"Era hora de dar um sentido à vida. Hora de começar de novo".
- David Nicholls
Por Emma
Engraçado que agora que eu decidi deixar o passado de lado e tentar um novo caminho, ele se tornou o presente. Parece até ironia do destino! A forma como meus sentimentos reagiram à sua volta, me assustou.
Desde cedo eu aprendi a esconde-los, meu foco sempre foi minha carreira, em viajar o mundo em uma companhia de balé, fazendo aquilo que mais amo, mas isso tudo mudou. Eu sempre imaginei que a superação era tudo aquilo que eu fiz, pelo menos foi o que me falaram, ou o que lia em diversos livros clichês, mas na vida real não funciona assim. É tudo tão profundo, e não gosto do fato de que agora não consigo mais, controla-los.
Faz dois dias que cheguei em Londres, não fiz exatamente nada, além de dormir. Estava precisando descansar, fazia muito tempo que não dormia tanto assim. Com as aulas na companhia, meu trabalho com as crianças, e ainda estava correndo atrás de tudo para a compra do prédio, da minha escolinha de balé e as reformas. Eu não sabia que ser uma adulta responsável e agora empresaria dava tanto trabalho.
Resolvo sair um pouco, para curtir um pouco a noite de Londres, as estrelas estão lindas, apesar da noite fria. Resolvo usar um vestido curto estampado, um casado preto e para complementar um coturno preto de salto e alguns acessórios.
Desço para pedir o carro da mamãe emprestado. Mas paro no topo da escada quando vejo ela e o papai no piano cantando juntos a música "Falling Like The Star" do James Arthur. Suas vozes são encantadoras e parecem que foram feitas para cantarem juntas, porque elas combinam perfeitamente uma com a outra. Sento em um dos degraus e fecho os olhos imaginando a coreografia perfeita para essa música.
— Oi meu amor, não tivemos — ela diz quando termina a música, abro meus olhos saindo do meu encantamento. É incrível o que uma boa música faz com você.
— Já falei que sou apaixonada pela voz de vocês? — Falo apoiando meu braço no piano, eles sorriem um para o outro, um sorriso tão apaixonado — queria saber se posso pegar a petúnia maria, queria dar uma volta? — Pergunto.
— Não precisa pedir, você sabe né — ela diz e apenas sorrio - amor vocês - beijo o rosto dos dois e vou até o Taylor para pedir a chave do carro. Hoje é dia de música ao vivo no restaurante da tia Mel, então vou lá.
Sento em uma das mesas bem na frente do palco, o garçom pergunta se quero fazer meu pedido e peço apenas um martíni e alguns minutos depois ele traz o meu pedido.
— Olá — alguém diz, olho para cima para ver e é minha tia — posso? — Ela pergunta se pode sentar comigo.
— Por favor — sorrio para ela. Deito minha cabeça em seu ombro, enquanto fico assistindo uma garota tocando Mozart em seu piano. Se fosse a algum tempo atrás já estaria dançando perto dela.
— Lembro de quando você e o Chris eram crianças, amavam fazer seus shows nesse palco, você não tirava sua sapatilha de balé, sempre saltitante por aí.
— Era um bom tempo.
— Porque você voltou? — Olho para ela estranhando a pergunta.
— Minha vida está aqui, minha família
— Não Emma, porque você voltou, de verdade? — Estreito os olhos para ela pensando no porquê de estar aqui hoje.
— Porque tenho coisas aqui, inacabadas, que eu preciso resolver — ela dá um pequeno sorriso de lado e deito minha cabeça em seu ombro novamente.
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De volta para o amor
Любовные романыEmma Salvatore é acostumada a mudanças. A vida não é um tracejado linear, sem percalços, cuja felicidade é a meta ao fim do horizonte. Ela compreende que importa apenas adaptar-se e encontrar sua felicidade em cada novo movimento de sua vida. Aos q...