17 - Paga de santinha, mas não é.

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Eu comi tantos bolinhos, que comecei a me esparramar pela poltrona, tentando ficar o mais confortável possível. Não era meu intuito comer tanto, mas os bolinhos eram uma delícia. Rose comeu a mesma quantidade que eu, assim como Theo. Só que, ao contrário de mim, eles passavam bem.

A Barbie Humana, que até agora, eu não sabia seu nome, estava ali paradona, sem fazer absolutamente nada. Como um robô.

Agora se juntaram mais pessoas para onde meus pais estavam. Ali estava tão lotado, que ninguém ousaria dizer alguma coisa sobre isso. Eu pensei e dizer para o dono da casa, que ele é péssimo em organizar eventos, mas não disse nada.

- Aí - Chamei a atenção de Rose, William, Theo e a Barbie Humana pra mim, e depois acrescentei: - Quem de vocês aqui é filho do dono desse evento?

- Eu! - Rose disse, com uma careta engraçada.

- Desculpa dizer isso, mas seu pai é péssimo em organizar eventos. - Digo, como se fosse normal aquilo. Eu tinha um sério problema de dizer tudo o que me vinha a cabeça, ou o que eu pensava, sem medir as consequências.

- É, eu sei. - Achei estranho ela concordar, mas... menos mal. - Ele é doido.

- Aí, vocês conhecem o Penniwise? - Theo perguntou, com um olhar de expectativa sobre nós.

- O palhaço de It a Coisa? - Olho pra ele com uma careta e pergunto.

- Esse mesmo. - Concorda.

- Sim, por quê? - Rose foi quem fez a pergunta, dando de ombros, sem olhar para o rosto do Theo, que talvez esperava aquilo.

- Eu acho ele muito...- Houve uma pausa. Acho que ele tentava achar uma palavra bacana que definisse o Penniwise. - ...eu não sei uma palavra que defina aquele palhaço.

- Que tal... ele é bacana? - Abaixei a cabeça e pego o meu celular na bolsa de lado, abrindo a página do Google. Eu tenho um vício: eu amo pesquisar as notícias no Google, ainda mais quando não tenho nada de interessante pra fazer.

- Vocês assistem esse tipo de coisa? - A Barbie perguntou, horrorizada.

- Sim - Respondeu William, perguntando em seguida. - Por quê, flor?

Hum... deboche. Esse é dos meus.

- Meus pais não me deixam assistir essas coisas. Ainda mais com tanto horror. Isso influencia, sabia?! - Percebi, naquele momento, que eu tinha raiva e nojo da voz daquela garota.

- O problema é teu. - Corto o assunto, tão preocupada em ver as notícias, que não olhei pra ela, pra saber qual teria sido a sua reação. Só que aí, curiosa, perguntei: - Como é teu nome mesmo?

- Barb, por quê? - Tive que olhar pra outro lugar, pra que a risada não saísse da minha garganta. Eu estava prestes a ter outra crise de risos. Até sentir o olhar da minha mãe sobre mim, então respirei fundo e voltei ao normal.

Eu sabia que alguma coisa com Barbie ela tinha a ver. Talvez a mãe dela seja uma fanática por bonecas da Barbie e decidiu que a filha seria quase uma réplica da boneca.

- Maya! - Escutei o sussurro da minha mãe. - Vamos sentar na mesa agora. Vem!

Quase comemoro bem alto, mas fiquei calada, enquanto me levantava e seguia a minha mãe até uma mesa enorme - enorme mesmo - que estava numa espécie de salão.

Sentamos todos ali e por pura coincidência, que eu preferia que não fosse, sentei ao lado do irritante e tagarela, Theo. Quis pedir pra trocar de lugar com alguém, mas não teve como.

O Anjo e Eu Onde histórias criam vida. Descubra agora