capítulo 11

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Andrew Garfield

Acordar na cama de Eliza pelo terceiro dia seguido já estava praticamente me deixando mal acostumado, eu não conseguia imaginar uma coisa diferente.

Será que a gente estava indo rápido demais?

Foi o meu primeiro pensamento antes de me levantar e deixar à mulher adormecida coberta até a cabeça com sua colcha.

Em poucos dias nos conhecemos, nos beijamos, nos amamos e dissemos aquelas palavras. Por um breve segundo fiquei apavorado por estar pulando etapas, mas o sentimento era genuíno, nós dois sentíamos isso, e depois de ouvir um pouco de sua história ontem soube que não havia outra pessoa pra eu entregar meu coração que não fosse Eliza Santiago.

Eliza me contou sobre a sua infância e sobre a primeira vez que ela e sua mãe conheceram Jon, e perdido em pensamentos me lembrei da noite passada, de como seus olhos brilhavam ao contar essa história.

Jon e Marissa só estavam juntos por causa de Eliza, a pequena garotinha de sete anos foi a cupido dos dois. Junto de um álbum grande de fotografias era como estar lá, reviver o momento junto dela, e até sentir tudo o que ela sentiu.

A infância não foi tão fácil pra Eliza mas pelo jeito que ela falava era como se tivesse apenas absorvido os bons momentos.

A primeira vez que comeu chocolate, a primeira e última noite dormindo na rua, já que foi nesse dia que Lin as conheceu e as ajudou sem nem saber quem Marissa e Eliza eram. O dia da piscina com Jon, tudo isso era tão importante pra Eliza e já era importante pra mim também.

Quando acordei pra vida e decidi ir em direção ao banheiro ouvi Eliza resmungar, ainda era cedo e pelo visto ela não era muito fã de acordar pela manhã.

- Andrew... volta pra cama, ainda tá cedo. - ela diz fazendo bico, era muito difícil de resistir mas hoje eu teria que me conter. Por mais que eu quisesse hoje iria ter a última reunião de Tick Tick Boom antes das gravações se iniciarem.

- Eliza você sabe que é irresistível não é mesmo? Mas hoje não dá, reunião de Tick Tick Boom, e você sabe como o Lin é, se eu bobear ele fica com o meu papel. - digo gargalhando, ela tinha me contado que algumas vezes Lin escrevia os papéis diretamente pra ele e que se tornou uma piada entre ele e Eliza.

Ela cruzou os braços e foi em minha direção até roubar meus lábios em um beijo, a maneira que Eliza me beijava tão apaixonadamente era de perder a cabeça e ignorar o tempo passar.

Nunca era apenas um beijo, era sempre mais, desejo, amor, demonstração de carinho, era tudo e mais um pouco.

- Tudo bem, eu sei perder tabom? - Eliza disse tentando fazer uma cara de brava mas não se aguentou e começou a rir.

Nós parecíamos um casal que estão juntos a mais de dez anos com toda intimidade possível, e isso era incrível, eu sentia que Eliza precisava de todo esse amor, principalmente com o que aconteceu na primeira noite que dormimos juntos.

Eliza tinha acordado no meio da noite aos gritos, eu sabia que era muito além de um pesadelo comum mas decidi não perguntar nada, apenas a peguei em meus braços e a abracei esperando até que ela se acalmasse.

Na manhã seguinte não tocamos no assunto, talvez fosse algo muito grave, algum trauma antigo e eu não me sentia no direito de questioná-la, só deixei que ela soubesse que quando quisesse falar comigo sobre tal assunto eu estaria aqui.

- Aham, eu sei que sabe. - digo lhe dando mais um beijo antes de sair já que nem faria sentido eu tomar banho aqui, precisava de uma muda de roupas também, estava sobrevivendo nessa casa apenas com suas grandes camisas de botão.

God, it's brutal out here | Andrew Garfield | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora