XXV

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👑 Amanda 👑

7 meses depois...

Cá estou eu, acordando novamente 3:25h da manhã pra fazer comida e me arrumar para ir a mais uma visita, essa tem sido minha realidade.

Bem que dizem: "No tráfico hoje você pode tá esbanjando, amanhã tu não sabe nem se vai comer um pedaço de carne".

Malvadão tá de frente e graças a Deus o poder não subiu a mente dele, e graças a ele eu tenho o que necessito, mas não é a mesma coisa de antes, não tem mais salão a cada 15 dias, não tem mais de ficar saindo para curtir, não é mais a mesma coisa. Nada se compara a minha vida de antes, a minha vida de luxo.

Claro que tenho consciência de que tudo isso foi por minha causa, minha teimosia. E tô pagando caro por isso, meu filho a cada dia mais esperto, amanhã já vai fazer 10 meses. Ele esboça algumas palavras e a todo momento fica chamando papai. Eu faço ele dormir às vezes pra ir tomar banho e chorar litros. Tô cansada fisicamente e mentalmente de tudo, na real não sei mais o que é sorrir com sinceridade e pureza.

"Esclarecimento de passagem de tempo" *off*

Saí do banho depois de muito choro e fiz a maquiagem mais simples do mundo, só pra esconder as olheiras.

Desci pra comer e fazer comida e fiz arroz, feijão, salada de alface, carne de boi acebolada frita na panela de pressão e 2l de suco natural de goiaba pra ele e coloquei as comidas dentro de vasilhas na sacola, e o suco, água, café e essas coisas do tipo numa bolsa não muito grande térmica.

Arrumei meu filho que me alegrou com um simples sorriso banguela e me chamando de: mamã.

Saí no portão e o Ligeirinho já estava me esperando de carro junto com a Lorrayne e ela me ajudou com as coisas.

Ligeirinho me olhou e abaixou a cabeça com dó e Lorrayne negou.

Lorrayne: Ela não é uma coitada não Fernando Lucca, para de ser baixo. Ela continua sendo a primeira dama, a patroa. Apesar do meu irmão tá preso e ela não está tão bem quanto antes, não faça isso pois mágoa tanto ela quanto a mim. - A essa altura eu já estava chorando de cabeça baixa enquanto dava de mamar pro Miguel. Estou muito fragilizada com tudo isso.

Ligeirinho: Desculpa aí pô, não foi a intenção tá ligada? Só não acostumei ainda. - Apenas assenti e foquei na estrada. Parece que passou dois mesmos carros do nosso lado umas três vezes com homens de máscaras de palhaço.

- Muda o caminho, pega o outro lado. Não ligo pra ter que esperar mais tempo na fila.

Ligeirinho: Tá maluca? Vai demorar muito.

- Faz o que eu tô mandando caralho, você é tão desligado que não percebeu que tem dois mesmos carros nos rodeando com todos mascarados não porra? - Acabei de falar e ouvi tiros. Coloquei meu filho no bebê conforto no chão do carro e peguei o fuzil que estava atrás de mim e comecei a atirar junto com a Lorrayne enquanto o Ligeirinho tentava se concentrar no caminho.

Senti uma ardência e vi que fui atingida no peito. Logo depois os tiros cessaram.

Lorrayne: Desgraçados! Irmã pelo amor de Deus não fecha os olhos! - Falou batendo no meu rosto de leve. E foi a última coisa que eu ouvi junto ao choro do meu filho.

Continua...

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