que querem dizer com isso, eu já vi o quantos os lobos são fortes e ágeis, se eu me transformasse seria mais fácil subir o morro. - O pensamento martela em minha cabeça.

É claro que seria!

Encosto em uma arvore de tronco fino e forte e suspiro cansado. Eu tenho que tentar me transformar, assim facilitaria minha vida, o problema é que não sei como me transformar.

Olho para cima pedindo ajuda, como eu poderia sei lá, invocar minha loba? Tento relaxar e estremeço só de lembrar a dor que senti quando aconteceu pela primeira vez, mas não deixo essas lembranças tomarem conta de mim e afasto meus cabelos do rosto com as mãos ainda sujas, tentando no Maximo me concentrar.

Vamo, Vamo... Vira loba!

Abro meus olhos e nada acontece, isso deve ser brincadeira comigo. Sou uma imprestável mesmo, nem para virar, transformar ou sei lá o que eu sirvo! Sinto minha raiva sobreponto o desespero de sair desse lugar e sinto meus dentes rasgarem minha gengiva, meus olhos aguçam ainda mais junto com minha audição.

Não doeu como eu esperava doer, e isso é um alívio. Olho para as copas das arvores, ouvindo o som harmonioso do vento entre as folhas, meus olhos se focam em cada galho que se mexe e sinto os cheiros de peguemos animais. Eu ainda não comi hoje e mesmo que nunca tenha comido um animalzinho desses, bem que cairia bem agora. Isso me dá água na boca!

Foco! – Grita meu subconsciente.

Bel – Choramingo – Me ajuda.

E foi então que eu senti, sem dor nem lamurio de minha parte, eu me transformei.

...

O alfa andava de um lado ao outro, gastando a sola de seu sapato lustrado no piso de madeira envernizada de seu escritório.

- Você já esta me deixando tonto... – Resmungou Érico, em resposta o alfa apenas o olhou nos olhos, com a raiva queimando em suas pupilas douradas.

O alfa segurava seu lobo firmemente para não pular em cima daquele que lhe tinha toda confiança e arrancar sua cabeça fora. Tentava pensar em alguma saída para encontrá-la: Longe, sabia que ela não estaria, mas sem alguém que pudesse rastreá-la pelo cheiro tornava tudo mais difícil, e por um momento, apenas um momento, quis que ela não fosse a escolhida.

- Se você a estivesse observando, não estaria agora tonto por me ver. – Disse tentando controlar suas presas que lutava para rasgar sua gengiva. - E agradeça por ainda não ter arrancado sua cabeça. – Rosnou e virou o rosto, voltando a gastar toda a sola de seu sapato.

Érico não deixou se abalar pelo comentário e – Quase – ameaça do alfa, confiava em seus dotes e pouco se importava com o alfa.

...

Os lobos guerreiros cercavam a alcateia de seu inimigo, os machos e fêmeas que se voluntariaram para a luta se encontravam logo atrás, longe da linha de fogo.

Débora, depois de sua primeira discussão com James, estava ao lado do alfa e seu companheiro, logo atrás dos guerreiros.

James ainda olhava sua amada com receio, perdeu a discussão e agora teme o pior. Ele sabe que ela é boa em luta corpo a corpo e até melhor que ele mesmo, mas seu medo e receio o fez querer ela de onde, para ele, ela nunca deveria ter saído, na tenda, mas Débora era cabeça dura de mais para ficar sentada a espera de noticias, ela se sentia responsável e não a agradava que seu companheiro tivesse pouca confiança em si, o que não é verdade.

...

Eu tinha total controle dos meus movimentos, minha loba aflorava e corria agilmente desviando das arvores. Nessa velocidade não demoraria a chegar ao topo.

Podia sentir o vento em minha pelagem, minhas garras firmemente pisar na subida íngreme do morro com precisão. Rápida como uma bala, me sinto invencível, nada pode me abalar emquanto eu for a loba.



Iêiê pessoaaaal... mais um capitulo para vocês !! Desculpem os erros e votem e cometem, obrigado.. sO/

Ps: estamos de capa nova \0/ e quero muito saber suas opinioes então comentem sobre a capa tambem!!

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora