Grávida?

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Estou no banheiro colocando tudo que tinha no estômago para fora quando aquela mulher entra no meu quarto com tudo.

- Toma faz o teste .

Diz jogando uma caixinha sobre mim.

- O que é isso?

Pergunto confusa.
Ela revira os olhos mostrando sua falta de paciência.

- Um teste de farmácia, faz xixi me e me devolve.

Continuo a olhando sem entender.

- Não dá para ser puta e burra, ou você é uma coisa ou é outra Cecília querida, as duas coisas não dá.
- Isso é um teste de farmácia para saber se você realmente está grávida.

- Grávida?

Pergunto em choque.
Sinto minhas pernas fraquejarem, e se não me apoiasse na pia, tenho certeza que iria cair.

Eu não estou grávida?
Estou ?

Sorrio e coloco a mão sobre o meu ventre.

- Tira esse sorrisinho da cara, você não vai ter motivos nenhum para sorrir se estiver grávida, seu futuro marido vai te matar.
- Agora anda, faz o que eu mandei.

Vou para o banheiro e obedeço.
Faço o teste, ela praticamente o arranca das minhas mãos e sai me deixando só no banheiro.

Eu não posso está grávida.
Me lembro da consulta constrangedora que tive com a Dra Barbieri.
Respiro aliviada.




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- Você tem certeza?

- Claro que eu tenho certeza, sua filhinha estragou tudo, ela está grávida do italiano.
- Você sabe o que isso significa?

- Isso não pode está acontecendo.

- Mas está.
- E agora o que vamos fazer?

- Você sabe o que fazer.

- Não temos tempo para isso, o Petrovs antecipou o casamento, conhecendo bem sua filhinha como eu conheço ela não vai está bem a tempos do casamento.

- Não temos outra alternativa, é isso ou...

- Não fala.

- Você sabe que sem esse casamento, não podemos contar com a ajuda do Petrov.
- Eu preciso voltar, mas não posso voltar sem proteção.
- A única exigência dele para nós ajudar e que eu entregasse Cecília a ele.

- Você sabe que para mim isso não é problema.
- Que seja feita a sua vontade marido.





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- Acorda garota.

Me assusto ao ser acordada de forma brusca, por aquela mulher.

- Toma.

Me estende uma xícara de chá  fumegante.
A olho sem entender, o gesto de gentileza.

- Você vai se sentir melhor depois de tomar o chá.
- Vai ajudar com os enjoos

Me lembro da nossa conversa mais cedo.
Engulo em seco e pego a xícara de suas mãos.

- Obrigada.

- Toma logo antes que esfrie

Dou um gole no chá, e nossa isso é horrível.

- É ruim mesmo.
- Mas logo você estará melhor

Fala sorrindo.

- E o teste?

Tomo coragem e pergunto sobre o teste, a fisionomia dela muda.

- Negativo.

Não sei explicar mais sinto algo ruim, quando ela diz que não estou grávida.

- Termine de tomar o chá e volte a dormir.

E é exatamente o que eu faço.

A noite toda tenho pesadelos e sonhos confusos.

Sonho que estou brincando com uma criança em um lindo jardim. Estávamos feliz, mas aos poucos ela vai sumindo como fumaça ao vento.
Sinto um vazio dentro de mim.

Em seguida sonho que estou na casa de Gusttavo, estamos em seu quarto observando o pequeno Enzo correndo no Jardim com a babá.
Estou grávida, minha barriga está enorme e Gusttavo a acaricia enquanto observamos o pequeno.

Do nada o sonho muda, estou caminhando por corredores frios e sujo, estou com as roupas ensanguentadas, e com muita dor no pé da barriga. Estou angustiada, com frio, encontro com Gusttavo no final do corredor, seu olhar é frio, ele me despreza.

- Como você teve coragem ?

- Gusttavo... eu... eu...

- Você matou o meu filho, olha, olha o que você fez

Ele me estende os braços que a pouco estavam vazios. Mas agora, agora tem um bebê, ensanguentado, morto
Não consigo falar.
Meus olhos estão banhados por lágrimas.
- Meu peito doi, quero gritar mas não consigo.

- Senhorita acorda!
- Acorda senhorita!

Sou acordada pela empregada.
A olho assustada, coloco a mão trêmula em meu ventre, e nada tem ali.
A abraço apertado e começo a chorar.

- Vai ficar tudo bem menina.
- Você precisa se acalmar.
- Vai ficar tudo bem.

Ela repete baixinho no meu ouvido tentando me acalmar.

- Está tudo bem aqui?

- Ela teve um pesadelo Sra

Fala levantado rapidamente e me deixando com a sensação de vazio.

- Prepare o café da manhã dela.

- Sim Senhora

- Não esqueça do chá... para os nervos



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- Esse maldito bastardo tem muita vontade de nascer.
- Estou dando o chá com comprimidos para sua filhinha desde ontem a noite, e nada dela abortar.
- Amanhã é o dia do casamento, e depois ela vai embora para a Rússia, você tem noção da merda que isso vai dá?
- Acho melhor contar a verdade para o Petrov.

- Não estou lhe reconhecendo, perder a calma agora não vai adiantar.
- Vou dá um jeito de segurar Cecília em casa por mais alguns dias, resolve isso.
- resolve isso.

La Nostra Vita (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora