Mais uma vez

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Mew chega ao hospital demasiado tenso, o que o impede de ver com clareza as outras pessoas na sala de espera. Algumas horas atrás em casa, prestes a ligar para Gulf e ver como ele estava quando recebeu a ligação de um número desconhecido. Era o pai de Gulf, nunca antes Mew teve contato com o homem, não por vontade, mas pelo fato de Gulf evitar tocar no assunto família além de sua mãe. 

Ficou surpreso até que o sentimento foi substituído por medo. Ao ouvir o lugar em que Gulf estava, Mew não pensou muito e só pegou um casaco e saiu de casa. Dá última vez que recebeu um telefonema sobre Gulf, ele se encontrava quase morto. 

Por isso demora a entender que o homem alto de cabelos tão escuros quanto os de Gulf era o seu pai. O homem sorri, tão leve que faz com que Mew se questione se a situação não fosse tão assustadora quanto os seus sentimentos faziam parecer.

- Ei garoto. Você é o Mew, certo? Sou Tanan, pai do Gulf. - Mew aperta a mão dele, tentando lembrar-se dos modos de tratamento. 

- Prazer conhecer o senhor. Como está o Gulf? - Tanan aperta o seu ombro, tentando o tranquilizar. 

- Respira, você está pálido. - Tanan o olho admirado. - Ele está bem por hora. Vamos receber mais notícias assim que a Kate sair de lá.

Mew acena, engolindo duro. Seu peito solta um pouco da tensão que veio carregando e dificultando-o de respirar por todo o caminho até o hospital. 

- O que ele está fazendo aqui? 

Mew sente o seu corpo tencionar mais uma vez, só que agora era de incômodo.

Gloria adentra na sala com um copo de café na mão, os olhos severos repreendendo a Mew.

- Pode sair, você não vai vê-lo. Não basta que ele esteja assim mais uma vez? - Gloria se coloca ao lado de Tanan, mas sua presença se fazia mais forte que a dele. 

- Gloria pare com isso. - Tanan murmura.

- Presta atenção Mew, você vai sair daqui agora. 

- Não vou. - O rapaz responde num tom sério. 

Gloria franze a testa, surpresa pela determinação do outro. 

- O que você disse? 

- A senhora escutou. - Mew reafirma. Não havia nada, nem ninguém que o faria sair dali. Ao menos que ela conseguisse um jeito de o expulsar. 

- E você diz que se importa? Ele precisa de um tempo, pense que foi você que o tirou de madrugada da cama. Ele precisa dormir adequadamente, mas isso não foi feito. E ele não estaria aqui se não fosse...

- Gloria chega! - Tanan aumenta o tom da sua voz, a mesma que antes estava dócil e calma, agora apresenta-se feroz. 

- Você está do lado dele agora? Sabe o que ele fez? - Gloria olha o seu ex marido.

- Não Gloria, não sei. Mas ele é o namorado do nosso filho e ele tem o direito de estar aqui. Pare de fazer cena, estamos em um hospital e Gulf está bem. 

Mew se sentiu grato ao Tanan. Ter o seu reconhecimento aliviou um pouco o seu coração contra o olhar de fúria que Gloria o enviou. 

- Relaxa rapaz, ela não morde. -Tanan volta a deixar alguns tapas no ombro de Mew e retorna a se sentar. 

O clima na sala estava tensa, mas Mew pouco se importava. O pai de Gulf não disse exatamente o que aconteceu, além de informar que Gulf havia tido um surto e precisou ser levado para o hospital. Mew não saberia dizer como tal situação se desenvolveu; eles tiveram um ótimo dia, até aonde Mew se lembrava foi extremamente lindo o último momento deles.  Não acreditava que ele foi o responsável por aquela situação, mas se fosse de alguma forma, não seria largá-lo no hospital que resolveria. 

Quando tudo der errado, segure o meu coração (Reeditando)Onde histórias criam vida. Descubra agora