God, it's brutal out here | Andrew Garfield | HIATUS

capítulo 10

Jon Watts

Alguns muitos anos atrás

Um estudante de cinema em um hotel chique era definitivamente uma coisa incomum mas cá estava eu e meus colegas de turma, escolhemos o hotel como cenário para o curta-metragem que seria o nosso trabalho de conclusão de curso.

Foram quatro longos dias de filmagens mas terminamos antes do tempo já que compramos diárias para uma semana, então iríamos aproveitar o resto dos três dias como férias merecidas depois de tantas noites em claro filmando, editando, dirigindo.

Minha cabeça nem funcionava mais, meus olhos nem meus dedos respondiam meus comandos, eu estava exausto.

Piscina! Era disso que eu estava precisando, um bom e relaxante banho de piscina pra colocar as minhas ideias no lugar.

Separei minhas roupas de banho, uma toalha e chinelos, coloquei tudo na bolsa, abri a porta mas assim que dei meu primeiro passo pra fora me lembrei que deixei o protetor solar e o roupão em cima da cama.

Deixando a porta aberta fui de volta até a cama e a mesinha de cabeceira pegando tudo o que eu precisava mas foi nesse momento que algo me surpreendeu, uma garotinha adentrou em meu quarto com um sorriso travesso em seu rosto e se escondeu dentro do armário ignorando completamente minha presença enquanto ela segurava a risada infantil.

O que raios estava acontecendo aqui?

Dei uma risada baixa e fui até o armário abrindo a porta encontrando a garota com o cabelo preso em duas tranças, uma de cada lado de sua cabeça.

- O que você está aprontando hein pequena? - questiono mas ela não me responde apenas se joga no meu colo como se eu fosse um conhecido de longa data de sua família.

Ela era fofinha, eu não podia negar, mas eu entraria em grandes apuros se fosse visto com ela sozinho e a última coisa que eu queria eram problemas antes de finalizar a faculdade.

Uns instantes depois da garotinha chegar pude ouvir outra voz, mais preocupada, só que agora era uma mulher adulta.

- Eliza! Menina do céu onde você se meteu? - o inglês da moça era carregado de sotaque e quando ela entrou no quarto fiquei paralisado por um bom tempo.

Ela era a mulher mais linda que eu tinha visto em toda a minha vida, mesmo com toda a preocupação estampada em seu rosto. Depois que ela avistou a pequena garota, que pelo visto se chamava Eliza em meu colo só rindo a mulher suavizou.

Entreguei a pequena garotinha pra mulher mas nem assim meus olhos se desconectaram dos dela, era como um magnetismo, nenhum de nós conseguia nos afastar ou dizer alguma coisa.

- Oh meu Deus que vergonha, me desculpe senhor, essa pestinha aqui acha que é sempre é hora de brincar de esconde esconde. - a mulher que até agora eu não sei o nome diz, só que nesse instante ela não mais olhava em meus olhos.

- Eliza você não pode entrar no quarto dos hóspedes assim! Lembra do que eu te ensinei? - a pequena apenas assentiu e escondeu o rosto nos ombros da mãe como se estivesse envergonhada pelo acontecimento.

- Não tem problema, ela só estava brincando não é mesmo? - digo calmo indo em direção à ela e fazendo carinho em seus cabelos, recebendo em resposta mais uma vez seu sorriso infantil, mas agora ela se esticava em minha direção, como se quisesse que eu a pegasse no colo.