𝐁𝐀𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 • 𝐋𝐄𝐖𝐈𝐒 𝐇𝐀𝐌𝐈𝐋𝐓𝐎𝐍

０３５

Entre o Azerbaijão e Monza, Lewis e eu não nos vimos.

Foi a primeira vez desde que estamos trabalhando juntos que ele seguiu pra Inglaterra e eu voltei pro Brasil. Era aniversário da minha vózinha, mãe do meu pai e eles tinham se organizado pra festinha acontecer justamente quando eu tivesse uma folga no calendário.

Eu convidei o Lewis pra vir, mas ele tinha um evento marcado na Inglaterra que não podia desmarcar, então acabou cada um indo pro seu lado.

Agora tô aqui, num quarto de casal no meio de uma fazendo no interior de São Paulo e por mais que não queria admitir, sinto falta do corpo dele perto do meu a noite.

Já tinha acostumado a dormir com alguém e ficar brigando pelo edredom noite adentro, ficar sozinha numa cama enorme dessas era pedir pra chorar de saudade.

Daí, pelo desespero que tô passando todo mundo deve pensar que faz mais de um mês que não nos vemos, mas não... Só faz uma semana.

Passo a noite acordada e sou obrigada a gastar meu corretivo pra cobrir as olheiras antes de sair pra festa no dia seguinte.

Toda a minha família está aqui, alguns vieram do Nordeste, outros moravam aqui perto e no meio da bagunça, minha avó, que tinha viajado da Bahia até aqui, estava sorridente enquanto eu caminhava em sua direção.

—Camila, minha querida! Você emagreceu desde a última vez que te vi, não está se alimentando direito nesse novo emprego? — Ela quis saber, se afastando pra me analisar dos pés a cabeça.

—Ela trabalha como uma louca, mamãe — Meu pai abriu um sorriso, trocando um abraço com a vovó.

—Eu não acho que emagreci, são seus olhos vovó — Comentei com um sorriso.

—Seu pai contou no caminho do aeroporto que você finalmente desencalhou. Onde está seu namorado? — Ela quis saber.

—Mamãe, eu não disse que ele é bastante ocupado? — Meu pai se intremeteu, revirando os olhos.

—Mas é meu aniversário! É a oportunidade perfeita pra apresentar o rapaz pra toda família de uma vez só — Vovó falou, me olhando com um sorrisinho no rosto.

Ela e meu pai era tão parecidos que costumávamos dizer que eram a cara de um e o fucinho do outro. A personalidade então?! Meu pai tinha verdade todo o deboche e a desenvoltura dela.

—Infelizmente ele não pôde vir, vovó. Vai ter que ficar pra próxima — Fiz beicinho, me surpreendendo por perceber que eu adoraria que Lewis estivesse aqui.

—Vem aqui, me mostra uma foto dele — Ela saiu me puxando pra que eu sentasse.

—Mostra aquela foto linda dele com a bandeira brasileira! — Meu pai gritou, ficando pra trás.

Não tinha ninguém que me shippava mais com o Lewis do que ele. Um dia desses ele me mostrou que tinha feito um álbum na galeria do celular. O nome? Casal 20. Jesus. Nem os fã clubes que tinham criado pra gente chegava nesse nível.