Capítulo 14

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~Mel 👠

Só podia ser brincadeira, porque o poder sempre subia a cabeça dos homens? Não adiantava ter dinheiro, precisava fazer merda pra mostrar que é o maioral. E eu que pensava que em cidade pequena não teria isso, doce engano, mais um babaca para cota.

-Por favor, espere até amanhã, amanhã com certeza eu terei o dinheiro.-A mulher murmura ficando de pé ao meu lado.

-Deixe me ver o contrato.-Falo estendendo a mão para o banqueiro.

-Essa mãozinha deveria fazer outras coisas ao invés de pegar em papéis inúteis.-Era só que me faltava, esse porco imundo pensava que estava falando com uma de suas vagabundas?

-Senhor, o contrato por favor.-Minha voz demonstrava todo o desprezo que eu sentia por ele.

-Por que não pega, sereia?-Ele fala abrindo o paletó e mostrando um papel no seu bolso, continuo com minha mão estendida e o olhar fixo em seu rosto, ele tem a audácia de sorrir.-Quer que eu guie você?-Faz menção de pegar minha mão, Dane-se!

Assim que sua mão chega perto o suficiente da eu o surpreendo segurando seu punho com as duas mãos, não espero ele piscar seus olhos arregalados e colo seu braço em suas costas.

-ESTÁ LOUCA?-Praticamente urra de dor, uma coisa que meu pai e meu irmão fizeram questão que eu aprendesse foi defesa pessoal, nunca precisei usar, mas tinha guardado na memória exatamente para esse momento. Os espectadores estavam com cara de espantos, outros de admiração, Ben estava armado parecendo que iria entrar em combate antes de mim.

-Infelizmente não fui criada para ser submissa em um assédio sexual.-Falo próxima ao seu ouvido, evitando a lição de moral em publico.-Meu punho ta doendo como o inferno, mas ainda tenho força para quebrar o seu braço em menos de um minuto.-Ele se mexe e aperto ainda mais seu braço.

-Ai, ai, ai.

-Poderíamos estar sentados naquela mesa ali.-Aponto com o queixo para uma mesa na padaria.-Tendo uma conversa de pessoas civilizadas, mas você não cooperou, preferiu fazer justiça com as próprias mãos.

-Os boatos sobre você não fizeram jus.-Ele grunhi tentando se livrar de mim.

-Pois é, estava tentando ser boazinha, mas as pessoas boazinhas são abusadas facilmente, não é? Não era isso que você estava fazendo com aquela senhora?-Meu tom de voz a essa altura já tinha aumentado e a adrenalina em meu corpo já estava a mil.-Se tem uma coisa que não tolero é intimidação aos mais fracos.

-Você está arruinada.-Ele fala, sorrio.

-Eu sei, sei que você vai me denunciar por abuso de autoridade, eu terei que escrever um relatório imenso me desculpando, mas valerá a pena.-Ponderando blefando, é claro que seria mais que um relatório, mas ele não precisava saber.-Mas no meu relato vou incluir a sua denuncia, abuso como credor e adicionar um assédio sexual, você sabe que tenho testemunhas o suficiente para te mandar para a cadeia por pelo menos 6 meses, não sabe?-Ele engole em seco e acena com a cabeça.-Eu vou soltar seu braço e vamos conversar tranquilamente, okay?

Assim que solto seu braço ele cambaleou para longe de mim, sorrio, era assim que deveria ser. As pessoas abismadas me olhavam sem acreditar, principalmente dona Tereza, devia está se perguntando porque aceitei as humilhações dela.

-O que você quer?-O banqueiro fala irado.

-Não fomos apresentados devidamente, sou Mel Santana, estagiária da promotoria.-Falo segurando meu punho dolorido.

-Lutero Pascuali, banqueiro da cidade.-Fala e estende a mão, ignoro, não seguraria a mão de um assediador.

-Como falei anteriormente.-Falo fazendo a maior cara de sinica.-Estou aqui cumprindo meu dever, posso dar uma olhada no contrato?

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