18 - Briga dos meus pais.

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Hoje é final de semana. Eu estava com muito tédio, preguiça e de TPM. Tudo me irritava hoje. Pra falar a verdade, meu sábado começou horrível. Acordei com um barulho de altas vozes criando o maior escândalo.

Quando desci pra ver o que era, eram os meus pais, que discutiam. Não, não, não! Não agora! Eu odiava quando eles brigavam, quando eles ficavam sem se falar.

E também, minha mãe se exaltava rápido demais, então as coisas acabam indo longe de mais. Eles não se importavam de brigar na minha frente. Eles brigavam onde achavam melhor.

- ... É por isso que você não vai pra frente, Santiago! Você disse que já viajar, mas onde você estava, hein? - Apurei os ouvidos, quando escutei aquela pequena parte da conversa.

- Eu... eu estava colocando o carro na oficina. Eu disse isso pra você! - Meu pai disse, com o dedo indicador apontado e cara raivosa. - Presta atenção, mulher. Você fica se exaltando, criando confusão do nada. Vai arrumar um serviço, cuidar da sua filha!

Eu fiquei pensando. "Cuidar da sua filha?" Por acaso eu não era filha dele também?

- Nossa filha! Olha bem o que você fala, seu arrombado. - A discussão estava mesmo muito ultrajante. Minha mãe não era de xingar. Pelo menos, não na minha frente. - Talvez você tenha estado me traindo, como sempre soube. Procura na rua, o que tem dentro de casa.

Algumas coisas fizeram sentido pra mim naquele instante. Porém, eu não poderia abrir minha mente para pensar muita coisa, ou apontar casos. Nunca.

- Que eu saiba eu ando é trabalhando, pra colocar comida dentro de casa, cuidar da sua filha, que é o mínimo que posso fazer. Ninguém mandou você errar, e jogar tudo nas minhas costas. - Minha mãe encarou ele e começou a andar na direção do mesmo, com passos confiantes.

- Não fala assim da minha filha! A Maya ainda é uma criança, inocente. Você é o pai dela, assim como é da Ayla. Pare de achar que você não é pai delas duas. Santiago... você... eu sempre soube que eu era uma corna. Eu vou te dar só mais uma chance. Se você errar comigo, você vai pegar suas coisas e sair de dentro da minha casa e eu juro, que se você vacilar mais uma vez, eu pego minhas filhas, assino aquele documento do divórcio e sumo desse país.

Eu nunca achei que as coisas chegariam á esse ponto. Por que minha mãe nunca me disse que havia um documento pra ela assinar, do divórcio? Eu não estava sabendo nada disso, nada mesmo.

As coisas estavam acontecendo rapidamente e eu não sabia de nada. Ayla talvez soubesse.

Corri de volta para o quarto e liguei pra minha irmã, que esta hora, deveria estar descansando, pois na universidade em que ela estava estudando, cobrava muito dela.

A coitada mal tinha tempo para respirar e aproveita os finais de semana para descansar.

Eu sinto muito, mas era preciso. Eu precisava saber. Graças á Deus ela atendeu.

- Oi, maninha. Pelo amor de Deus, me diga que você me ligou por uma coisa importante, Maya. - Dou risada da sua voz grogue de sono.

- Você estava dormindo? - Pergunto, trancando a porta do meu quarto e me jogando na cama.

- Lógico. Você me atrapalhou. Como vou dormir agora? - Ela é o tipo de pessoa que demora pra dormir, por causa que ela tem insônia, e detestava ser interrupida quando ia se deitar. Coitada.

- Toma remédio. - Digo e escutando ela resmungando do outro lado da linha. Então, sem querer prolongar mais nossa conversa, resolvi perguntar: - Ayla, me diz que você está sabendo que a mãe e o pai estão prestes a se devociar.

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