A Consulta

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Se passaram 10 malditos dias, do dia que mentir sobre está menstruada, até o dia de hoje.
E agora não tenho mais para onde correr, nesse exato momento estou a caminho da clínica da Dra. Barbieri, ao lado da minha cúmplice.

Cecília tem um plano, e eu não sei se rezo para ele dá certo, ou se acabo logo com essa merda toda, e conto para todos a verdade.

- Senhorita chegamos.

Sou desperta dos pensamentos por Zollo, ele agora virou minha sombra, para onde eu vou, lá está ele.
Quem eu nunca mais vir foi o cretino,nem parece que estamos morando sobre o mesmo teto.

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- Bom dia!
- Eu tenho uma consulta com a Dra. Barbieri.

- Seu nome por favor?

- Geovanna Fontana.

- Ah! A noiva. - fala sorrindo.

- A defunta. - falo com deboche.

- Como?

- Ela está brincando.
- Vem amiga vamos sentar.

- Dra Barbieri já vai atender a Senhorita.

Em quanto esperamos na recepção, Cecília anda de um lado para o outro, ela está mais nervosa que eu com isso tudo, até parece que é ela que vai para a forca.

- Senhorita Fontana.
-  A Senhorita pode entrar, a Dra vai atende-la atender.

No consultório seguimos todo o roteiro de sempre, ela olha meus exames atingos, faz as perguntas de sempre e depois pede para que eu me troque, para fazermos os exames.

Em sua sala estamos eu, Cecília, a Dra e uma enfermeira.
A enfermeira me acompanha até o banheiro, e me dá a camisola da vergonha.

- A Senhorita já sabe como funciona, tira a roupa e veste isso.

Sorrio debochada e bato a porta em sua cara.

Durante o exame a Dra não fala nada, nada que possa me comprometer é claro, conversa normal sobre coisas amenas.

- Prontinho querida.
- Pode se trocar, ti espero no meu consultório.

Diz isso e sai com a enfermeira.

- Será que ela não desconfiou de nada?

- Quem me dera.
- Só acho que ela foi discreta.

- Ah!!

- Relaxa tá legal, agora deixa eu me trocar.
- E vamos ao diagnóstico da Dra.

Falo sem ânimo algum, minutos depois estamos sentada as duas olhando para a cara da Dra.

- Cecília né?!

- Isso.

- Ótimo.
- Você poderia nós dá licença. Eu preciso ter uma conversinha em particular com a Geovanna.

- Ah! Claro...

Fala se levantando.
Mas logo trato de corta-la

- ...que não.
- Senta aí. - a puxo pelo braço.
- Não temos segredos Dra, seja lá que for pode falar.

Ela dá uma arfada soltando todo o ar dos pulmões.

- Você sabe que eu tenho que contar ao Dom, não sabe?

- É eu sei.

- Mas que porra garota!!!
- Eu sempre achei que você fosse uma garota esperta.

- Ei!!!
- Sem dramas tá legal?!
- Já basta ela. - aponto para Ceci com a cabeça.

- O que você pretende fazer agora?

- Eu não sei.
- Não tenho muitas opções, ou tenho?

- Não, não tem.

- Eu tive uma idéia.

Nós duas olhamos para Cecília sem entender.

- E eu posso saber o que você tem em mente?

A Dra pergunta curiosa e confesso, ela não é a única.

- Tá legal.
- O plano é o seguinte, o Sra da o laudo que nós precisamos, e depois...

- DEPOIS?! - perguntamos juntas.

- A Sra já ouviu falar em himenoplastia? - pergunta desconfiada.

- MAS QUE PORRA!!!
- Como não pensei nisso antes?!!!
- Ceci!!! Você é um gênio. - falo a beijando.

Se eu não consegui evita a porra desse casamento, pelo menos evito minha morte.

- Você só pode está brincando.
- Garota, você tem noção do que está me pedindo?
- Isso é traição.
- Você sabe o que eles fazem com traidores?
- Eu sinto muito Geovanna querida, mas eu não posso trair a família, não posso mentir para o meu Dom.

- Mas pode condenar a minha amiga a morte ou a um prostibulo?
- A Sra acha justo, que o primo a obrigue casar com um desconhecido, sabe-se lá por que?

- O mundo não é justo minha querida. - fala realmente sentida.

- A senhora não pode contar ao Gusttavo sobre o que acontece aqui.
- Você fez um juramento e...

- Eu sei que é difícil para você entender, ninguém que é de fora da nostra famiglia, provavelmente nunca entenderá.
- Mas quando me casei eu fiz um juramento perante aos membros do Conselho, e a todas as famílias importante dessa organização.
- Antes de qualquer coisa vem a família, antes do meu juramento de Hipócrates, vem o juramento a família.

- Vem Ceci.
- Vamos embora.
- Obrigada Dra, até a próxima.

Quando chegamos na porta, Cecília se vira para ela e a olha com lágrimas nos olhos.

- Eu entendo a Sra. Dra, eu não fiz um juramento, mas estou tentando salva a minha família.
- A única família que eu tenho.
- Me desculpa por tentar.

Diz isso e sai em direção aos elevadores. Vou logo atrás.

- Geovanna!!!

- Que foi?

Ela me olha por um instante.

- Diz a Alma que a consulta dela está atrasada. Que espero que ela ligue para minha secretaria.

- Foi mal, mas não dá.

- Ela é legal.
- Você deveria dá uma chance a ela.

- Quem sabe em outra vida.

La Nostra Vita (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora