5 - Você está tão linda de vermelho.

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Maya Anders.

Acordei no outro dia com muito frio, que estava quase para congelar qualquer um de nós.
Choveu ontem a noite toda, e está chovendo agora, o que me deixa com a vontade de não ir para a escola, talvez aproveitar esse frio para dormir.
Porém, meus pais não me deixaram tentar essa opção, por quê hoje era era só, mais um dia normal na escola.

E depois de um banho totalmente frio, quando eu estava tremendo os queixos, vesti minha blusa vermelha da Minnie, minha calça preta rasgada nos joelhos e meu inseparável All Star vermelho e minha bandana no cabelo, vermelha também.
Quase todas as minhas coisas são em vermelho, por quê vermelho é a minha cor preferida.
Passei gloss nos lábios e joguei um blusão em cima de minhas costas para não morrer de frio,
de outra cor, para variar.

Quando desci as escadas, minha mãe estava com sua roupa de médica, comendo tranquilamente.
E meu pai, ele não estava ali.
Ontem Lucy e Dezirrê não vinheram, por causa de toda a chuva, o que não foi muito ruim, pois pelo menos tive tempo de escrever em paz.

- Bom dia. - Fui até a minha mãe e a abracei, sorrindo em seguida. Peguei a minha mochila super pesada em cima do sofá, e sentei para comer.

- Está animada para hoje? - Eu quase olhei para minha mãe e dizia " vendo aqui minha cara de animada?", mas como eu não queria ganhar uma chinelada no meio da testa, guardei essa resposta só para mim.

- Sim sim. Estou ansiosa para conhecer o hospital, que eu acho que nunca fui lá. - Dei de ombros e comi um pouco de panqueca.

- Seu hospital, Maya. Daqui á pouco ele vai ser seu, basta você completar dezoito anos, entrar para a faculdade e começar a administrá-lo. - Quase chorei de novo, no fundo da mente. - E você já foi lá sim, quando era pequena. Seu pai e eu quisemos de prevenir de ir lá, enquanto estivesse pequena.

Grunhi e bebi café, fechando os olhos para não gritar de ódio.
Meus pais poderiam ser que nem os pais normais, então por que eles não eram?
Estive desde criança, sendo observada, escutando em todas as partes que eu era quem deveria administrar aquele hospital, sendo que não é isso que eu quero.
Minha irmã mais velha poderia muito bem tomar conta disso.

- Quer que eu te deixe na escola hoje?

- Sim, está fazendo muito frio e as ruas devem estar cheias de lama. Espere aí, vou pegar o meu guarda-chuva para prevenir. - Corri para o quarto, peguei meu guarda-chuva e voltei para onde minha mãe estava. - Cadê o papai?

- Recebeu ligação hoje logo cedo. Outra cirurgia. - O bom de ter pais ricos é que eu poderia publicar quantos livros eu quisesse, nenhum deles reclamariam.

- Ah sim. - Joguei a mochila nas costas e olhei para ela. - Vamos.

Ainda pingava quando entramos no carro, e os pingos de chuva molharam um pouco meus cabelos e os cabelos de minha mãe, mas não nos importamos.
Os cabelos de minha mãe era mais loiros que o meu, deixando ela quase da cor de um anjo.
Eu pelo menos gostava da cor dos meus cabelos, por quê eram chamativos e bonitos e únicos.
Na escola não havia ninguém igual a mim e muitas meninas tentaram pintar os cabelos iguais aos meus, mas nunca conseguem chegar á essa cor.
Loiro natural.

Procurei o fone dentro da bolsa e não achei.
Percebi que já estávamos quase perto da escola, e que minha mãe não ficaria muito contente se voltássemos  para buscar um fone de ouvido.
Quase chorei.
Ficar sem música as aulas todas é tormento.
Eu não vivo assim.
Preciso de música.

Olhei de um lado para o outro, entre o vidro do carro.
Chegamos na escola e eu desci do carro, imediatamente, abrindo o guarda-chuva, e acenei para minha mãe com uma sorriso.

- Depois da escola venho te buscar, para você ir comigo Maya, já falei com seu chefe hoje. - Abri a boca para reclamar que eu não comia comida de hospitais e que queria ir trabalhar hoje.

Suspirei e comecei andar para dentro da minha escola.
A escola na qual eu estudava, parecia aqueles castelos antigos, que viviam príncipes e princesas.
Havia um muro enorme circulando todo a dimensão da escola, um portão vermelho, onde a inspetora ficava lá, circulando pela escola atrás de meninos malvados que não querem estudar.
Olhei para o chão para não pisar em uma lama e molhar o meu Ali Star.

- Bom dia. - Falei, e a mulher riu, deixando de lado aquele rosto zangado dela.

- Bom dia Maya Anders. - Ela disse e eu assenti, passando pelos portões.

E como sempre, nossa primeira ordem de Friends, eu, Lucy e Dezirrê, tínhamos o contrato de esperamos umas as outras no portão da escola.
Enquanto uma não chegava, as outras não entravam.
E lá estavam elas, conversando as duas.

- Finalmente... dona vermelho. - Lucy disse, com um sorriso nos rosto, só de olhar para o namorado dela, que vinha entrando na escola.

- Bom dia para você também. - Brinquei, e fiz nosso toque com ela e Dezirrê também.

- Você arrasa com esses cabelos loiros, amiga. Está todo mundo olhando para você. - Dezirrê disse e eu Arregalei meus olhos quando vi que era verdade. Escondi o rosto corado e fingi nem perceber a situação.

- O cabelo de vocês estão lindos. - Elogiei as duas, pegando num cacho grosso do cabelo de Lucy.

- Disseram que hoje vai vim um novato de outra escola. - Fingi que não comparei esse novato com os novatos que chegavam em meus livros para começar um romance. - Disseram que é gatinho.

- Não sei como esse povo sabe...- Resmunguei, cruzando os braços de frio.

- Viram ele aqui ontem, fazendo a matrícula. - Ela disse e eu assenti. - Estou indo, por quê minhas pernas, braços e membros do corpo estão todos congelados.

- Também vou indo. - Falei e olhei para Dizerrê que ia beber água, o que me fez suspeitar. Beber água num frio desse? Não sei.

Fomos indo na frente e entramos na sala.
Não tinha muita gente, o que era ótimo.
Deixei minha mochila ali, e sentei perto da janela, entrando no meu Instagram literário para postar alguma coisa.
Meu celular estava quase para travar, cheio de mensagens no drect, comentários...
Suspirei, com muita cautela eu fui respondendo um de cada vez.
Até terminei.

- Vou ao banheiro. - Levantei da cadeira e segui para o banheiro, olhando para o meu celular.

Alguém fez, psssiu!
Olhei de um lado, nada.
Olhei do outro e avistei um garoto de camisa branca, que combinava muito bem, uma calça preta, e tênis brancos nos pés e blusão preto.
Era tão bonito que eu quase perdi o fôlego.
Meus joelhos tremeram de leve, e eu não sabia o que me estava acontecendo.

- Ei anjo, me ajuda aqui! - Veio o choque. Era Hugo? Não podia ser...

- Hugo? - Sussurrei, quase me derretendo igual a nova música do BTS, butter.

- Anjo, eu não sabia que você estudava aqui... isso é muita coincidência. - Meu coração pulou do peito, quando escutei ele me chamando de Anjo.

- Espera, você vai estudar aqui?

- Você está tão linda de vermelho.

***

" Ah, eu não sou acostumado perder, não sou apaixonado, não estou acostumando estar apaixonado."

"

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