Capítulo 28

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~Mel👠

Encaro o teto do quarto sem conseguir pregar o olho, havia me refugiado ali desde que cheguei de viagem, ninguém tentou me convencer do contrário, não conseguia pregar o olho e muito menos me concentrar em nada, o chão do quarto estava repleto de sacolas.

Nem Margarida nem Benício haviam tocado no assunto de mais cedo, provavelmente haviam conversado entre si e a essa hora ela já devia ter espalhado o que aconteceu, eu devia me sentir envergonhada, mas estava preocupada com o que eles pensavam de mim.

-Droga.-Me sento na cama, eu não podia ficar ali esperando o julgamento deles.

-Miau.-Justa causa se aconchega em meu colo.

-Fiquei fora por muito tempo não foi?-Acaricio seu pelo brilhoso, seus filhotes ainda não tinham abrido os olhos e andavam todo se tremendo pelo quarto.-O que andou aprontando?

-Miau.-Se faz de desentendida e pula do meu colo indo para o seu ninho.

Aproveito que quase todos estão em seus afazeres e tomo um banho demorado, arrumo minhas roupas e saio para dar uma volta ao redor da casa. Acabo caminhando até o celeiro, nenhuma baia estava ocupada vou até o consultório do Ben, o cachorrinho levanta a cabeça animado por ver alguém ali.

-Você parece bem melhor, amiguinho.-Falo me aproximando dele.-Está cansado de ficar aqui sozinho?-Falo e seus olhos brilham em entendimento.-Deve se sentir solitário aqui, né? Não vejo a hora de você está correndo lá fora.

-Não vai demorar muito.-Ben fala me assustando, me viro rapidamente olhando para ele.-Você parece bem melhor.-Ele aponta aliviado.-Me desculpa por mais cedo.

Procuro em seu semblante qualquer sinal de zombaria e não encontro, Ben estava sendo sincero e isso me frustrou e animou ao mesmo tempo, era uma mistura de emoções que eu não sabia controlar. Ben ainda me encarava escorado na porta de braços cruzados, engulo em seco antes de responder.

-Eu pareço menos verde.-Brinco tentando aliviar o clima.-Me desculpa por mais cedo, devo ter chocado você e a Margô.

-Margô me explicou que você tinha um trauma de infância.-Fala negando com a cabeça.-Isso explica um bocado de coisa.

-Um bocado de coisa tipo o que?-Pergunto aliviada por ela não ter contado toda a verdade.

-Por que você não dirige.-Aponta sorrindo.

-Isso é verdade, posso usar o Oli?-Pergunto não querendo entrar em assuntos que eu não poderia contar a verdade para ele.

-Pretende cavalgar?-Ben me encarou surpreso se desescorando da porta.

-Vou ao hospital ver como está o senhor Adauto.-Eu não tinha essa ideia inicialmente, mas a tarde estava quente e porque não ir visitar o senhor que só estava no hospital por minha causa?

-Quer que eu vá com você?-Ben pergunta solicito.

-Não precisa é rapidinho.-Falo sorrindo.

-Você não conhece a estrada.-Ele aponta o óbvio.

-O Oli não vai me deixar se perder.-Ele me encara em dúvidas antes de concordar.

-Se ficar muito tarde ligue para mim.-Ele fala antes de sumir, volto meu olhar para o cachorrinho que late reclamando por ficar a sós comigo.

-Ele é bem reclamão, se eu fosse você preferia ficar comigo.-Falo fazendo carinho em sua cabeça.-Precisamos de um nome para você.

-AU, au, AU.-Late acatando minha decisão.

-Visto que foi graças a você que eu consegui pegar aquele criminoso de uma figa vou te batizar com o nome de delator, o que acha?-Pergunto e ele me encara confuso.

Doce Destino - Em Andamento Onde histórias criam vida. Descubra agora