Capítulo 6

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Mel 👠

-E ai Léo?-Ele chega falando com um sorriso gigante no rosto, sou atingida novamente por seu perfume, porque a mamãe tinha que me ensinar sobre essências e perfumes? Agora eu sabia diferenciar cada aroma e associar perfumes a pessoas Isso não era bom, não era nada bom, Benício exalava a tranquilidade de um fina garoa caindo no chão, aquele cheiro maravilhoso de terra misturado ao toque amadeirado do perfume e algo mais, algo que não era distinguível ao olfato, mas eu sabia que estava ali, estava na forma como ele caminhava, como ele se portava, como ele sorria, Droga.

-Ben, que saudades.-Eleanor abraça tão forte o Benício que até eu que não sou daqui fiquei desconfortável. Só por isso mesmo?

-Como foi a viagem? Já soube que foi incrivelmente boa.-Ele fala se afastando dela não parecendo desconfortável como eu estava. Provavelmente a única desconfortável está com inveja porque não estava nos braços de um gostoso assim.

-Se você já sabe, não sei por que pergunta.-Ela se lembra que não está sozinha e me olha, talvez ela não fosse mais minha tábua de salvação ali, pondero observando os dois lado a lado.

-Boa tarde, Promotora.-Ele saúda como se só agora tivesse me notado, sua saudação não passava de puro deboche ao empregar o termo promotora.

-Boa tarde.-Falo mordendo a bochecha desconfortável, o clima fica mais pesado que os arquivos que estavam em meus braços, sentindo que ia sufocar se não tivesse ar puro para respirar procurei uma rota de fuga.-Bom, tenho um pouco de trabalho pela frente então vou deixar vocês dois matando a saudade.-A palavra pareceu veneno escorrendo pela minha língua, o que deu em mim?

-Até amanhã, Mel.-Eleanor se despede enquanto Benício apenas dá um toque no chapéu branco em sinal de despedida.

~🏇🏼🥾~

Benício

-Aqui.-Léo pega algo no ar e me estende a mão assim que Mel se afasta.

-O quê?-Pergunto com a cabeça pendida pro lado sem entender e ganho um arquear da sua sobrancelha bem desenhada.

-O clima pesado que estava no ar quando vocês se falaram.-Acusa nem um pouco satisfeita.

-O quê?-Balbucio sem saber o que falar, apenas não fomos amistosos.

-Porque está agindo assim, você nunca se deixou enganar por fofocas?-Me acusa.

-Me surpreende ver você agindo assim, ta se iludindo com um rostinho angelical?-Pergunto na intenção de me defender, mas de angelical a Mel não possuía nada, ela era puro espinho.-Porque ela é apenas isso.

-Você está agindo como um babaca, sabia?-Me repreende, parecendo frustrada demais para discutir aquele assunto, o que não reclamei, porque eu também estava cansado, não queria ter que justificar porque estou agindo assim. Raios, como se eu soubesse o motivo de estar agindo assim.

-Não confie tão cegamente nela, ela está aqui por algum motivo oculto pelo sua carinha de anjo, olhe bem dentro dos olhos dela e vai ver que tenho razão.-Ela rola os olhos e dá um soco forte em meu ombro.

-Otário.-Ela fala e sai me deixando sozinho.

Tá legal, era inquietante ter uma nova pessoa aqui na cidade, para piorar não sabíamos nada sobre ela, e o fato é que ela me deixou desconfortável desde a primeira vez que a vi, ela não se encaixa aqui, isso era óbvio, por isso estamos receosos com sua presença aqui, é isso, essa é a justificativa.

Ela era apenas uma estranha que não duraria muito ali, logo que se desse conta que não seria tratada como uma princesa que todos mimam ela iria embora.

Doce Destino - Em Andamento Onde histórias criam vida. Descubra agora