XIII

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A porta se abre em um baque surdo e o livro cai das minhas mãos, permanecendo fechado ao meu lado.

A Débora entra no quarto esbaforida. Meu coração da uma batida em falso ao ver seu estado.

O que sera que aconteceu? Olho pela janela em milésimos de segundos e vejo lobos indo em direção uns contra os outros, mas não pela janela e sim em meu pensamento.

Fecho meus olhos fortemente.

- Anda, se arrume logo... Não temos muito tempo! - a olho assustada e sem questionar me sento e coloco o coturno que antes, estava ao lado da comoda onde havia o colocado.

- Droga.. - murmura ela. Ela esta com uma mochila nas costas e colocando algumas roupas de qualquer jeito dentro de outra.

- O que aconteceu? - pergunto curiosa já amarrando o cadarço.

- Não temos muito tempo, eles descobriram onde você está e já estão aqui, temos que fujir. James está no corredor nos esperamos.

Ele me olhou e vi o que achei que não veria tão cedo. Vi medo em seus olhos.

- Quantos? - ela sabe que estou perguntando quantas pessoas estão vindo ou já estão aqui e que vieram para me pegar.

De cabeça baixa, ela pega a outra mochila e e entrega. Entre seus cabelos caído ainda é possível ver seus olhos lagrimejarem.

- Eu não sei quantos, mas o que me parece, é o dobro de todas as pessoas que aqui moram. - Ela vira para o lado oposto - Não temos muito tempo, vamos.

Seguimos para porta que se abre mostrando um James com um corte sobre uma das sobrancelhas e um nariz sangrando. Meus pés travam no chão.

" O que será que aconteceu? "

Estou completamente assustada. Meus olhos estão concentrada nos ferimentos dele quando uma mão pequena e um pouco fria toca meu braço, me puxa pelo corredor. Desvio meu olhar de James que agora segue em nossa frente pelo corredor.

" O que iremos fazer agora? "

" Seria tão mais fácil se tudo isso não existisse. "

Estou em modo automático. A mão que antes estava um pouco fria agora está quente, me puxa pelo longo corredor e antes de chegarmos ao começo, onde se encontra as escadas, James nos pede para parar e verifica se está seguro. Depois de verificar seguimos em frente.

Atravessamos o longo corredor e é possível ouvir o começo do que está por vir ao lado de fora da casa.

James abre a porta e atravessamos seguindo em direção a Susi, o mesmo que usaram para nos trazer até aqui. O carro preto parece se esconder entre as árvores que agora, de noite, parece ainda mais densas e assustadoras.

Seguimos correndo em direção, temos que sair o mais perto possível.

Estávamos perto já, quando dentre as arvores, aparece um lobo preto, grande e de grandes olhos amarelos. Seus dentes meio amarelados estavam de fora e sua saliva escorria pelos cantos de sua boca. Era totalmente assustador. Parecia que ninguém havia o visto, eles estão mais preocupados de chegarem ao carro.

Sem esperar. Antes de o lobo pular em cima da Débora, que estava mais perto da densa floresta, eu pulei... Não sei como, por instinto, pulei arremessando-o fortemente, o que o fez cair não chão choramingando, eu não sabia como pulei em uma distancia tão longa, não sei como consegui acertá-lo, apenas não queria que ele machucasse a Débora.

A Débora que estava ao meu lado agora, olhou para mim. Eu ainda mantinha meus olhos em direção ao lobo, mas pude sentir seu olhar. O lobo levantou e antes que eu perceba, James já estava em cima, imobilizando-o pelo pescoço.

A loba [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora