Clima estranho e uma dose de ciúmes

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Respirei fundo antes de digitar uma mensagem e enviá-la.

Eu: Pode me buscar? Meu apartamento está uma bagunça.

Harry 🐸💚: Obrigado, estou indo.






— Então? — Liam pergunta e eu o olho com uma expressão melancólica.

— Harry sempre está comigo quando preciso, eu nunca o deixaria na mão. — abro minha conversa com Patrick e digito uma mensagem para ele — Vou remarcar meu encontro. — Liam suspira ao notar minha expressão — Harry precisa de mim.

— Então eu vou indo. — Payne se levanta e eu o acompanho — Boa sorte lá com o Harry. E com o Patrick também.

— Yeah, obrigado! — solto uma risada nervosa — Vou precisar.

Após enviar meu novo endereço para Harry e me despedir de Liam, tomei um banho rápido e troquei de roupa. Acabei optando por um suéter azul um pouco grande demais para o meu corpo e uma calça jeans preta desgastada. Calcei um par de vans também pretos e coloquei um boné para disfarçar a bagunça que meu cabelo se encontrava.

Desci e esperei por Harry na calçada.
Não demorou muito para que eu pudesse avistar seu carro. Ele estacionou logo a minha frente e eu entrei no veículo.

— Obrigado por... — pude sentir a voz de Harry se tornar embargada, então franzi o cenho e olhei em seus olhos marejados.

— Ei, sapinho. — me inclino em sua direção, puxando-o para um abraço — Não chore, okay? Me diga o que houve.

— O juíz marcou uma audiência. — Harry balança a cabeça, com o rosto escondido em meu pescoço — Eu precisei viajar até Nova York para resolver coisas da empresa e Denise aproveitou para alegar que não estou cuidando da Amélia.

— Vai ficar tudo bem. — acaricio seus cachos como forma de apoio — Você teve uma emergência, isso não é motivo para tirarem a Amélia de você.

Harry levanta a cabeça e se afasta minimamente revelando seus olhos verdes úmidos e avermelhados.

— Ela não está comigo. — sua voz falha e ele desvia o olhar para a frente — Denise exigiu que minha pequena ficasse com ela até a audiência, eu... Não pude negar, não quero mais problemas.

— Ela não pode fazer isso. — engulo o choro e abaixo a cabeça, fitando minhas próprias mãos — Isso é cruel.

— Você tinha que ver a carinha da minha filha. — Harry esconde o rosto entre suas mãos — Ela não queria ir. Gritou papai até sua voz ficar rouca, eu...

— Eu sinto muito. — fungo o nariz, piscando meus olhos no intuito de afastar as lágrimas — Mas vai dar tudo certo, Harry. Você vai ver.

— Obrigado de novo por ficar comigo hoje. — um soluço escapa da sua garganta — Eu não queria ficar sozinho, nem sei o que eu faria...

— Vamos pra casa, okay? Consegue dirigir? — ele assente, enxugando as lágrimas e levando as mãos ao volante — Tudo bem, então vamos.




Assim que chegamos a casa de Harry, me prontifico a preparar um chá para acalmá-lo um pouco. Enquanto me sinto perdido naquela cozinha enorme, Harry toma seu banho.

Eu não posso imaginar o que ele deva estar sentindo e isso me deixa sem saber o que fazer.
Me sinto sem utilidade alguma nesse momento.

Despejo o líquido fumegante em uma xícara e arrumo alguns biscoitos em um pires para que ele possa comer um pouco.

Turning PageOnde histórias criam vida. Descubra agora