capítulo 12

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Eliza Santiago Watts

A noite dessa vez foi sem nenhum pesadelo, parecia que estar ao lado de Andrew deixava todo meu corpo e a minha mente relaxada, ignorando quaisquer outras coisas que agora estavam no passado.

O relógio na mesinha de cabeceira marcava seis da manhã, eu não era muito de acordar cedo mas estava tão ansiosa pelo dia de hoje, seria o primeiro dia de gravações de No Way Home.

Pelo o que meu pai me disse, seria mais simples filmar todas as cenas com os três aranhas primeiro, isso não deixaria que os outros especulassem sobre o filme e adiantaria bastante as coisas.

As cenas de ação seriam longas e complicadas, repletas de CGI e necessidade de dublês pra alguns de nós.

Não era de ficar nervosa com início de gravações, era a minha quinta participação no MCU, eu já devia estar acostumada, os palcos, as telas, a sensação era sempre a mesma, mas já faziam tantos anos que até com a breve ansiedade eu já estava acostumada, mas agora era maior.

Minhas mãos estavam tremendo, meu ar escapando de meus pulmões, e foi exatamente nesse momento que Andrew acordou.

Mais uma vez ele parecia um gato preguiçoso pela manhã, mas nem isso foi capaz de me fazer parar de tremer. Eu nunca tive uma crise assim tão intensa desde aquele fatídico dia.

- Eliza... Eliza você tá bem? - a voz baixa e rouca dele estava preocupada e quando não consegui responder tudo piorou. - Eliza por favor, fala alguma coisa!!

E então em um ato completamente desesperado me joguei em seus braços escondendo meu rosto entre seu pescoço, não queria que Andrew me visse tão fragilizada, não podia cogitar a ideia dele me ver chorando.

Por que tudo com a gente tinha que ser tão rápido e intenso?

A gente não podia simplesmente ter uma história bonitinha pra contar no futuro? Por que tudo tinha que ser tão forte assim?

Andrew desistiu de tentar me arrancar uma resposta, ele simplesmente me abraçou e passou a acariciar meus cabelos sussurrando palavras de conforto.

- Eliza tá tudo bem, eu tô aqui... Por favor não chora, me diz o que eu posso fazer pra te ajudar.

E quem dera se eu pudesse, eram tantas coisas, tantos medos assolando meu coração nesse momento, coisas simples como a ansiedade de estar em um filme tão grandioso como no way home, e outras coisas muito maiores, como os rumores que não paravam com o meu nome, até sobre a minha amizade com a Bruna a imprensa estava questionando, e pra piorar as minhas suspeitas de que Armie estava voltando a me seguir eram altas.

No tempo que Andrew gravou Tick Tick Boom eu me recusei a ficar sozinha, voltei para a casa de meus pais, todos já sabiam sobre eles mesmo. Mas a cada vez que eu ia no mercado, ou simplesmente caminhava pelas ruas eu me sentia observada, me sentia seguida.

- Não... não posso te contar agora Andrew, por favor... - implorei tomando coragem pra olhar em seus olhos diretamente, ele estava preocupado, e com certeza meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. - Não quero te perder, você chegou na minha vida bagunçada e conseguiu me erguer, duas vezes, a primeira quando eu só conhecia o Peter Parker das telas de cinema, e agora como Andrew Garfield. Mesmo você sendo a pessoa mais importante pra mim nesse momento, eu não posso te envolver nisso, não quando estamos prestes a gravar a sua volta triunfante.

Andrew me olhava confuso e eu o entendia, quem me via sorrindo e brincando nas redes sociais não sabia de fato o inferno que estive vivendo nesses últimos anos.

- Eliza você está me preocupando, por favor, pode confiar em mim, eu vou estar ao seu lado pra tudo, eu amo você lembra? Sei que apressamos algumas coisas, que talvez dissemos essas palavras cedo demais, mas é a verdade, é o que eu sinto em relação à você desde o primeiro momento. - as palavras de Andrew junto de suas mãos em meu rosto me faziam querer ficar apenas ali, protegida em nosso refúgio.

God, it's brutal out here | Andrew Garfield | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora