capítulo 7

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Eliza Santiago Watts

A conversa com Andrew foi muito melhor do que eu imaginei que seria, ele me compreendia como nunca ninguém fez, e ele só me conhecia por poucos dias. Havia algo nele e em mim, era como ter 17 anos de novo, mas ao invés de encarar a seus olhos pela tela do cinema eu estava isso pessoalmente.

De perto seus olhos eram ainda mais lindos do que idealizei assistindo seus filmes e vendo suas fotos, eram de um brilho surreal e me deixava completamente hipnotizada.

Estávamos muito próximos mas eu sabia que não podia fazer isso, a minha vida, como uma vez Deadpool disse em seu filme, era uma infinidade de acidentes de trem seguido de breves momentos de felicidade.

Eu não podia me permitir gostar de Andrew, não com meu passado, com a minha história e com a leve desconfiança que assolava a minha mente desde a minha última conversa com a Bruna antes dela voltar para o Brasil já que a temporada de shows estavam voltando.

— Ah, então eu vou guardar o vinho lá na cozinha... — digo me levantando do sofá e me afastando de Andrew. O desgraçado era como um imã, me fazia querer ficar cada vez mais próxima dele mas isso era perigoso.

Era como se o mundo sempre colocasse uma pedra em meu caminho depois da luz, e Andrew era as duas coisas ao mesmo tempo em minha vida. Ele era a minha luz desde 2012, o motivo d'eu conciliar os palcos com as telonas, mas a minha vida era bagunçada demais pra ele, e a última coisa que eu queria era reviver meu passado e ter que colocar ele no inferno que é a minha vida.

Respirei fundo e caminhei até a cozinha mas sendo seguida por ele, então tive que conter qualquer vontade de chorar que estava aparecendo.

— Sua casa é bonita... — Andrew comentou e eu dei um sorriso, essa casa era o meu refúgio, ninguém sabia dela, nem mesmo meus pais, só que eu confiava em Andrew e nos outros pra trazê-los aqui e festejar.

— Essa casa é o meu porto seguro. — comentei, era difícil mentir pra Andrew então eu tinha que controlar muito bem as minhas palavras e dizer apenas meias verdades. — Longe dos paparazzi, da mídia e de todos que possam me atingir.

As palavras doíam em meu coração, mas eu não podia ficar triste, não hoje, sendo a anfitriã da primeira festa do elenco.

— Fico feliz que tenha me deixado entrar então, Eliza. Você já é muito especial pra mim.

ANDREW PARA DE FAZER EU FICAR CADA VEZ MAIS APAIXONADA POR VOCÊ!!

Agradeci à qualquer deus quando a campainha tocou e eu pude escapar sem dar nenhuma resposta. Andrew me deixava desconcertada, eu nunca sabia como agir perto dele, ou até mesmo longe, o incidente da balada era a prova disso.

Quando abro a porta vejo Tom, Zendaya e Tobey, o que me surpreendeu, eles não podiam ser vistos juntos.

— Caraca, como vocês entraram juntos aqui sem serem vistos? — pergunto praticamente empurrando os três pra dentro da minha casa.

— A peste do seu amigo me colocou no banco de trás com um cobertor em cima de mim, como se eu fosse um saco de batatas! — Tobey resmungou e eu só consegui cair na risada junto de Andrew que me acompanhou.

— Meu deus Tom você não fez isso!! Zendaya do céu, seu namorado não respeita os idosos! — comentei de maneira divertida e mais uma vez a sala da minha casa foi preenchida pelas risadas, até mesmo de Tobey.

(...)

A noite foi adentrando e a "festa" foi ficando cada vez mais animada, a gente comia, bebia, trocava experiências, era como se fôssemos melhores amigos, como se todo mundo aqui se conhecesse desde a infância.

God, it's brutal out here | Andrew Garfield | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora