Tudo vai ficar bem.

5.8K 466 837
                                    

-PERCY-

Romanos sabiam mesmo dar uma festa.

No festival de fortuna, campistas, amazonas e Lares (que Annabeth finalmente havia me explicado o que eram) lotaram o refeitório para um pródigo jantar. Espíritos do vento zuniam pela sala, levando pedidos de pizza, hambúrgueres, bifes, saladas, comida chinesa e burritos, todas voando em velocidade extrema. O cardápio dali era gigantesco. Você podia pedir qualquer coisa e eu achei aquilo genial.

Apesar da batalha exaustiva, estavam todos de bom humor. As baixas não tinham sido numerosas, e aquilo também era algo a se comemorar.
Estandartes coloridos das amazonas e dos romanos pendiam lado a lado nas vigas. A águia de ouro recuperada ocupava orgulhosa seu lugar atrás da mesa da Pretora, e as paredes estavam decoradas com cornucópias, chifres mágicos de abundância que transbordavam com cascatas renováveis de frutas, chocolate e biscoitos fresquinhos.
As coortes se misturavam livremente com as amazonas, pulando à vontade de sofá em sofá. Havia muita paquera e queda de braço. Os romanos não tinham nenhum um pingo de vergonha de cantar as pessoas. Em uma ocasião, eu quase bati em um dos campistas que começara a elogiar Annabeth de forma nada discreta.

— Hey! Ela namora, sabia? — Eu falei.

— Romanos são adeptos a poligamia. — Ele disse e piscou para Annabeth.

Eu me levantei e corri a trás dele. O cara realmente podia ser rápido quando com medo. Ele berrou:
— ANNABETH, ME AJUDA! SEU NAMORADO QUER ME MATAR AQUI!

Mas ela estava ocupada demais dando atenção ao pudim que estava comendo e ouvindo Ella falar algo sobre algum livro, Tyson e Grover ao seu lado, rindo da cena.

Quando todos já haviam comido e os pratos pararam de voar, Reyna fez um breve discurso. Deu boas-vindas formais às amazonas, agradecendo-lhes a ajuda. Então abraçou a irmã, e todo mundo aplaudiu.
Annabeth me contara como a havia encontrado Hylla e como não havia sido fácil convencê-la de que ela não se lembrava de nada e que sentia muito por termos destruído sua casa. Eu fiquei estupefato quando ela me falou de Reyna e sua irmã. Me senti até meio culpado, mas, naquele dia, não tivemos muitas alternativas. Eu literalmente havia virado um hamster, mas era algo que não gostava de me lembrar.

Reyna ergueu as mãos, pedindo silêncio.
— Minha irmã e eu nem sempre concordamos...

Hylla riu.
— Isso é um eufemismo.

— Ela se juntou às amazonas — continuou Reyna. — Eu vim para o Acampamento Júpiter. Mas, olhando este salão, acho que nós duas fizemos boas escolhas. Estranhamente, nossos destinos foram possíveis graças a heroína que vocês acabaram de elevar à posição de Pretora no campo de batalha: Annabeth Chase!

Mais vivas. As irmãs ergueram as taças para Annabeth e indicaram que ela se aproximasse. Ela apertou minha mão antes de se levantar, e eu lhe lancei um sorriso incentivador.

Todos pediram um discurso, e Annabeth negou várias vezes. Quando viu que não conseguiria fugir do pedido, ela começou a falar:
— Antes, quando eu cheguei aqui, eu não confiava em nenhum de vocês. — Todos riram do comentário. — Mas eu aprendi que ter confiança nos outros é necessário. É um defeito meu, eu admito. Eu sempre acho que consigo fazer as coisas melhores quando estou sozinha, só que a união de todos vocês me mostrou o contrário. Eu não sou a heroína que salvou esse acampamento. Nós vencemos essa batalha, todos nós merecemos esse mérito.

Todos bateram palmas e deram vivas. Tiveram que pedir silêncio para que parassem de gritar e assoviar.
 Reyna tirou a plaquinha de probatio dela. Annabeth tentou me explicar como aquilo funcionava e eu não havia entendido muito bem de verdade, mas sabia que aquilo era um bom sinal.

A Heroína Perdida (Heróis do Olimpo)Onde histórias criam vida. Descubra agora