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Estava nublado em São Paulo

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Estava nublado em São Paulo.

Dei um jeito de fechar a janelinha do avião com a única mão que estava disponível, odiava ficar olhando pro lado de fora, minha imaginação era fértil demais e ficava pensando em 18 maneiras diferentes de como o avião poderia cair.

Olhei pro lado.

Meu braço estava dormente, mas Lewis parecia tão tranquilo enquanto dormia que não tive coragem de acordá-lo, nem de me mexer.

Do outro lado do avião, Toto falava com alguém pelo telefone. Um dos mecânicos tinha perdido a mãe e não poderia vir. O GP do Brasil estava prometendo.

O avião iniciou o processo de pouso e fui obrigada a acordar o Lewis.

—Já chegamos? — Ele quis saber, passando a mão no rosto.

Meu pai sempre dizia que a gente descobria que tinha dormido bem quando a marca do lençol ficava no nosso rosto. A marca da costura do meu casaco passava por seu pescoço e subia por sua bochecha.

—Vamos pousar, afivela seu cinto — Falei.

Ele ainda parecia estar dormindo porque levou cerca de dez minutos para conseguir fazer.

—Você está todo marcado — Apertei os lábios, ele me olhou de lado — Estava confortável?

—Até demais — Abriu um sorriso sonolento — Mas desculpa, não deve ter sido tão confortável pra você — Ele bocejou.

—Não tem problema, agora estamos quites — Murmurei observando ele abrir e digitar alguma coisa no celular.

Ele disse que era solteiro, mas não era nada improvável que ele tivesse uma horda de mulheres e supermodelos —— como diziam as matérias no TMZ —— na agenda do celular.

Desviei o olhar —— e o pensamento.

Meu pai tinha dito que o autódromo de interlagos estava fervilhando, as pessoas estavam acampando do lado de fora, num frio do cacete, pra não correrem o risco de não entrarem no autódromo. O brasileiro realmente precisava ser estudado.

Pousamos. A correria para entrar nos carros sem que os fotógrafos simplesmente invadissem o lugar foi intensa. E realmente o brasileiro também era completamente louco.

Pensa num povo que desconhece a palavra limites e que ri na cara do perigo é o tal do Brasileiro.

—Se preparem, tem pelo menos umas dez mil pessoas lá fora — Toto falou, nos acompanhando dentro do aeroporto.

Tinham alguns guardas da FIA fazendo a proteção já dentro do aeroporto, as pessoas se aproximavam e queriam enfiar o celular na cara dele. Dentro já estava uma zona, mas do lado de fora... Cara, do lado de fora deveria estar parecendo um pandemônio.

—Mas nem morta — Eu soltei uma risada, fazendo os dois caras que me acompanhavam me olharem — Tem outra saída, é do outro lado do aeroporto, mas pelo menos a gente vai evitar o alvoroço.

𝐁𝐀𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 • 𝐋𝐄𝐖𝐈𝐒 𝐇𝐀𝐌𝐈𝐋𝐓𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora