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Eu sei que talvez eu devesse esperar a poeira baixar

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Eu sei que talvez eu devesse esperar a poeira baixar. Em situações como essa, as câmeras ficam às postas só esperando algum deslize, alguma interação, mesmo assim eu caminhei a passos largos até o quarto do Lewis. Pronta pra dar uns belos gritos ou só conversar, sei lá.

—Ei, espera — Falei, vendo ele abrir a porta do quarto pra entrar. Ao escutar minha voz, virou a cabeça e me encarou, depois deu uma olhadinha ao redor. Vendo se tinha alguém por perto.

—Entra — Acenou com o queixo para dentro do quarto, então eu também dei uma olhada ao redor.

Eu já não sabia o que era pior, ter uma discussão no corredor e ser filmada ou ser filmada entrando dentro do quarto dele. Escolhi a segunda opção porque já tinha dado gostinho demais pras pessoas discutindo com ele pelo rádio. E se fosse pra sair em site de fofoca, que fosse pelo menos entrando pro quarto de hotel de um homem gostoso e não por estar brigando com ele.

—O que você estava pensando Lewis, sério? — Perguntei enquanto ele fechava a porta.

—Eu estava garantindo o pódio, óbvio — Ele virou lentamente.

—Você sabe muito bem que não pode ir contra as coisas que eu falo durante as corridas — Suspirei, passando a mão pelo rosto — Do que adianta me matar de trabalhar pra estudar a corrida inteira se você não vai respeitar minhas decisões?

—Eu respeito suas decisões, mas naquele momento entendi que conseguia dar mais uma volta pra aumentar minha vantagem — Ele cruzou os braços em frente ao corpo.

Eu tentei analisar seu comportamento por um segundo, estava mais que na cara que ele estava puto, os braços tensos e os olhos cravados nos meus demonstravam isso, mas também dava pra perceber o esforço para não falar alto, pra não começar uma discussão generalizada e eu gostava disso, talvez até mais do que deveria.

—"Você tem que confiar em mim" — O imitei, revirando os olhos — Falando da nossa vida pessoal num rádio que até o Barack Obama pode ouvir se quiser, como se não estivesse nem ligando pro fato de que trabalhamos juntos e que sou sua engenheira — Tentei manter o tom calmo também.

—Eu não ligo que estamos trabalhando juntos — Disse e a única coisa que me fez perceber o quanto estava nervoso foi o toque na própria testa, ele sempre faz isso quando está nervoso ou preocupado — Eu ligo porque você anda fugindo de mim como o diabo foge da cruz.

—Porque esse é meu ambiente de trabalho, Lewis — Bati as mãos ao lado do corpo — O que você quer que eu faça? Quer que eu passe o dia inteiro te paparicando pelo paddock?! — Droga, me perdi no meu próprio personagem.

—Não, Camila! Quero que pare de fingir que não temos nada, caramba! — Ele explodiu, dando um passo em minha direção.

—Você não tá entendendo, cara — Soltei uma risada nervosa, dando um passo pra trás quando ele deu outro em minha direção.

𝐁𝐀𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 • 𝐋𝐄𝐖𝐈𝐒 𝐇𝐀𝐌𝐈𝐋𝐓𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora