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NARRAÇÃO : LEWIS HAMILTON

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NARRAÇÃO : LEWIS HAMILTON

—Você está confiante? — Meu pai quis saber, aos seus pés, Roscoe tentava a todo custo morder o cadarço do sapato social que ele estava usando.

—Estou tranquilo — Falei pra ele — A mamãe tá chegando em breve, tudo bem por você? — Perguntei.

Eles não costumavam se ver tanto, mas também não discutiam quando se encontravam, o que era bom.

—Claro que sim — Ele deu tapinhas no meu ombro — Você merece ter seus pais aqui — Sorriu, eu retribui, trocando um abraço rápido com ele e tendo minha atenção desviada para a porta da garagem.

Camila estava entrando.

Ela estava especialmente bonita hoje. Tinha pequenos cachos na ponta do cabelo iluminado e estava usando um batom vermelho que deixava a boca muito... Chamativa.

Eu adoraria pegar em seu braço, levá-la pra algum lugar e tirar o batom usando minha boca, mas estava decidido a aceitar tudo que ela dissesse. Se ela disse que não temos nada, então tudo bem. Não temos.

Mesmo assim desci meu olhar pro seu corpo, vendo que ela usava uma calça de couro preta. A camisa social da Mercedes AMG Petronas tinha pelo menos dois botões abertos na frente, deixando muita pele a mostra. Precisei limpar a garganta e desviar o olhar antes de começar a viajar pra lugares indevidos.

—Ela é bonita — Escutei meu pai falar.

—Quem? — Me fiz de sonso. Sabia bem que ele estava falando dela.

—A engenheira por quem você está babando — Ele riu.

—Ela é mesmo — Limpei a garganta mais uma vez. Tentando disfarçar e afastar meus olhos da brasileira.

—É, e pelo jeito não é só sua engenheira — Meu pai disse, balançando a cabeça negativamente algumas vezes enquanto soltava uma risadinha.

O ruim de trazer pessoas que te conhecem pro seu trabalho é isso. Elas te conhecem, não vai adiantar mentir.

Fazia a semana que não nos víamos fora da garagem. Camila e eu. Uma semana que não conversávamos. Uma semana sem fugir do meu quarto de hotel para o dela.

Eu estava viciado, essa era a verdade.

E eu queria mais.

Não gostava de joguinhos, de incertezas. Sempre fui intenso e preferi certezas.

Mas ao mesmo tempo eu entendia o lado dela. Sabia que não devia ser fácil ser mulher no meio de um esporte que por muitos anos foi dominado apenas por homens. Esse ambiente ainda era machista pra caralho.

𝐁𝐀𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 • 𝐋𝐄𝐖𝐈𝐒 𝐇𝐀𝐌𝐈𝐋𝐓𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora